I mean, it's sort of exciting, isn't it, breaking the rules? | Snarry

15. Eu cometo erros como qualquer outra pessoa

— Potter, não faça isso — suplicou Snape, com os olhos baixos e os dedos se contorcendo inquietos ao lado do corpo.

— Fazer o quê? — Harry perguntou inocentemente, enquanto Snape, com uma postura rígida e defensiva, tentava e não conseguia olhar para outro lugar que não fosse as partes recém-expostas da anatomia de Potter.

Como ele havia permitido que as coisas chegassem a esse ponto novamente? Seu autocontrole desmoronando diante de seus olhos, nem mesmo vinte e quatro horas depois de ter jurado ficar longe do garoto. Ele era fraco, muito fraco. Merecia ser descoberto, merecia perder o emprego, merecia ir para Azkaban pelas coisas que havia feito e que, ao que tudo indicava, faria novamente! O que havia com Potter? Seria a atração do fruto proibido? a tentação de algo que certamente deveria estar fora dos limites, mas que, surpreendentemente, não estava.

Harry Potter era tudo o que Severus Snape não era, ele era tudo o que havia de bom no mundo, enquanto Severus era tudo o que havia de ruim. Mas, neste momento, a linha entre o bem e o mal, o certo e o errado, estava tão tênue que a névoa nebulosa que era seu cérebro parecia incapaz de distinguir entre os dois.

Harry mordeu o lábio inferior enquanto observava Snape com diversão lutando contra seu conflito interno, fechando a distância já muito pequena entre eles para colocar uma mão firme na bochecha de Snape. O toque não foi hesitante como o da noite anterior, ele o tocou com uma certeza e segurança que Severus definitivamente não compartilhava.

Ele encontrou o olhar de Harry com relutância e Harry se assustou com o cansaço no olhar de Snape.

— Por que você persiste, Potter? — Snape perguntou em um sussurro enquanto Harry passava o polegar sobre o lábio inferior.

— O que posso dizer, senhor? A teimosia dos Grifinórios.

Snape soltou um suspiro divertido enquanto seu corpo traidor se inclinava para o toque de Potter. Parecia tão natural, de uma forma que nunca havia sentido com ninguém, de uma forma que não tinha o direito de sentir, especialmente nas mãos do filho adolescente de seu rival de infância.

— Se eu dissesse sim, isso só terminaria de uma maneira, até mesmo um grifinório tolo como você deve ver isso.

— Pode terminar como quisermos que termine. É óbvio que você ainda me quer — argumentou Harry, olhando para baixo, para seu próprio corpo reluzente, e percebendo o olhar perdido de Snape com um sorriso. — E eu tenho certeza de que deixei bem claro o que eu quero.

— Não é tão simples assim, Potter! — Snape estalou de repente, afastando a mão de Harry com um tapa e se levantando. Ele hesitou por um momento, com o corpo molhado e disposto de Potter a apenas um fio de cabelo de distância do seu, e, por um momento de esperança, Harry pensou que ele fosse ceder; mas então, com uma quantidade inacreditável de autodisciplina, ele passou por ele e saiu para a sala de estar, deixando Harry frustrado e sozinho no quarto.

Alguns minutos depois, quando Snape havia acendido uma fogueira e estava olhando mal-humorado para as chamas, Harry reapareceu na sala de estar, felizmente já completamente vestido. Snape ouviu os passos, mas se absteve de se virar, pois já havia resistido aos avanços de Harry uma vez e duvidava de sua capacidade de fazê-lo uma segunda vez. Os passos de Harry pararam atrás da poltrona em que Severus estava sentado, e ele estaria mentindo se dissesse que não ficou um pouco desapontado quando ouviu os passos recomeçarem e o clique do trinco quando a porta se fechou atrás dele.

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Nas semanas que se seguiram, Snape tentou de tudo para escapar do fenômeno que era Harry Potter, chegando ao ponto de mudar de direção no corredor quando via uma mecha de cabelo familiar vindo em sua direção. Em alguns dias, ele até evitava as refeições, só para não ver a intolerável presunção que irradiava de Potter toda vez que ele chamava sua atenção, o que, convenhamos, era muito frequente, além do estritamente adequado para um professor.