Sem dizer adeus

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Soraya saiu da sala as pressas, ignorando a presença dos colegas e diretor.

- Ainda não terminamos, Soraya! - Luiz gritou da porta do escritório.

- Vai pro inferno. - Ela respondeu sem sequer se virar para o homem.

Apesar de correr o mais depressa que conseguia, ao chegar na porta de saída da universidade, Simone estava saindo em um táxi, e nenhum de seus gritos foi capaz de fazê-la ficar.

- Por favor... não vai... - Disse por fim, se entregando as lágrimas ao ver o carro se afastando.

Dentro do carro Simone tentava ao máximo segurar o choro. Ela sabia que Soraya não a perdoaria por sua atitude covarde, mas sentia que aquela era a escolha certa.

Ela estava irritada por ter que abandonar mais uma universidade pelo mesmo problema, não sabia se Eduardo a perdoaria novamente, mas acima de tudo sentia um vazio em seu peito.

Ninguém havia conseguido mais que sexo da professora, ninguém até a Soraya.
Ela conseguiu arrancar a parte boa por trás de todo aquele orgulho.

Apesar de se esforçar para não chorar, quando o táxi enfim chegou a sua casa a morena estava com o rosto vermelho das lágrimas que desciam involuntariamente.

Ela pagou o motorista, respirou fundo e entrou.
Seu coração nunca esteve tão pesado.

Ao entrar se deparou com Eduardo descendo as escadas. Assim que ele a viu chorando correu para ver o que havia acontecido.

- O que houve? Por que está chorando? - Perguntou preocupado.

- Eu fui demitida. - Foi só o que disse.

- Por que eles fariam isso? - Questionou o marido.

Simone apenas o olhou no fundo dos olhos. Aquele olhar parecia dizer tudo.

Eduardo se afastou da esposa lhe dando as costas e colocando as mãos na cabeça ao sentar no sofá.

- Outra vez, Simone? - Perguntou sem olhar para ela.

- Me perdoa, por favor... - Ela sequer saiu do lugar, mas as lágrimas continuavam caindo.

Eduardo balançou a cabeça negativamente e levantou do sofá.

- Eu quero que vá embora. Por favor pegue suas coisas e desapareça. - Disse apontando para as escadas.

- Por favor, Eduardo... eu juro que foi a última vez. - Ela implorou.

- Simone, não me faça pedir novamente.

- Eu dou minha palavra. - Disse Tebet.

- Que não vale de muita coisa, não é? Você disse isso quando transou com a vagabunda da Juliana, com a vaca da Millena e com a psicopata da Fernanda. Eu não tenho mais cabeça pra aguentar isso! Nem todo amor do mundo consegue suportar tantas mentiras e traições. - Falava irritado.

- Por favor... - Ela seguia chorando.

- Suba e arrume suas coisas. Seu carro já está aí. Por favor vamos fazer isso civilizadamente. - O homem voltou a se sentar.

Percebendo que ele não mudaria de ideia, Simone subiu as escadas em direção à seu quarto.
Ela pegou todas as peças de roupa que couberam nas duas malas que iria levar e por um minuto sentou na cama.

Tebet fechou os olhos por um breve momento, sentindo um aperto em seu coração ao relembrar de como havia acordado feliz, planejando sua próxima ida à fazenda junto de Soraya.

Ela queria presentar Soraya com um de seus cavalos, havia passado a semana pensando em como a loira ficaria feliz. Havia feito tantos planos que jamais se concretizariam...

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