3 poemas de Poliana Zamboni

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Poliana Zamboni tem 17 anos, e, às vezes, escreve sob o pseudônimo de "Romântica anônima". Ela se formou recentemente no Ensino Médio e, como qualquer adolescente normal, ainda não sabe qual faculdade seguir, apesar de ela ser uma garota nada convencional. Escreve há quatro anos, dedicando-se a poemas, mas, recentemente, está diversificando seu repertório com a escrita de contos.Quase sempre trata de romances incertos e com finais não tão felizes; afinal, a única certeza em sua vida é a incerteza, e a única realidade, a ficção.

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Da Saudade, a Boa Lembrança

Da saudade de um grande amor
O peito se esvai em dor,
Mas então se lembra
Dos sorrisos trocados,
Dos beijos roubados
E percebe o quanto
Seu coração foi abençoado.

Da saudade de um abraço
Reúno as lágrimas
E um poema faço.
De dores me desgasto
E me refaço.
Meu ser forjado em aço,
Na solidão e no sofrimento
Dá um laço
E desses sentimentos
Me desfaço;
Das cinzas, renasço.

Da saudade da rotina
De toda uma vida
Já não tenho mais essa sina;
O que me resta
É a dor dessa ferida.

Da saudade de haver algum sentido,
À espera de um momento,
O fogo de um sentimento,
Já não há espaço para lamento
Mas, tudo que quero,
É voltar no tempo.

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Escrever o Amor

Quem escreve sobre o amor
Não está feliz com ele.
A essência da escrita está na dor,
Na ausência de sabor,
Da vida, o licor.

Sei disso porque já vivi isso,
Senti intensamente,
Mergulhei sem querer voltar,
Me entreguei cegamente
Àquele vício que ele era para mim.

Me entreguei e experimentei,
No prazer mergulhei, provei e repeti.
Aquilo era o paraíso nas madrugadas,
Me deixara viciada, embriagada,
Entorpecida,
Desejando cada vez mais
Do pecado desfrutar, me esbaldar,
Todo o desejo contido extravasar.

Durante esse tempo
Deixei a escrita esquecida,
Afinal, por que fantasiar
Se finalmente estava vivendo na realidade
Aquilo que tanto imaginei?

Então, a escrita floresce do irreal,
Do vazio,
Quando não temos nada daquilo
Que colocamos em versos.
A escrita é o que não é real,
É a fantasia mais profunda e sincera
Do nosso ser.

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E no fim, resta apenas ele...

Posso imaginar tantas coisas,
Possíveis futuros,
Mas o fim sempre é escuro.

Engano-me com falsos sentimentos,
Eternizo momentos
Que para você nada significaram,
Mas que para mim tudo mudaram.

Fujo, experimento toques e sensações,
E no fim acabo acompanhada
Da pior das solidões.

E aí só me resta ele,
Meu fiel companheiro,
Não é príncipe, não é homem,
Mas sim um velho livro,
Das minhas vontades, justiceiro.

Ele atende meus mais sinceros anseios,
Impuros desejos,
Incitando minha imaginação,
Acelerando minha pulsação.
Ao menos posso sentir-me viva
por meros momentos de imaginação.

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