Para sempre

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Atenção: toda a história acontece durante a idade média.

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 Estou sentada no pé da casa na árvore que construí há alguns anos atrás. Sempre quis ter mais privacidade e ficar longe da vila, e a floresta sempre me pareceu uma ótima opção. Longe da população, posso ficar com a pessoa que eu amo, Hailee Caccini Steinfeld. Ela mora em um bairro nobre do reino, eu jamais iria conseguir entrar durante o dia na residência de seus pais para vê-la, digamos que sou considerada extremamente inferior para a nobreza, mas ela consegue sair com muita maestria.

-Senhorita Caccini, que coincidência vê-la por aqui - brinca Hailee chegando por trás de mim e retirando o desenho que eu estava fazendo de minhas mãos para se sentar em meu colo.

-Oi, Haiz. Sabe que eu nunca vou poder me casar com você, não é? Não terei o sobrenome Caccini - ela suspira e me dá um selinho, para em seguida me olhar com um olhar sincero que demonstrava tristeza.

-Eu odeio isso. Não quero me casar forçada com algum nobre idiota que eu nem conheço e que meu pai está arrumando pra mim por puro interesse econômico - revira os olhos e nota o desenho ao meu lado.

-Que lindo, amor. Mas uma mulher semi-nua e com flechas da realeza? O que isso representa? - pega o desenho e se senta ao meu lado.

-As flechas são dela - dou uma pausa e ela me olha como incentivo para continuar. - Ela é Diana, a deusa da caça. Ela fez da floresta o seu lar. Nunca conheceu um homem, até que Acteão, um caçador, a achou.

-Um caçador? Por que não um pescador? - sorrio ignorando a pergunta para terminar.

-Ele se escondeu e a viu se banhando.

-Ele foi punido pela intromissão?

-Sem a menor piedade - sorrio e a olho. - Diana o transformou em um cervo e ele foi despedaçado pelos seus cães.

-E você acha que a punição foi merecida? - questiona analisando o desenho.

-A história não foi sempre assim? A beleza transforma os homens em feras - pego o desenho de sua mão e começo a subir na casa da árvore, Hailee encolhe todo o vestido e faz o mesmo.

-Como você conhece tantas histórias de figuras mitológicas? Não temos acesso aos livros - pergunta se deitando no edredom que tínhamos colocado no chão para deixar nosso cantinho mais confortável.

-Meu tio trabalha na catedral, consigo pegar suas chaves escondido as vezes. Não é tão difícil driblar a segurança do reino - me deito ao seu lado e ela coloca as pernas por cima das minhas.

-Ou você que já tem experiência, não sei como nunca foi pega se enfiando nessas matas  - sorri e da de ombros.

-Eu já vivi aqui o bastante para saber o caminho, mas não o bastante para esquecê-lo - dou um sorriso convencido. - E falou a garota que sai todos os dias escondida de cinco guardas da realeza para ir ver uma moça que trabalha com os servos e que seu pai nunca a aceitaria sendo amiga de sua filha - reviro os olhos e ela me olha séria.

-Você sabe que a única coisa que importa pra mim é você. Não quero essa vida fresca se não puder ter o mínimo de liberdade e você nela. Ele não irá decidir isso por mim.

-Homens me dão repúdio - faço uma careta e a vejo fazer o mesmo.

-A mim também. Você não acha injusto não podermos ter acesso à escola e aos livros?

-Muito. Mas eles batem na mesma tecla sempre: "o conhecimento mata a inocência".

-Como se fôssemos inocentes. Como eles acham que nós fazemos os guerreiros que lutam ao lado deles? - solto uma gargalhada e ela sorri boba.

-Você está certa, senhorita - falo olhando para os seus lábios que são pressionados aos meus.

   Hailee sobe em cima de mim com dificuldade por conta do peso de seu vestido, sinto sua língua entrar em contato com a minha e ela geme.

-Nenhum nobre que meu pai me arranjar irá me fazer sentir o que você faz - fala ofegante e eu sorrio beijando seu pescoço.


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Hailee pov 

   Entro pela entrada dos fundos da minha casa e subo rapidamente em direção ao meu quarto, quando uma criada me olha e com uma feição um pouco surpresa, fala:

-Boa noite, senhorita Steinfeld. O senhor Caccini a espera na sala de jantar para acompanhá-lo à ceia - aceno e me viro indo em direção a sala de jantar, vendo meus pais e meu irmão sentados na mesa.

-Boa noite - falo atraindo olhares para mim.

-Sente-se, Hailee - meu pai pede e o obedeço. - Por que a barra de seu vestido está sujo de terra? Isso não são modos do comportamento de uma dama!

-Desculpe, pai. Fui colher maçãs a tarde e não prestei atenção.

-Temos criadas para isso. Enfim, exigi sua presença porque quero dar um comunicado - vejo meu irmão sorrir e encaro meu pai esperando que continuasse. - Você irá se casar.

-O QUE? COMO ASSIM? NÃO PODE FAZER ISSO! - me levanto da mesa e sinto um nó ser formado em minha garganta só de pensar em como ficaria minha relação com Sn.

-Primeiro - se levanta. - Eu posso e eu fiz, ele irá vir mês que vem. Carlla irá te ajudar na preparação para a cerimônia.

-E o Griffin? Ele não é casado - a olho indignada.

-Ele é homem e irá assumir o posto de patriarca de nossa família, você como mulher tem o dever de estar casada e seguir destino em outra casa. Agora sem mais questionamentos e vá para o seu quarto. Já fez muita ceninha me desrespeitando na frente de sua mãe e seu irmão - olho pra ele com raiva e saio.

   Deito em minha cama e choro até pegar no sono. Sinto alguém me balançando no meio da madrugada, mas estava muito cansada para acordar totalmente.

-Qual é? Me deixa dormir.

-Amor, sou eu - pera aí, será que eu tô sonhando? - Os guardas dos fundos dormiram igual pedra, trouxe vinho da feira dos meus pais para tomarmos - ok, eu não estou sonhando.

-Sn! - a abraço. - Que bom que conseguiu vir, amo quando vem de madrugada me ver.

-Eu fiquei com saudade - fala e se senta ao meu lado colocando a bebida na cabeceira da cama e me dando um selinho demorado. - Por que está triste? - droga, ela me conhece tão bem.

-A gente precisa conversar - ela franze o cenho e acena para eu dar continuidade. - Não vou enrolar e nem esconder isso de você. Meu pai quer que eu me case e já está marcado para o mês que vem.

-Peraí, o que? - vejo uma lágrima se formar em seus olhos e a abraço, a deitando em meu peito e a dando tempo para processar. - Isso quer dizer que não vamos mais nos ver?

-Claro que não, meu amor. Nós ainda vamos nos ver, só não quero que você saiba pela boca das pessoas fofoqueiras da vila e ache que escondi isso de você.

-Eu entendo que não é escolha sua. Por mais que doa, não podemos fazer nada, mas nada irá mudar nosso amor, tá me ouvindo? - concordo com a cabeça e a levanto para beijá-la.

-Hum... - separa o beijo. - Vamos abrir o vinho.

-Vamos, senhorita Caccini - ela revira os olhos sorrindo e me entrega a garrafa depois de beber um gole.

-Alguns diriam que é um juramento - a olho. - Beber o vinho no mesmo bico.

-Bom, se for, eu juro te amar mais que tudo e sempre estar aqui para nós independentemente do que aconteça.

-Eu também juro. Serei pra sempre sua senhorita Caccini! - sorrio e me enterro em seus braços. Ela é minha melhor e única alma gêmea.





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