Epílogo

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07/10/2026 — Rio de Janeiro

— E foi assim que sua mãe disse que eu sou o amor da vida dela e que não sabia viver sem mim...

— HÃ-HAM — pigarreou Juliette escorada na porta com os braços cruzados — É assim que tu põe os meninos pra dormir? Contando um monte de mentiras? — finalizou em tom de brincadeira.

Rodolffo sorriu e olhou para o rostinho do bebê que repousava serena em seus braços enquanto ele a embalava.

— 'Ocê tá vendo, Luna? Sua mãe é braba igual cupim! — levou delicadamente a mãozinha que segurava com força seu polegar até seus lábios e beijou antes de colocá-la com cuidado no berço — Boa noite, filha, sonha com os anjinhos! — sussurrou antes de depositar um beijo cálido na testa do bebê.

Rodolffo se aproximou do outro bercinho enquanto Juliette, emocionada, assistia a cena.

— Boa noite, meu filho, sonha com os anjinhos! — sussurrou ele antes de dar um beijinho na testa do outro bebê que já havia dormindo. — Pronto, amor! — disse indo em direção a Juliette — Agora eu sou todin' seu! — completou antes de envolvê-la fortemente em seus braços e dar um leve beijo em seus lábios.

— Eu escutei tudo que tu falou, visse? — brincou Juliette, sentido seu corpo despertar enquanto ele pousava outro beijo em seu pescoço — Tá achando que é Shakespeare pra inventar história assim?

Ele voltou a encará-la com um leve sorriso e a olhou fundo nos olhos antes de falar.

— É brincadeira, amor, ficou chateada?

— Que brincadeira besta! — respondeu — Ei! Vamos fazer alguma coisa diferente hoje? Vamos? Pu favô, meu amor piruquinha! — pediu ela fazendo biquinho.

— Ah, vamos! — exclamou enquanto virava ela e a abraçava por trás, mordiscou o lóbulo da orelha dela antes de sussurrar — Que tal um longo banho de banheira? A gente abre uma champagne...

— Aí você me faz uma massagem... — ele a olhou com cara de preguiça para e ela completou — Oxi! Eu carreguei teus dois filhos na barriga de uma vez durante nove meses, tu acha que eu não mereço, Rodolffo?

— Eu faço uma massagem n'ocê e... — disse ele rendendo-se.

Juliette e Rodolffo já estavam quase na porta quando foram interrompidos por um choro de bebê, eles se olharam e disseram em uníssono:

— Ravi!

— Ele deve tá com fome. — Juliette desvencilhou-se rapidamente do abraço de Rodolffo e foi em direção ao berço do pequeno Ravi — Vem, meu bichinho, vem com mainha, seu painho vai esperar um tiquinho.

Ela sentou na poltrona e começou a amamentar seu bebê enquanto Rodolffo admirava a cena.

— Amor, nossos planos vão ter que esperar!

— Tá bão! O Ravi é o único homem que eu aceito dividir 'ocê! — os olhos de Rodolffo brilhavam — 'Cê já reparou que ele tem toda sua personalidade? Meu filho saiu todinho a mamãe, né possível!

— Já sim! E que a Luna parece um Buda de tão tranquila e quietinha igual tu, eu também já reparei!

— É minha filha, uai! Mas é linda igual 'ocê! — se aproximou dela novamente e deu um beijo em sua testa antes de completar — Vou encher a banheira, tá? Que hoje 'cê não me escapa, visse? — imitou-a antes de sair do quarto dos bebês.

— Tu que não me escapa hoje, homi! — respondeu-o deixando claro que tinha grandes intenções esta noite.

Rodolffo virou-se apenas para lhe dar o sorriso safado mais lindo do mundo.

Juliette contemplou o homem da sua vida sair pela porta e fechou os olhos. Em uma fração de segundo passou por sua cabeça todas as alegrias, tristezas, encontros e desencontros que eles precisaram passar para chegar ali. Ainda não era fácil, mas eles aprenderam a lutar juntos contra todas as adversidades e a confiarem um no outro.

Agora ela tinha os maiores prêmios que a vida poderia lhe dar: o grande amor de sua vida e seus amados filhos, frutos desse amor.

No fim, o amor venceu o ódio e o eclipse tornou-se eterno.

Fim.

É Sobre Amor de SobraOnde histórias criam vida. Descubra agora