3 poemas de Almir Chiaratti

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Almir Chiaratti é compositor, cantor, poeta, produtor e realizador audiovisual com os pés firmados na canção brasileira e na MPB dos anos 60 e 70. O artista acredita em uma estética suburbana da canção, democrática e capaz de se popularizar no público em geral. Chiaratti estreou a carreira solo em 2015 com o álbum de influências da MPB Tropicalista dos anos 70: "Bastidores do Sorriso", considerado entre os melhores lançamentos de 2015 pelo site Tenho Mais Discos Que Amigos. O artista contabiliza 3 EP's lançados entre 2016 e 2021 que apresentam influências da Vanguarda Paulista, Arrigo Barnabé, Tom Zé e Itamar Assumpção. Entre eles, a faixa "TRIZ", lançada em 2017, se destaca pelos mais de 100 mil streams, apenas no Spotify. No mesmo ano, Chiaratti realizou a primeira turnê em Portugal. Em 2021, lançou o 2° álbum, com sonoridades eletro-orgânicas, "Frágil'', produzido por Federico Puppi (indicado ao Grammy USA 2014 e ao Grammy Latino em 2015). Ainda em 2021, lançou um projeto experimental de poesia falada com acompanhamento musical intitulado * disponível nas plataformas de streaming. Em 2022, foi contemplado com Prêmio de Esquetes Teatrais da Funarj e Rádio Roquette Pinto, com a esquete "Maria Bonita e a Peleja com o Sol", assinando a trilha sonora em parceria com Vinícius Scofano. Atualmente, Chiaratti se dedica a turnê de "Frágil" e promove seu 1º livro de poemas, "Fissão: Juntar Sílabas Como Quem Separa Átomos", lançado em 2022 pelo "selo doburro" (SP), na 20ª FLIP.

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Sem repost

Não tem resposta
Nem repost
Não tem filtro
Nem hastag
Só gasta hash
Pra fugir da
Realidade
E relaxar
Na comodidade
De uma vida paga
Pela barbaridade
De relações desiguais
Desse sistema de castas
Sem escada
Sem norte
Sem subida
Pacote
Completo
O de cima sobe
E o de baixo cede.

Cabo sigilo, xilindró

Vão bater na tua porta
Vão chamar pelo nome
Não vai ter "meu senhor"
"Sua excelença" ou "meu nobre"
Vão bater na tua porta
Se não abrir Vão quebrar
O portão, o sigilo e o quebranto
Que tua maldade causou
CABÔ SIGILO,
É XILINDRÓ

Detesto foto em preto e branco no feed do Instagram

Todo dia eu mato
muita gente na rede social
Quando vejo foto em preto e branco
Com declaração de amor
Passando no feed
Passando na rede social e aí penso:
Meu deus, fulana morreu!
Aí penso - Morreu de quê? -
Mas aí vejo que tá viva a pessoa
E preferia não ter gasto meu pesar
Nessa pequenas assombrações cotidianas
Nas redes sociais em que alimentamos
O vício de novidade em excesso
Matamos muito pelo olhar
que não se demora.

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