Clichê

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S/n pov

-Ok, presta atenção aqui - falo com Florence, que descia as escadas da escola ao meu lado, mexendo no celular. - Florence!

-Oi - guarda o celular depois de dar a última conferida. - Tô ouvindo!

-Aham - respondo com sarcasmo. - Enfim, eu já sei como vou descobrir o nome da menina misteriosa, e de quebra, o instagram vem junto.

-Como? 

-Eu fiz um bilhetinho e vou dar para a professora de história entregar para ela - dou de ombros.

-E você está pensando em escrever o que nesse bilhetinho?

-Não vou falar que sou eu, mas vou escrever que acho ela muito bonita e pedir a conta dela. 

-E como que ela vai te responder sem saber quem mandou? - pergunta em um tom irônico.

-Ah, eu escrevo uma observação em baixo da carta falando para ela entregar para a professora - dou de ombros.

-Como você é complicada - me olha indignada, parando no corredor. - Só fala com ela logo!

-Não é tão simples assim. Você sabe que eu fico nervosa - volto a andar, com ela atrás de mim.

-Todo mundo fica. O que faz a diferença é quem tem coragem de deixar esse nervosismo de lado. Ou não deixar, e ir com ele mesmo - se senta em um banco do pátio, me fazendo sentar ao seu lado.

-É, mas não tô afim de fazer diferença nenhuma - dou um sorriso cínico para ela.

-Pois se eu fosse você, eu pararia de ser cagona e faria agora mesmo - fala olhando para algo atrás de mim, me fazendo virar para trás.

-Para, Florence! - começo a ficar nervosa ao ver a menina saindo da escola. - Calma!

-Eu tô calma - responde, tentando não rir.

-Sério. Isso é questão de vida ou morte.

-Vai, S/n - desvia o olhar para mim, que acompanhava o andar da menina ao vê-la se sentar em um dos bancos do pátio também, digitando algo no celular. - Se der errado, você vai ter eu bem aqui. E agora é sua chance, só se vive uma vez.

-Você arranca a dignidade do meu corpo com essa frase - me levanto e tiro o bilhetinho do bolso.

-Você vai mesmo? - arregala os olhos ao me ver indo na direção da garota.

-Quieta - ando até a menina, que desvia a atenção do celular ao perceber minha presença. - Oi.

-Oi? - percebo que ela olha disfarçadamente para os lados, conferindo se era com ela mesmo.

-É... Isso aqui é para você - estendo o papel.

-Para mim? - percebo confusão em sua voz, mas ela abre um sorriso tímido ao pegar a carta. 

-Abre só em casa, por favor.

-Tudo bem, mas... - ela iria perguntar algo, sei que iria, mas eu já tinha dado meia volta.

-MEU DEUS - entrelaço meu braço ao de Florence, andando rapidamente à saída.

-Morreu?

-Ei! - solto os nossos braços. - Era para você estar me apoiando.

-Mas eu estou, só que você é muito enrolada.

-Eu não sou enrolada - olho para seu rosto, que claramente falava "ok, mas agora conta". - Eu só entreguei e saí.

-Deus do céu - revira os olhos, desacreditada.

-O que você queria que eu fizesse?

-Sei lá. Perguntasse pelo menos o nome dela antes? - fala óbvia.

Hailee Steinfeld imaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora