CAPÍTULO 18

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Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seria suficiente para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras.
(Razão & Sensibilidade – Jane Austen)

MORTE. UMA PEQUENA PALAVRA, mas que traz um mix enorme de sentimentos, até mesmo para pessoas que talvez não nos demos tão bem… Porque nunca esperamos a morte de alguém que parecia estar bem saudável, à medida do possível. Por isso, quando Isabela soube da morte de sua avó, ela ficou muito tempo tentando processar a notícia, mas não derramou uma lágrima sequer. Diferentemente do irmão, Nathan sentiu realmente a morte de Cristina, a única vó que de fato lembrará.

Por mais que tivéssemos nossas brigas, ela era a minha vó, a única que eu conheci e eu a amava. Acho que nunca vou entender porque Deus nos faz amar as pessoas, para um dia tirá-la de perto de nós…

O enterro foi realizado em Londres mesmo, com quase todos da família presente. O único tio que Isa não conhecia não compareceu, ou, pelo menos, ela não viu ninguém desconhecido perto de seu pai, de seu tio Jonathan e de seus primos. Ela não sabia o motivo do afastamento deles, mas sabia que tinha alguma coisa a ver com a morte de seu avô.

De volta ao colégio, após perderem um dia de aula, ela e o irmão resolveram focar seus pensamentos em outras coisas e esquecer o que havia acontecido, já que foi um pedido de Cris. Que eles aproveitassem a vida ao máximo. Enquanto Isa focava nos preparativos para a mudança e para o show de talentos, Nate intercalava entre o treinamento para competição de natação e os ensaios da peça. Ele não esperava que fosse realmente gostar de interpretar em cima do palco, mas uma certa garota estava o motivando muito…

— Você ainda não falou com ela? — Mike questionou o amigo, durante o intervalo dos ensaios. — Como você é lento!

— Eu não sou lento! — Nate discordou. — Apenas quero ter certeza se ela gosta realmente de mim e…

— Você nunca saberá disso se não perguntar diretamente a ela!

— Para eu levar um fora e passar vergonha? Não mesmo!

— Qual é seu plano, então?

— Contar a Tini que eu sou o garoto da festa e pedir a ajuda dela.

— Seguindo o meu conselho, bom garoto… — Mike bagunçou o cabelo do amigo e acabou levando um soco no braço por isso.

— Não sei porque eu estou confiando nos seus conselhos… — Nate resmungou. — Você por acaso já se apaixonou de verdade?

— É complicado…

— É só responder sim ou não!

— Sim, eu já me apaixonei…

— Quem foi a garota? Ela estuda aqui?

— Então… — Nate seguiu o olhar de Mike até o outro lado do auditório, onde estavam algumas garotas.

— Mas ela não é sua prima? — Nate perguntou incrédulo. — Mike…

— Eu falei para você que era complicado… — Antes que Nate pudesse saber mais, os ensaios recomeçaram.

ERA SÁBADO, SOL QUASE JÁ TINHA desaparecido e Maria Júlia já tinha ido para a casa de Joaquim, quando Martina se sentiu bem nostálgica. Estava sentada perto da janela do seu quarto, com seus fones de ouvido e olhando para as estrelas. Tini lembrou que essas horas, há um tempo atrás, estaria com a família e os amigos se acabando de dançar no baile charme. Seu pai era segurança de lá e sempre conseguia que eles conhecessem os artistas que iam. Sempre foi um tipo de terapia para ela aquele lugar. Onde estava com as pessoas que mais amava no mundo e sempre sorrindo e se divertindo.

3. DESTINOS ENTRELAÇADOS: Martina & IsabelaOnde histórias criam vida. Descubra agora