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Lila Winter

O tempo foi passando. Rápido demais para o meu gosto. As mensagens em post-its amarelos pararam por um tempo, mas começaram a aparecer dentro da minha casa, então eu passei a arrumar desculpas para dormir em qualquer outro lugar (no caso no apartamento do Spencer), claro que minhas desculpas começaram a chamar atenção mesmo eu tendo certeza do que estava falando. Já faz seis meses que eu e o Spencer namoramos, e faz seis meses que não importa o que eu faça eu tenho medo de algo ruim acontecer com ele ou com alguém da equipe, não estou muito preocupada comigo pela primeira vez.

Mesmo tendo alguém me seguindo por quase nove meses ou mais, tinha as coisas boas, mas por algum motivo essas coisas boas nem sempre ajudam a esquecer as coisas ruins.

- bom dia, cupcake - o Spencer diz nas minhas costas me fazendo sorrir.

- bom dia - eu falo me virando para ele - como sabe quando eu to acordada?

- você fica mexendo os dedos - ele diz me abraçando - é a sua vez de fazer o café da manhã - ele diz e eu rio.

- eu sei, mas eu acho que acabou os ovos - eu falo o beijando e eu sinto algo na minha perna - e eu estou vibrando.

- percebi - ele diz voltando a me beijar.

- não, amor é sério, eu estou vibrando - eu falo enfiando a mão embaixo da coberta tirando o celular dele - aqui está doutor - eu lhe entrego o celular e dou um celinho antes de levantar rindo.

Eu pego uma camiseta do mesmo e vou até a cozinha, como eu tinha dito estávamos sem ovos, eu voltei para o quarto procurando a minha calça, assim que achei a coloquei e peguei minha carteira.

- vou comprar os ovos, já volto - eu falo baixinho porque ele ainda esta no telefone, pela voz pude ouvir o Henry (afilhado dele), antes de eu me afastar ele me puxa pela cintura e me beija - ta andando muito comigo. Eu te amo.

- também te amo - ele diz tampando o telefone com a mão.

Eu sorrio e volto para o que eu iria fazer. Eu peguei a chave da minha moto e segui para o estacionamento. Eu subi na moto e antes de ligar eu coloquei o capacete, mesmo o Spencer odiando que eu ande de moto ele sabe que é a única coisa que me faz lembrar do meu pai. Eu segui para o mercado mais perto.

Depois de pegar o que precisava eu segui para o caixa e depois de pago, vou para minha moto, então eu coloquei as coisas embaixo do banco. Assim que eu sai do estacionamento vi que o sinal estava fechado, eu parei antes da faixa de pedestres, por algum motivo o sinal demorou mais do que o normal para abrir, mas deve ser alguma paranoia minha. Um grupo de pessoas com roupas de corrida atravessam correndo pela faixa, eu pensei que seria bom eu tentar correr em uma maratona algum dia. Quando o sinal finalmente abriu eu subi na moto e dei partida saindo do lugar.....

Tudo tinha ficado escuro, quem apagou o sol? Eu me perguntei rindo na minha mente. Então eu sinto algo duro ficou nas minhas costas como um baque. Tudo ficou frio, tudo ficou escuro, barulhento.

Eu pude ouvir o motor da minha moto ao meu lado. Gritos. Sirenes. Então eu abri os olhos, eu pude ver o céu azul. Eu fechei os olho de novo. Então o branco do teto da ambulância se fez presente. Não demorou muito para mim entrar no mundo sombrio de novo. Não demorou muito para eu desistir..........................................

Just Like The RainOnde histórias criam vida. Descubra agora