17. Você precisa fazer alguns sacrifícios

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Severus não soube dizer por quanto tempo eles permaneceram juntos na escuridão, nenhum deles querendo ser o único a quebrar o silêncio que os prendia naquele momento. Ouvir aquelas palavras saindo da boca de Harry confirmava tudo o que Severus ousara esperar, tudo o que ele ousara sonhar, e falar agora quase certamente faria com que a realidade desabasse ao seu redor. Exporia tudo o que era, um sonho, tinha de ser.

Ele podia ver a esperança nos olhos de Harry enquanto esperava que Severus dissesse alguma coisa, que dissesse qualquer coisa. Normalmente um homem de muitas palavras, Severus estava encontrando uma dificuldade incomum para selecionar até mesmo uma do vasto catálogo de seu vocabulário; e, em uma demonstração incaracterística de ineloquência, ele abriu a boca, fechou-a e depois abriu-a novamente. Mas antes que ele pudesse começar a expressar seus sentimentos em palavras, uma luz brilhante surgiu no corredor na forma do Patrono prateado do gato malhado de Minerva, que começou a transmitir uma mensagem, sua voz, severa, porém suave, ecoando alto no corredor vazio.

— Severus, há Aurores procurando por você em minha sala, é melhor vir depressa.

— Aurores?! — Harry sibilou no momento em que o patrono de McGonagall desapareceu. — Você não acha que eles -

— Não, Potter, não acho — respondeu Snape com firmeza, a voz firme, mas a expressão inquieta. — Agora volte para seu dormitório imediatamente. Retomaremos essa conversa em outra ocasião.

Harry demorou um pouco, relutante em se separar daquele jeito quando eles finalmente pareciam estar chegando a algum lugar.

— Agora! — Snape estalou, girando sobre os calcanhares e marchando na direção do escritório de Minerva.

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— Qual parece ser o problema, senhores? — perguntou Snape, entrando na sala. Os Aurores eram conhecidos como caçadores de bruxos das trevas por algum motivo e sua presença não era um bom presságio.

Eram seis, o que Severus tinha de admitir que era um pouco preocupante, assim como a hora de sua visita. Seis Aurores não entravam em Hogwarts na calada da noite para fazer simples investigações, eles estavam aqui para fazer uma prisão, isso estava claro. Isso ficou ainda mais claro com a inquietação que sua chegada provocou e com o flexionar e o desflexionar das mãos das varinhas dos Aurores. Eles esperavam que ele lutasse, isso era certo.

— Severus Snape? — perguntou o Auror mais próximo, como se todos na sala já não estivessem cientes de sua identidade.

— Professor Severus Snape, sim — respondeu Snape com altivez.

— Recebemos um mandado de prisão para o senhor Snape — zombou o Auror com uma careta. — Seria do interesse de todos se você viesse em silêncio, senhor.

— Uma prisão? — Minerva gaguejou, sentada atrás de sua mesa, olhando confusa para a conversa. — Isso é um ultraje, você deve estar enganado, Severus é o Diretor desta escola, quais são as acusações dele?

— Preferimos discutir isso no Ministério, senhora, se você não se importar.

— Não me venha com essa de "senhora"! — Minerva gritou, levantando-se com um estalo de magia. — Não se preocupe, Severus, eu vou ligar para o Ministro logo cedo, ele vai resolver esse mal-entendido, tenho certeza disso.

— Sim, faça isso Minerva — disse Snape, de repente vendo suas mãos magicamente amarradas e sua varinha arrancada de seu poder. Ele tinha a sensação de que Kingsley Shacklebolt poderia fazer muito pouco a respeito disso.

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— Harry, você parece muito distraído esta manhã, está tudo bem?

Ron levantou os olhos de sua avalanche de salsichas e ovos para olhar para Harry, evidentemente surpreso ao saber que seu melhor amigo não estava tão bem como ele presumia.

I mean, it's sort of exciting, isn't it, breaking the rules? | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora