Patroas

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Antes de irem para a fazenda, as três passaram na casa de Soraya para pegar todas as suas coisas.
Eram cerca de cinco malas somente com roupa e sapato, havia também muita maquiagem e material de estudo.

- Preciso de roupas novas... - Disse enquanto ajudava Simone a amarrar a última mala em cima da caminhonete.

Simone e Maria olharam pra ela na mesma hora franzindo o cenho.

- Você só pode estar brincando... - Disse a professora.

- Como eu vou andar de saia midi e calça social numa fazenda? - Ela se apoiou no carro após terem terminado.

- É, ela tem razão. Essas roupas de gente fresca não vão servir pra limpar curral nem tirar leite. - Maria falou.

- Perai... limpar curral? Tirar leite? Como é? - Soraya olhou para a senhora.

- Ela tá brincando, amor. Temos funcionários sobrando pra lidar com essas coisas. Você só precisa se preocupar em...

- Em servir o bacalhau pra Simone. - Maria a interrompeu.

- MARIA! - Tebet a repreendeu.

- Pode deixar Maria. Ela vai estar sempre feliz e satisfeita. - A loira sorriu enquanto retirava alguns fios de cabelo do rosto da morena.

- Eu espero que sim, não passei dois anos ouvindo essa mulher falar seu nome todos os dias atoa. - Respondeu Maria.

- Todos os dias, Tebet? - Soraya puxou a morena pela cintura.

- Ela está exagerando... - Disse tentando não parecer tão boba e apaixonada.

- Exagerando, Simone? Deixa de ser orgulhosa e assume que você é doida por essa mulher! - Repreendeu a cozinheira.

- Eu sou... - Pousou a mão na lateral do rosto de Thronicke. - Sou completa e definitivamente apaixonada por cada detalhe que envolve você. - Sussurrou a última frase apenas para ela.

O coração de Soraya se aqueceu instantaneamente ao ouvir aquelas palavras após tanto tempo longe de sua amada. A mão macia de Tebet parecia acariciar sua alma e curar todas as feridas causadas pelo abandono. Ela realmente sentia que havia voltado a vida após dois anos morta.

Nenhuma palavra precisou ser dita, pois o beijo que veio a seguir disse tudo o que ambas queriam.

As horas de viagem de volta à fazenda foram as melhores possíveis.
As duas conversaram e riram muito com Maria, que era naturalmente engraçada mesmo tentando parecer séria e ranzinza. A cozinheira fazia questão de relembrar como haviam sido os dias de Simone longe da loira, alegando que ela era orgulhosa demais para admitir que sofreu e sentiu falta tanto quanto Soraya

Elas falaram também sobre a família conservadora de Soraya e como contariam para os pais dela sobre seu relacionamento.
Agora que havia deixado a UNAES, logo o pai da estudante ficaria a par dos acontecimentos muito provavelmente pela boca do diretor da universidade, o que pioraria a situação das duas.

Soraya era muito apegada a família, principalmente à sua mãe, mas sentia que não iria ter o apoio deles nessa sua nova fase. Apesar de tudo ela estava disposta a abrir mão da relação com sua família para ficar ao lado de Simone.

Maria à aconselhou a convidar os pais para um almoço na fazenda, onde conversariam sobre o futuro de Simone e Soraya.

Após algumas horas as três chegaram.

A sensação de estar de volta aquele lugar era incomparável.
Apesar de tudo o que Simone havia feito Soraya passar, ela conseguia confiar cegamente na mulher, de forma que sequer cogitasse que poderia ser abandonada novamente.

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