18. Travessuras gerenciadas

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Harry se divertiu muito com a expressão de espanto no rosto de Severus quando ele saiu do Ministério para a claridade ofuscante e viu Harry encostado casualmente no poste de luz mais próximo.

Tampouco deixou de notar o revirar de seus lábios quando Severus finalmente juntou dois e dois e foi direto para onde Harry estava.

— Suponho que tenho de agradecer a você por isso, então — disse Snape, cruzando os braços sobre o peito e olhando para Harry como se não tivesse acabado de salvá-lo de uma longa temporada em Azkaban.

Harry olhou para ele inocentemente, sem conseguir conter o sorriso.

— Não — disse Harry, subitamente sério. — Tenho de agradecer a você, por tudo.

Severus franziu a testa em confusão.

— Por que diabos você poderia me agradecer?

— Por se importar comigo e por não ter desistido de mim, mesmo quando eu lhe dei motivos para isso.

Severus grunhiu em sinal de reconhecimento, olhando em volta desconfortavelmente.

— Estou surpreso que Minerva não esteja com você, presumo que ela saiba que você está aqui.

— Oh, ela estava aqui — disse Harry com um sorriso — e ficou bastante desapontada também quando Robards não precisou de nenhuma persuasão extra.

Snape soltou uma risada involuntária e Harry ficou surpreso por um momento com a rara visão. O sol deslumbrante do inverno fez Snape parecer mais jovem, mais despreocupado, mais humano.

— Você deveria fazer isso com mais frequência — disse Harry com alegria.

— Fazer o quê?

— Sorrir.

Snape revirou os olhos antes de olhar carinhosamente para Harry.

— Chega de sentimentalismo, Sr. Potter, as pessoas vão falar.

— Que falem — disse Harry, aproximando-se, ignorando os protestos de Snape. — Nós dois sabemos que amanhã, a esta hora, isso estará em todo o Profeta Diário.

Snape fez uma pausa, como se de repente percebesse o que Harry estava arriscando ao estar aqui, o que ele havia sacrificado ao falar com o Ministério.

— Não precisava ter feito isso, você sabe que pessoas como Rita Skeeter terão um dia de campo com isso.

— Eu sei — disse Harry, ainda sorrindo.

— E isso não o incomoda?

— Não, não mais, deixe-a fazer o pior que puder, estou vendo agora: Harry Potter, a donzela em perigo, e Severus Snape, o cavaleiro galante, cavalgando em seu socorro para salvar a honra da pobre donzela.

Snape bufou de incredulidade.

— Eu tinha a impressão de que a honra da "Donzela" já havia sido salva muito antes de eu aparecer — disse ele, um pouco amargurado.

— Sempre pensando no pior — murmurou Harry, segurando a parte da frente das vestes de Snape. — Eu odiaria privá-lo de seu único objetivo na vida, afinal de contas.

— E qual seria ele? — Snape ronronou, inclinando-se para baixo, com os lábios agora a um fio de distância dos de Harry.

— Manter-me longe de problemas, é claro.

— Ah, é claro, você não desiste, Potter.

— Bem, vale a pena lutar por algumas coisas.

— Então, é um bom trabalho que você seja uma doce donzela em perigo, não é, Sr. Potter? Mas a questão é: quem vai salvá-lo de mim?

I mean, it's sort of exciting, isn't it, breaking the rules? | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora