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Dr. Spencer Reid

Eu estava no sofá, não consegui dormir no quarto, não que seja um quarto ruim ou que a cama seja dura, não é isso, por alguém motivo a única coisa que eu podia pensar naquele momento era nos olhos da Lila, seus olhos castanhos escuros se grudaram na minha mente como caramelo e não importasse o quanto eu tentasse, aquilo se grudava cada vez mais. Ela comentou que gostava de escrever, colorir fora das linhas.

Então fiquei cansado de pensar, apenas cansado de pensar nela, o que era estranho para mim, e desci para a sala, assim que me sentei pude ouvir a chuva bater no andar de cima e as gotas na piscina. 

Eu me sentei no sofá e fiquei olhando para onde a Lila estava sentada mais cedo, se minha ideia era esquecer ela, estar em uma das casas dela, com toda certeza não séria a solução. Foi quando eu ouvi algo vindo da cozinha e só naquele momento eu percebi que a luz da cozinha iluminava a sala. Eu vejo minha bolsa perto da mesinha da TV, eu me levanto devagar e vou até a bolsa, assim que encostei nela vi minha arma ainda no coldre, eu a peguei e segui para a cozinha.

A primeira coisa que eu vi foi a Lila fazendo uma careta enquanto mordia um dos dedos, ela me nota na porta da cozinha e sorri. Acho que era só eu que não conseguia dormir.

Depois de a convencer que podia conversar comigo, ela contou sobre a noite que seus pais foram mortos, ninguém sabia, mas eu comecei a "estudar" esse caso, tem algo que não faz sentido, todo aniversário da morte deles a Lila recebe uma carta de um tal de Eddie, ela disse que era como a mãe dela chamava seu pai, e mesmo a mãe dela ter sido enterrada com partes do rosto e pescoço faltando os legistas tentaram reconstruir o rosto dela, então porque não fizeram isso com o pai? Eu afasto meus pensamentos assim que notei que não era só outro caso como os outros, era o caso em que uma colega estava envolvida.

Ficamos um bom tempo conversando, eu só notei que a mesma tinha dormido quanto terminava de explicar porque não poderíamos morar em outros planetas, eu pensei em deixa-la ali no sofá mesmo, mas sabia que amanhã ela iria começar a reclamar de dor, já que ela faz isso quando acaba dormindo no avião. Então eu a peguei no colo estilo de noiva, ela resmungou alguma coisa e deitou no meu peito, enquanto eu subia as escadas eu ficava pensando que se ela acordasse agora, seria vergonhoso de alguma forma. Pela minha sorte a porta do quarto dela estava aberta, tudo que iluminava o quarto era um feixe de luz que as cortinas deixavam passar, eu a coloquei na cama e a cobri com o edredom, antes de sair eu a olhei. 

- nunca pensei que faria a cena clichê de falar com alguém que esta dormindo - eu sussurro e me ajoelho ao lado da cama - sabe, desde que você entrou na UAC, eu sabia que nada iria ser igual, afinal você chegou depois que achávamos ter perdido um dos nossos, ainda não sei como a equipe se manteve unida, mas ficamos e agora você faz parte dela - eu falo e vejo uma mecha de cabelo no rosto dela, sabia que ela odiava quando o cabelo ficava no seu rosto, então eu tirei - então eu quero que saiba que não importa o que seja, estamos aqui para te ajudar, em qualquer coisa - eu juro que vi ela sorrindo, mas ela apenas vira para o outro lado deixando metade do corpo para fora da coberta.

Eu a cubro de novo e volto para o meu quarto, é incrível o que alguns minutos de conversa com a Lila conseguem fazer, assim que me joguei na cama, eu dormi. Dormi como um bebe, e de manhã o Morgan quase achou que eu tivesse morrido.

O Morgan ficou a Archer enquanto eu e a Lila voltamos para a delegacia, ela parecia bem, tirando as olheiras, mesmo eu dizendo para ela me deixar dirigir, ela me ignorou e foi dirigindo, no caminho compramos café e então seguimos o caminho. A Lila segue para onde os murais estavam e eu fui conversar com o Rossi, ele me olhava estranho e dava uns sorrisinhos quando eu virava para ver se a Lila estava bem.

- eu fiquei sabendo que vocês foram dormir tarde ontem - ele comenta, mas continua lendo algum relatório.

- não conseguia dormir, ela também não - eu respondo o olhando - o que o Morgan te disse?

Just Like The RainOnde histórias criam vida. Descubra agora