O que você quiser

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Após o passeio cheio de emoções, as duas voltaram para casa. Enquanto almoçavam, Soraya contava a Maria sobre ter ganhado um cavalo de Simone e ter conseguido trazê-la sem muita dificuldade.

Maria dava risada da empolgação da loira e de como algo tão simples a deixava radiante somente por estar ao lado de Tebet.

Após o almoço as duas deitaram numa rede sob a sombra das árvores à frente da grande casa enquanto a cozinheira e os outros funcionários terminavam os preparativos para a pequena comemoração que aconteceria horas mais tarde.

Soraya não sabia, mas Simone havia mandado buscar Pedro e Cristina, as únicas duas pessoas que haviam ajudado a loira após o abandono de Tebet. Ela havia contado para a professora sobre como se sentia sozinha e como eles nunca a deixaram fazer nenhuma besteira, também disse se sentir mal por ter partido sem se despedir.

Elas ficaram algumas horas deitadas aproveitando a companhia uma da outra, conversando sobre os mais variados assuntos. Simone abraçada a Soraya, os corpos perfeitamente encaixados como se tivessem sido criados um para o outro. A estudante com os dedos entrelaçados aos da namorada, e vez ou outra levava a mão dela até os lábios e a beijava feliz. Simone dizendo um "eu te amo" atrás do outro, como se tivesse guardado todos para aquele momento.

Por mais que por anos ela cultivasse o preconceito contra sua própria sexualidade dentro de si e repetisse diariamente que jamais teria nada sério com uma mulher, Tebet jamais se sentira tão absurdamente completa. Ela se perguntava como havia sido capaz de abandonar sua menina naquele mar de cobras em Campo Grande. Como havia conseguido deixar que ela sofresse tanto...

Ela só precisava ser amada e protegida, e Simone havia negado coisas tão simples por orgulho e pela falsa concepção de que aquilo jamais funcionaria pelo fato das duas serem mulheres.

Em um momento de devaneios, a morena disse algo que tocou Soraya profundamente.

- Nunca mais vou te negar nada, seja amor, atenção, carinho... se você quiser o céu eu me viro do avesso e te dou. O mundo pode me odiar, mas eu só preciso do seu amor.

Simone não fazia ideia do quanto aquilo significava para Soraya. Era como se todas as mínimas cicatrizes que ainda restavam tivessem sido fechadas naquele momento. Ela não queria mais nada que não envolvesse a advogada.

As horas passaram rápido e logo elas precisaram levantar para se prepararem para a comemoração.

Ambas tomaram um banho rápido e começaram a procurar algo para vestir.

Simone optou por um terninho mais formal, causando espanto em Soraya que nunca havia visto a advogada de terno na fazenda. A calça era vermelha enquanto o blazer e a blusa eram azuis, colocou também um lenço estampado no pescoço.

- Pra quê tanta formalidade? Convidou o governador do estado? - Brincou a loira.

- Não ficou bom? - Perguntou Tebet se olhando no espelho.

- Ficou ótimo, eu só nunca vi você vestida assim aqui na fazenda... Me deu até vontade de estudar. - Ficou por trás de Simone, abraçando sua cintura.

- Mais tarde posso te dar umas aulas particulares, se quiser. - A morena afastou a mecha de cabelo em seu próprio rosto e encarou a estudante através do reflexo no espelho com um semblante sério.

- Vai ter que se dedicar nessa aula, estou com sede de conhecimento. - Soraya deslizou a mão pouco abaixo do ventre da professora.

Simone ficou de frente para a ex aluna que estava só de toalha e a fez dar alguns passos para trás até que a única coisa que lhe restasse fosse a parede. Tebet colocou uma das mãos do lado esquerdo e a outra do lado direito dela, eliminando qualquer possibilidade da loira escapar.

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