Privilégios?

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Simone chegou em casa e entrou tentando não fazer barulho. Eduardo já estava dormindo e ela não queria acordá-lo para receber uma onda de perguntas sobre a confraternização, então ela entrou no banheiro silenciosamente, tomou um banho rápido, colocou um pijama e deitou ao lado do marido, que dormia profundamente.

A culpa começou a se fazer presente ao olhar para o rosto de Eduardo. Ela não queria fazer aquilo com ele, sua vontade era simplesmente pedir o divórcio e poder viver sua vida do seu jeito, contudo o preconceito das pessoas a impediria de chegar onde ela desejava, e por mais que se sentisse culpada por usar o marido como ponte para seu futuro, ela não queria desistir dos seus sonhos.

O dia mal havia começado e Soraya já estava de pé. A loira não dormiu quase nada a noite recriando as cenas de Simone ali em sua cama.
Ela acordou muito feliz e animada para ir a faculdade. Se vestiu, arrumou suas coisas e saiu de casa cantarolando uma das músicas que havia escutado no carro de Simone dias atrás.

Chegando na escola, deu de cara com a professora que estacionava o carro.
Soraya entrou sem esperar pela por ela para não dar motivos para falarem. Silvia e Cristina acompanharam a estudante.

- Agora que a Soraya está sendo privilegiada pela professora de direito público e administrativo, não quer mais saber de nada... - Comentou com Cristina tentando provocar a colega que andava entre as duas.

- Silvia! - Cristina a repreendeu.

- Privilegiada? Ter um bom raciocínio lógico e saber estudar sem encher o saco dos outros é ser privilegiada? - Soraya parou e a encarou.

- Não, mas transar com a professora por nota é.

Soraya jogou sua bolsa no chão e envolveu a mão no pescoço de Silvia, a colocando contra a parede.

- Repete o que você falou?

- Soraya, calma... - Cristina tentava controlá-la.

Silvia ficou calada. Apesar de mais baixa, ainda sim Soraya era mais forte que ela, e a jovem não queria arriscar.

Ao entender que Silvia não repetiria, a loira soltou seu pescoço e pegou suas coisas, dando as costas para sair.

- Será que se eu transar com a Simone, consigo meu diploma, Cristina? - Perguntou em voz alta.

Ao ouvir aquilo, o ódio se fez presente em Soraya, e a jovem largou sua bolsa no chão novamente, e partiu para cima da colega, dando-lhe um soco no rosto e a derrubando no chão.

Nessa hora Simone chegou junto de mais alguns alunos, que fizeram um círculo em volta das duas.

- Soraya! - Simone gritou ao ver o que ela havia feito.

Silvia seguia deitada um pouco tonta, e a professora correu para ajudá-la.

O diretor chegou perguntando o que havia acontecido, e ao entender, mandou que Soraya fosse até sua sala.

- Nunca mais repita isso. - Soraya pegou sua bolsa e saiu em direção a sala do diretor.

- Por favor, Simone, leve a Silvia pra enfermaria. - Pediu Luis.

- Claro... - A professora ajudou a estudante levantar e a acompanhou até o local.

Na diretoria, Soraya andava de um lado para o outro ainda nervosa, até que o diretor chegou.

- Já preparou o sermão? Preciso voltar pra aula. - Disse sem paciência.

- Quero que me explique o foi aquilo. - Luis sentou em sua cadeira.

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