O almoço

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Após as compras animadas as duas haviam passado o restante do dia pensando em um jeito de contar aos pais de Soraya sobre o relacionamento delas.

O pai da loira era um homem rígido e tradicional. Sua mãe por outro lado era mais flexível, porém submissa ao marido. Ela jamais iria contra nenhuma decisão do homem por mais que achasse errado.

Simone não conseguia entender como Soraya vinha de um casal com pensamentos tão primitivos.

No dia seguinte ambas acordaram muito cedo. Tomaram café e começaram os preparativos para o almoço.

Apesar da insistência delas, Maria deixou claro que na cozinha nenhuma iria se meter. Apenas tirou algumas dúvidas a respeito dos pratos favoritos dos pais da estudante e mandou que elas fossem procurar o que fazer.

Soraya estava pensando em retornar à faculdade em breve, então pediu que Tebet a ajudasse nos estudos aquela manhã. Também queria muito se distrair e parar de pensar na visita de seus pais por pelo menos um segundo.

Elas foram para a varanda da casa, onde Simone montou uma pequena mesa de apoio com notebook, livros e caderno. Na cadeira à frente Soraya anotava tudo o que julgava importante. Prestando atenção atentamente a cada explicação da morena.

Ela tentava explicar um pouco de tudo o que sabia, não só direito administrativo, mas direito penal, processual, trabalhista... tudo o que havia aprendido ao longo dos anos.

Após uma longa aula, ela fez perguntas à namorada, que respondeu tudo quase perfeitamente, deixando-a orgulhosa.

- Você continua irritantemente inteligente. Isso me dá nos nervos. - Tebet sentou na cadeira fechando o notebook.

- Ainda não superou a disputa da faculdade, professora? - Perguntou a loira sorrindo com a caneta entre os lábios.

- Eu não chamaria de disputa, estava mais para provocações de uma não-assumida. - A morena apoiou as mãos na mesa e encarou a namorada.

Invés de olhar em seus olhos, Thronicke fitou seus seios fartos que foram ligeiramente revelados com a inclinação de Simone.

- Eu não me chamaria de não-assumida. - Ela disse olhando em seus olhos e voltando a encarar os seios dela.

- E se chamaria de quê? - Simone perguntou percebendo o interesse dela em seu decote.

- Cadelinha de sua professora gostosa. - Soraya sorriu umedecendo os lábios.

- Se tivesse me dito isso no primeiro dia teríamos evitado muita coisa. - Respondeu a advogada erguendo as sobrancelhas.

- Teríamos transado, você iria me usar e voltar pro velho babão do seu marido por se importar mais com sua carreira do que com os próprios sentimentos e claro, os sentimentos alheios. - A loira disse sem perceber.

Simone voltou a sentar em sua cadeira, mudando o semblante. Ela odiava lembrar do quanto havia machucado Soraya.

- Desculpa. Não foi minha intenção relembrar esse assunto. - Thronicke disse assim que percebeu.

- Tudo bem. Você tá certa. Eu não me importava com nada disso até perceber o quanto precisava de você. Realmente nunca me imaginei em um relacionamento sério e assumido com uma mulher, sempre foi só diversão. - Ela respondeu.

- O importante é que isso mudou, não mudou? - Soraya levantou de sua cadeira e sentou no colo da professora, envolvendo os braços em seu pescoço.

- Claro, meu amor. - Tebet beijou sua bochecha.

- Olha só onde estamos? Você tá me dando aula na sua fazenda enquanto esperamos a Maria preparar o almoço para meus pais. - A estudante sorriu. - Não que eu esteja super animada com esse almoço, mas é no mínimo surpreendente.

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