07. Sempre haverá ajuda em Hogwarts, Harry, para aqueles que a solicitarem

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— Eu pensei que tinha dito para você não voltar — disse a voz de Draco de um canto sombrio da torre, observando Harry subir as escadas e sair para a luz da lua.

— E eu pensei que não me importava — respondeu Harry, incapaz de não perceber o modo como os olhos de Draco percorriam seu corpo, demorando-se nos botões abertos em seu pescoço.

Ele havia trocado as vestes por roupas de trouxa esta noite e estava usando jeans enfiados em suas botas de couro de dragão e uma camisa de botões, com os três primeiros botões abertos. Ele disse a si mesmo com firmeza que não era de forma alguma uma antecipação do encontro com Malfoy esta noite, e seus protestos soaram patéticos até para seus próprios ouvidos.

Fazia uma semana que ele não encontrava Malfoy. Uma semana desde que Snape, em uma tentativa equivocada de proteger a virtude de Harry, o advertira para manter distância do Sonserino. O que Snape não havia percebido é que ele não havia feito nada além de despertar o interesse de Harry, deixando-o imaginando o que Malfoy poderia estar fazendo, o que incomodaria até mesmo a mente distorcida de Snape.

Os encontros sexuais que Harry tivera nos últimos meses não tinham sido particularmente aventureiros, não pelos padrões de ninguém. Consistiam principalmente em punhetas em banheiros sujos de pubs e boquetes bêbados em becos. Por mais que ele agisse como se a agressão sofrida no verão não o tivesse afetado, isso o deixou um pouco desconfiado de ficar sozinho com qualquer pessoa que não conhecesse.

Desde então, os pensamentos sobre os apetites peculiares de Malfoy estavam na vanguarda da mente de Harry. Muitas vezes, no meio de uma aula de adivinhação particularmente entediante, ele se pegava perdendo a concentração enquanto imaginava as coisas indescritíveis que Malfoy gostava de fazer. Esse pensamento deveria tê-lo assustado um pouco, definitivamente deveria tê-lo mantido longe de Malfoy, e certamente não explicava por que ele havia escolhido outra garrafa de uísque, escovado os dentes duas vezes e estava voltando para a Torre de Astronomia.

— Você tem um desejo de morrer, Potter?

— Não tenho medo de você, Malfoy.

— Bem, talvez você devesse ter — respondeu Malfoy de forma um pouco ameaçadora. Enquanto falava, ele ergueu um frasco de quadril fortemente enfeitado com joias até os lábios e tomou um gole.

Idiota pomposo, Harry pensou consigo mesmo, enquanto pairava no vão da porta por um momento, antes de dar as costas a Malfoy e se dirigir ao seu lugar anterior, perto das grades. Ele subiu na grade, ignorando propositalmente Malfoy, que estava olhando para a parte de trás de sua cabeça.

O tempo havia mudado esta semana, com um ar mais outonal descendo sobre o castelo. O céu estava limpo, mas o vento estava frio e ele se arrepiou um pouco.

Malfoy levou um total de dezoito segundos antes de ir até onde Harry estava sentado e subir ao seu lado.

— Está com frio, Potter? — perguntou ele, com a voz provocante, enquanto olhava os mamilos eretos de Harry através da camiseta branca fina.

Harry cruzou os braços sobre o peito de forma defensiva e o encarou.

— Foi isso que você veio dizer?

— Não, vim pegar um cigarro, deixei o meu nas masmorras.

— Azarado — disse Harry, presunçoso. Tirou um e o acendeu só para provar seu ponto de vista.

Draco o observou atentamente enquanto ele dava várias tragadas, esperando seu tempo antes de se aproximar e pegar o cigarro entre os lábios entreabertos de Harry e inseri-lo entre os seus. A ação era estranhamente íntima para dois supostos inimigos.

I mean, it's sort of exciting, isn't it, breaking the rules? | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora