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Chego por volta das 12:30 no hospital que vou operar Nahuel, vejo a grade de todos os que estão trabalhando e escolho a minha equipe.

Por volta das 13:15 vou pro quarto de Nahuel, Diego tinha me mandado mensagem falando que Ceni liberou todos para virem visitar Ferraresi, ele disse também que a maioria havia ido até sua casa, e que poucos escolheram vir no hospital, só os mais próximos.

Quando entro no quarto vejo Luciano tocando um pandeiro, enquanto Galoppo, Calleri, Arboleda e Diego faziam umas dancinhas engraçadas.

- doutora! - Arboleda quase grita quando me vê encostada no batente da porta - vamos, dance conosco.

- ah não, não, eu não passo nem perto desse gingado de vocês - todos riem.

- essa é a famosa doutora mãos de fada? - Luciano pergunta.

- essa mesma - Diego confirma.

- cuida que eu me sinto viu - falo arrancando mais risadas deles.

Conversamos por alguns minutos, uma conversa bem leve, descontraída e cheia de risadas, Nahuel estava visivelmente melhor, menos nervoso.

Olho para Diego apontando discretamente pro relógio, indicando que estava na hora deles irem, ele entende meu recado.

- tudo bem, tudo bem - Diego chama a atenção de todos - a resenha ta boa mas está na hora de irmos.

- aaaah - os meninos lamentam, sorrio para eles.

- uh essa é a melhor parte - Arboleda fala esfregando as mãos - tá na hora do ritual né doutora Marianinha? - tenho certeza que ele diz isso para tranquilizar Ferraresi.

- isso mesmo.

- que ritual? - Calleri pergunta.

- eu explico pra vocês - Diego fala - mas, lá fora.

Todos se despedem de Ferraresi com palavras de incentivo, levo todos até a porta me despedindo deles, baixo a luz do quarto, coloco uma música calma e pego meu Ipad, colocando do lado de Nahuel.

- então - começo - está mais tranquilo?

- ah, com certeza - pego o tubo do soro e conecto no acesso de Nahuel, havia uma dosagem pequena de um remédio que faria ele dormir.

- que bom.

O ritual consistia em acalmar o máximo possível o paciente, ele dormia em um clima agradável e quando acordava já estava de cirurgia feita, assim não passava um grande estresse e nervosismo antes, esse método sempre deu certo com todos os meus pacientes.

- esse é o ritual? - ele pergunta quando me sento ao seu lado

- tecnicamente sim - os olhos de Ferraresi vão para meu cabelo, que ao contrário da manhã, estava preso em um coque, com dois cachinhos da franja soltos na frente - o que foi?

- seu cabelo - ele diz apontando - ele é lindo de qualquer forma - sorrio com sua fala - mas prefiro ele solto, como uma linda jubinha - rio da sua fala e solto meu coque, arrumando levemente meu cabelo - muito melhor.

- então, vou te mostrar como será feita a sua cirurgia.

Coloco o Ipad entre nós e explico passo a passo, no final Nahuel boceja, deito sua cama e num ato sem pensar levo minhas mãos até seu cabelo, fazendo um cafuné calmo.

- você faz isso com todos os pacientes? - ele pergunta sonolento apontando para a minha mão.

- não - sorrio para ele - vou estar do seu lado a todo momento, só relaxe querido.

O Zagueiro e a Médica São-paulina (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora