Laís Mendes tem 21 anos e é natural de Igarapé-Açu/Pará. É estudante, cursa Letras - Língua Portuguesa na faculdade Estácio de Sá. Seu primeiro contato com a arte foi aos 13 anos na música com o clarinete. Já o interesse pela poesia aflorou no Ensino Médio onde iniciou a escrita e se tornou uma leitora focada. Desde então, sua relação com a escrita tem se tornado uma necessidade, uma forma de fugir dos padrões e ir em busca da liberdade. Redes sociais: laismenddesouza.
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Fragmentos
Talvez eu tenha a mania de fantasiar o agora
Principalmente depois que você se foi e levou o melhor e o pior de mim
Vivo a perguntar, será que sente a minha falta ou fomos apenas um presságio na vida um do outro?
Me desfiz em tantas partes para caber no teu roteiro
Acho que até me matei no caminho
Como tudo é imprevisível, o amor apareceu quando precisava
Colou cada parte e acolheu-me em seus braços
Por um tempo cheguei a questionar
O que seria amar
Até ser fragmentada pelos seus toques
Até ter que viver enclausurada no teu mundo
Até inventar que era perfeita(o)
Tive que assumir a direção desse navio
Sem saber para qual caminho iria
Mas eu tinha você pelo vagão
Dançando um blue e cantando
Chamando-me para ver as estrelas
Naquele momento entendi, que não há nada mais bonito do que um universo compartilhado
A menina em minha frente era um planeta cheio de mistérios e encantos
E eu... Eu era apenas os anéis que ficavam em sua órbita
Mas no fundo sabíamos que sempre carregamos algo único
Era como uma poesia clássica
Dessas que a gente nunca esquece
E sente na pele
Nossas vibrações eram maiores que as ondas do mar
Nem Deus entendia tanto encaixe
Muitos diziam que este teatro era decadente
Talvez até monótono já que tudo era preto e branco
Só que pelas críticas de alguns, estrelas cadentes passaram por nós
Possibilitando-nos uma noite cheia de pedidos
E pude ver o seu sorriso se formando
Para que você brilhasse me pus na plateia
Tornando-me sua maior fã
Diga que tem algum ato nessa história que faça com que compartilhamos uma cena
Dessas de amor insano numa noite caliente
Diga que não sou só destroços de um passado remoto
Que temos uma chance no presente
Diga que todas as suas composições são para mim
Deixarei evidente meus sentimentos
Diga que temos um futuro juntos
Talvez assim eu não me sinta tão sozinhaDrogas em placas
Drogo-me para não cair
No penhasco dos meus próprios pensamentos
Já que tudo neste mundo está invertido
Injeto um pouco mais nas veias
Para tentar sorrir.
Ninguém entende a solidão das ruas
Nas overdoses vividas tudo era cinza
Difícil de entender, sem placas de pare
É tudo instantâneo nesse momento
A frieza dos dias desfaz até a arte.
Tentei beber da loucura
Afogar na dor, viver das ilusões
Mas tudo foi pro mar
Alguém aumenta essa dose!
Quero o agrado que a fantasia propõe
Quem sabe por lá haja válvula de escape
Sem que tudo seja corrompido
E dos dias nublados possa raiar o sol
Para iluminar até a mais escura das almas.Eu, Ele(a), Ismália e o mundo
Deixei no mar toda a intensidade que foi te amar
Jovens apaixonados querendo moldar o mundo
Ao mesmo tempo que caíram na insanidade dos dias
Não tem nada pleno na dor, e isso foi a corda que enrolaram-nos
Ismália, na torre aprisionada sonhou com as luas
E uma delas era sua outra metade
Agora só se recita sua história, há muito tempo comentada.
Não teve nada para salva-lá
Única coisas ouvida era a doce canção dos rios
Embalando-nos nos braços
Para sonhos ninar.
Há muitos relatos para contar
Só que dessa vez irei cantar
E se mesmo assim houver pouco sentimentos
Todos os meus versos rimam com r.
E como Ismália tento alcançar os céus
Para dessa torre sair
E poder voar pelos ares, sentindo o gosto da liberdade
E o prazer que é a vida.
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