Forbidden Classes

Amor ou paixão?

Depois do almoço, Simone e Soraya subiram para o quarto, tomaram banho e organizaram suas coisas para a viagem.
Apenas do clima de despedida ambas estavam felizes em ter passado aquele tempo juntas e longe de toda bagunça da vida acadêmica.
Mesmo indo embora, Simone se vestiu como se fosse continuar na fazenda, com sua calça jeans, cinto com fivela, camisa branca e chapéu. Já Soraya optou por um vestido confortável na altura do joelho.

Após estarem prontas elas desceram.

- Vocês realmente precisam ir agora? - Perguntava Maria um pouco chorosa.

- Sim Maria, amanhã retornamos as aulas na UNAES e eu não quero ser professora que chega atrasada. - Respondeu Simone enquanto segurava tranquilamente na mão de Soraya.

- Ela precisa chegar cedo pra humilhar os alunos, Maria. - Soraya disse cobrindo a boca com a mão como se não quisesse que Simone a ouvisse.

- Eu preciso ser exemplo de pontualidade, senhoria Thronicke. - Deu um leve tapa na bunda da mulher.

- Se cuidem e voltem logo, por favor. - Maria abraçou as duas. - Vocês ficam lindas juntas. - Cochichou ao abraça-las.

- Ouviu a Maria, professora! - A loira sorriu.

- Ouvi, peoa falsificada. - As duas saíram em direção ao carro rindo.

- Ei! Eu peguei nas tetas de uma vaca! - Ambas deram risada.

Nesse momento Thaís apareceu e foi diretamente em Soraya sem se preocupar com a professora ali do lado.

- Vou sentir saudades, querida. - A peoa beijou o canto de sua boca, quase encostando em seus lábios.

- Thaís, tô precisando de ajuda aqui na cozinha. Anda, vem fazer alguma coisa que preste! - Maria gritou.

Thaís obedeceu e saiu andando e sorrindo para Soraya.

- Acho que vou trocar de funcionários. Alguns aqui estão muito abusados! - Simone falou alto.

- Que isso meu bem, faz isso não. - Disse a loira.

- Gostou dela, Soraya?! - Simone parou por um tempo e encarou a aluna.

- Ela é legal... bonita... - Provocou.

- Ótimo, pegue o número dela e faça bom proveito.- Ao tentar abrir a porta do carro para entrar, Soraya se colocou na frente.

- Você com esse chapéu e esse ciúmes desperta tanta coisa em mim... - Agarrou na fivela do cinto de Simone e a puxou para mais perto.

- Não estou interessada em saber. - A morena desviou o rosto.

- Soraya! A Maria mandou trazer essa fatia de bolo pra você. - Thaís apareceu na porta.

- Coloque dentro do carro, estou ocupada. - A loira nem mesmo a olhou, invés disso inverteu as posições e jogou Simone contra a porta do carro, tomando seus lábios em um beijo quente, que foi correspondido logo de início.

Thaís as olhava incrédula. A peoa colocou o bolo dentro do carro e continuou ali parada olhando as duas.

- Você é a peoa mais gostosa e brava dessa fazenda, senhora Tebet, e eu sou completamente sua. - Disse após afastarem os lábios.

Thaís saiu sem dizer uma só palavra após toda a cena.

Simone enfim agarrou na cintura da estudante e a puxou para mais perto.

- Vou ficar com saudades de sentir essa sua fivela... - Disse a loira agarrando forte na fivela de seu cinto e mordendo o lábio.

- Vamos substituir a fivela por minha língua, o que acha? - Cochichou a advogada.

- Que indecente... Eu acho ótimo. - Beijou a morena pela ultima vez antes de entrar no carro.

Simone ligou o carro e as duas saíram conversando sobre a próxima ida a fazenda.

Já era quase noite e faltava pouco para chegarem, Simone seguia com seu chapéu mesmo quase dentro de Campo Grande.

- Só de lembrar que em um dia precisarei rever a sua ex minha cabeça dói. - Disse Soraya séria.

- Ela não é minha ex, Soraya. - Rebateu a morena.

- Se ela não é sua ex e basicamente eu transo com você assim como ela transava, então eu sou o quê sua? - A estudante a encarou deixando-a sem resposta.

- De repente perdeu a fala, professora?

- É complicado... - Foi só o que Simone disse.

- Pare o carro. - Ordenou a loira.

- O quê? Estamos no meio do nada...

- Só para a droga do carro, Simone. - Falou mais alto desta vez, e a advogada parou sem mais questionar.

- Não fique brava, por favor... - Disse Tebet.

Soraya ignorou a fala da professora e montou sobre seu colo, retirando o chapéu da cabeça dela e colocando em si mesma.

- Sabe qual o nosso diferencial dentro desses casos indefinidos em que você se coloca com suas alunas? - Perguntou a estudante.

- Sei... que por você eu sou apaixonada. - Simone envolveu as mãos em sua cintura.

- Em algum momento você já foi apaixonada por todas com quem dormiu. - Ela rebateu. - Aliás, eu nunca te ouvi dizer que me ama. Sempre fala sobre paixão, nunca sobre amor.

- Soraya... - Simone desviou o olhar.

- Você me ama, Simone Tebet? Ou está apenas se divertindo como sempre? - Segurou o rosto da professora para que ela a encarasse.

- Estamos em uma estrada deserta, precisamos ir... - Tentou mudar de assunto.

- É só mais um jogo, não é? - Os olhos da estudante se entristeceram por um breve momento. - Já levou elas na sua fazenda? Transou com elas no tapete da sua suíte?

Simone ficou calada.

- Por que eu não estou surpresa?

- Soraya você precisa entender que eu sou casada... o Eduardo é a minha chance de chegar onde quero.

- A diferença entre eu e elas, é que mesmo sabendo que você jamais largaria seu marido rico e influente pra ficar comigo, eu te amo. O meu amor não depende de reciprocidade, mas ele não vai sobreviver de migalhas pra sempre, Simone. - Soraya saiu do colo dela sem dizer mais nada.

- Eu não sei viver sem você... - Tebet falou pegando a mão da aluna.

- Então não viva. Eu estou me oferecendo de corpo e alma pra você e não te quero só pela metade. Acho que tenho o direito de exigir um pouco mais, certo? - Ela a olhou nos olhos.

- Me dê mais um tempo. As coisas não são assim tão fáceis assim.

- Eu te espero o tempo que for necessário, meu amor. - Apertou a mão da morena.

- Posso ficar na sua casa hoje? - Simone perguntou.

- Eu iria adorar. - Soraya beijou seu rosto.

Simone dirigiu até a casa da estudante. Já era noite quando chegaram.

A advogada estacionou o carro e ambas desceram de mãos dadas e rindo pelo fato de Soraya estar com o chapéu da morena.

Estavam tão distraídas trocando carícias e beijos que não notaram a presença de Silvia há alguns metros observando as duas.

A ruiva sorria vitoriosa, como se finalmente tivesse conseguido o que queria,

Simone e Soraya entraram em casa despreocupadas.

Autora:

Postando esse curto capítulo depois de sofrer ameaças por partes das minhas leitoras amadas. 😍