No dia seguinte, Soraya fez questão de sentar na carteira mais próxima da mesa da professora.
Logo Simone chegou com seus saltos grossos fazendo um som abafado enquanto caminhava elegantemente.
- Bom dia turma. - Disse sem olhar para ninguém, todos responderam, e ela se dirigiu até sua mesa, percebendo que Soraya estava sentada bem na sua frente lendo um livro.
- Bom dia, Soraya. - Disse encarando a aluna com um olhar de desdém.
- Bom dia, professora. - Soraya sorriu gentilmente e fechou o livro, passando a encará-la de volta.
A morena desviou o olhar para o restante da turma.
- Hoje iremos falar sobre a importância do direito constitucional, e para quê exatamente ele serve. Alguém poderia me dar um breve resumo de acordo com seus próprios conhecimentos? - Ela olhou para todos, e o silêncio ocupou cada canto da sala de aula.
- Vamos pessoal, falem... eu quero ouvir o que vocês tem a dizer...
Todos permaneceram em silêncio.
- Soraya... - Apontou para a loira, indicando que ela falasse.
- A importância do direito constitucional está na efetivação das normas constitucionais. É através dele que a Constituição Federal coloca as suas normas em efeito na sociedade e na organização do estado. - A aluna explicou encarando Simone sem sequer piscar.
- Silvia... - Apontou para a ruiva.
- Eu o quê?
- Dê continuidade a explicação de sua colega... - Simone semicerrou os olhos encarando a estudante.
- É... - A jovem tossiu tentando lembrar de algo, mas não conseguiu dizer uma só palavra.
- Ele também é importante nas situações onde as normas constitucionais não estão alcançando pessoas ou grupos de pessoas, já que os remédios constitucionais, também importantes para a efetivação de tais normas, são parte desse âmbito. - Soraya interrompeu sua colega e prosseguiu com a explicação.
- Fale apenas quando eu lhe der a palavra, senhorita. - Simone a encarou e disse pausadamente.
- Não sabia que estávamos em um tribunal... - Soraya sorriu cinicamente.
- Não é preciso estar em um tribunal para ter o mínimo de educação. A aula é minha. Se a senhorita não concordar com minhas regras, apenas saia. - Apontou para a porta, e todos olharam para Soraya.
- Imagina? Sair e perder uma aula tão perfeita quanto a sua, professora? - A estudante disse debochadamente.
- Já que se acha tão extraordinariamente inteligente, por que não vem aqui na frente e escreve na lousa para seus colegas entenderem melhor, quais os títulos da carta maior brasileira? - Simone a chamou.
- Seria uma honra, professora. - Soraya levantou da carteira, a saia bege que deveria estar menos de um dedo acima dos joelhos, estava um pouco mais acima, revelando parte de suas coxas e marcando todo seu quadril por ser justa.
A camisa social de manga, estava mal abotoada, o que lhe deixava com um decote maior que o normal. A estudante não era alta, mas possuía um corpo muito bonito.Simone não deixou de prestar atenção nesses detalhes. A professora fixou o olhar na bunda da estudante involuntariamente.
Enquanto Soraya escrevia, Simone descia e subia seu olhar sobre seu corpo, tentava ser discreta, mas não pôde deixar de respirar fundo, tentando controlar seus pensamentos maliciosos.
- Pronto, professora, estão aqui os nove títulos.
Soraya entregou o pincel nas mãos de Simone, e seus dedos se tocaram por segundos breves, mas o suficiente para a professora entender que teria problemas com a aluna...
A aula seguiu com a advogada extremamente desconfortável.
Soraya a fez lembrar do terror que passou na antiga universidade onde ensinava. Ela repetia para si mesmo diversas vezes que aquilo não iria se repetir, mas enquanto fazia isso, pensamos involuntários com a sua aluna invadiam a mente dela, fazendo Simone suar como nunca antes.Ao fim da aula, Soraya esperou que todos saíssem e foi até sua professora.
- A senhora tem alguma coisa contra minha pessoa? - Perguntou sem rodeios.
- Não tenho tempo para guardar raiva de meros estudantes, Soraya. - Simone sequer a olhou, tentava focar na organização de suas pastas e livros, enfiando tudo dentro da maleta sem nenhuma organização.
- Eu gosto de falar com as pessoas olhando nos olhos, Simone. - Soraya falou sério, a chamando pelo nome para não deixar dúvidas sobre sua insistência em conversar sobre aquilo.
Simone parou de tentar colocar as pastas na maleta e a olhou com desdém.
- Diga.
- Desde que chegou aqui percebo sua marcação comigo. Parece que por mais que eu tente me esforçar não é suficiente para a senhora. - A estudante explicou.
- Então você se esforça para me fazer feliz? - Perguntou ironicamente.
- Não! Eu só gostaria de um pouco de reconhecimento! Eu sei que não sou a melhor da escola, mas com certeza estou entre os melhores, e não tenho dúvidas que sou a melhor aluna dessa turma, não me diga que isso é mentira. - Falou irritada.
- Não, não é mentira. É exatamente por isso que exijo mais de você.
- Você não exige mais de mim, você tenta me colocar pra baixo com algumas atitudes infantis e medíocres.
- Algumas o quê? - Simone cravou a mão em seu braço, apertando e encarando Soraya.
- Exatamente o que ouviu...
- Você acha que pode falar dessa forma com uma professora? - Simone aproximou seu rosto do de Soraya, a olhando com ódio.
- Se a professora não estiver cumprindo com seu papel adequadamente, sim, eu posso. - A estudante ergueu as sobrancelhas, a encarando sem medo.
Nesse instante, a porta da sala quase foi arrancada em um chute violento, e uma jovem entrou, apontando a arma que tinha em mãos para Simone.
- Já me substituiu, Sisi? - Perguntou com um olhar psicopata.
- Fernanda?! - Simone falou assustada.
- Quem é a vagabunda? - A mulher apontou a arma para Soraya.
- O que tá acontecendo?! - A loira perguntou assustada.
- Surpresa... - Fernanda riu de forma amedrontadora, e ao ouvir passos atrás de si, disparou contra Soraya, acertando a estudante no ombro direito.
Os policiais chegaram segundos depois, tomando a arma de Fernanda, que ria descontroladamente.
Simone correu para socorrer Soraya, que sangrava muito.
- Calma, vai ficar tudo bem... - Dizia desesperada, apoiando a cabeça de Soraya em seu colo e se sujando com o sangue de sua aluna.
Soraya desmaiou, e a ambulância chegou minutos depois, a levando para o hospital. Simone tentou acompanhá-la, porém os policiais a fizeram ficar e prestar depoimento.
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O que estão achando da fic, babys?
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Forbidden Classes
RomanceSimone Tebet é uma professora de vinte e sete anos que esconde um segredo do qual uma vez revelado, poderá dar fim em todos os seus maiores sonhos. Com os problemas que teve com uma ex aluna da antiga universidade na qual dava aulas, ela resolveu mu...