16.

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Giulia Ribeiro Barbosa.

Giu, a gente tá falando com você, amiga. — Gisellen me cutucou rindo, fazendo eu sair do estado de transe em que me encontrava a alguns longos minutos.

— Ah. Desculpa, pode repetir? — perguntei sorrindo, meio forçado mas sorrindo.

— Qual foi o melhor momento da sua vida com o Gabi? — Dessa vez, quem perguntou foi Marília, minha cunhada.

— Nascimento do Bernardo. — falei suspirando em seguida.

— Todo mundo deu a mesma resposta, meu Deus. — Marília disse rindo.

Elas começaram a falar sobre outros assuntos, mas eu nem dei bola. Minha cabeça estava longe, pensando em mil e uma coisas.

Eu não sabia ao certo o que o Gabriel tinha falado pra tal da Melissa, mas pra quem conheceu ela a duas semanas, contar do nossos problemas, não fazia sentido algum.

— Meninas, eu acho que eu já vou. — falei me levantando da mesa em que estávamos reunidas.

— Ué, por que? — Bruninha perguntou, sugando o líquido do copo por um canudinho rosa.

— Não tô me sentindo muito bem, tô meio enjoada. — simples.

— Toma algum remédio, amiga. — Gisellen disse e eu neguei.

— Meu remédio pra agora, seria ir pra casa, amiga. — falei e ela assentiu me abraçando. — Tchau minhas deusas. — abracei cada uma.

— Vai aparecer no beach, amanhã, né? — Marília perguntou quando eu estava saindo de perto delas e eu apenas assenti, mandando um beijinho pra elas.

— Meu amor, eu já tô indo viu. — anunciei parando ao lado da cadeira que meu irmão estava sentado, com um copo de Gin na mão.

— Já, princesa? — perguntou levantando da cadeira e me abraçando.

— Tchau, meninos. Vocês foram incríveis hoje no jogo, parabéns pela vitória. — falei abraçando cada um, que me responderam com um "obrigada, Giu"

Entrei na casa e fui buscar o meu filho no quarto que ele estava dividindo junto com os dois primos. Peguei ele no colo ainda dormindo e desci às escadas com a mochila dele pendurada no meu ombro.

Gabriel estava sentado no sofá, de cabeça baixa, então parei na frente dele, esperando que ele me olhasse pra eu dizer que estava pronta pra ir embora.

— Oi, Loira. O que foi? — perguntou, guardando o celular no bolso e em seguida se levantando do sofá.

— Eu já quero ir 'pra casa, Gabriel. — falei e ele assentiu.

— Vou só me despedir do pessoal, conta 2. — disse indo até os meninos e em seguida voltando até mim. — vamos. — assenti e segui ele até o carro.

O trajeto inteiro fomos em silêncio. Assim que o carro foi estacionado na garagem, ele desceu na frente, 'pra abrir a porta, já que eu estava com o Bernardo no colo.

Coloquei meu filho no berço que ficava no meu quarto e fui tomar um banho.

Eu queria conversar com o Gabriel sobre nós dois, nosso casamento e principalmente sobre os nossos problemas.

Desliguei o chuveiro, seguindo pro meu closet, coloquei um pijama leve, soltei e penteei o meu cabelo.

— Gabi. — Falei parando na frente dele, chamando sua atenção. — Temos que conversar. — me sentei na cama, ficando de frente pra ele.

— Ah. Tá bom. — respondeu simples, guardando o celular no bolso do shorts que ele usava.

— Eu nem sei por onde começar. — forcei um sorriso e mordi meus lábios de leve — Você sabe que não estamos em uma fase boa, não é?

— Sei. — respondeu meio confuso. — Mas, cê tá querendo chegar aonde com esses papos?

— Acho que nós temos que dar um tempo. — falei e a expressão dele mudou na hora.

— Como assim dar um tempo, Giuliana? Tá querendo se separar de mim? É isso? — falou, e eu notei o nervosismo em sua voz.

— A gente precisa decidir o que queremos pras nossas vidas, Gabi. — falei com a voz meio falha, o choro tava querendo vir.

— Eu sei muito bem o que eu quero pra minha vida. Eu quero você, nosso filho e o nosso casamento. — falou com a voz falhada.

— Não parece, sinceramente. — dei uma pausa, pro choro não descer. — observa os últimos meses, você saia sozinho em festa por aí. Vivendo uma vida de solteiro, enquanto eu, pagava de corna em tudo quanto era lugar. E você nunca fez questão de desmentir nada. — falei deixando uma lagrima cair.

— Minha mente tava muito sobrecarregada nos últimos meses, Giuliana. — justificou.

— Não vem com essa justificativa de merda. Quando eu precisava de você, tu tava por aí curtindo. Nosso filho passou mal e você não tava aqui pra me ajudar com ele. — rebati olhando sério pra ele.

— Naquele dia, você tinha arrumado uma briga nada haver comigo, cara. — respondeu levantando o tom de voz.

— Não foi uma briga nada haver, você sabe muito bem disso. — falei — Eu não te reconheço mais, Gabriel.

— Como assim?

— Cadê aquele Gabriel que acompanhou a minha gravidez de pertinho, me jurando que iria ser o melhor pai do mundo? Cadê aquele Gabriel que me pediu em casamento e prometeu que não ia me fazer sofrer? Cadê o meu Gabriel? — falei sentindo varias lágrimas caírem.

— Eu to aqui, Giulia. Eu to aqui. — falou deixando uma lágrima fugir. — Me desculpa, por tudo.

— Desculpas e mais desculpas, Gabriel. — disse olhando pra ele. — Eu preciso de um tempo pra mim, você também precisa de um tempo pra você. Nós precisamos muito. — falei de uma vez.

— Não, a gente não precisa de tempo, Loira. — falou chegando perto de mim. — Eu prometo que eu vou melhorar. Eu prometo pra você, mas por favor, não fica longe de mim. — falou me abraçando.

— Gabi, isso é necessário, você sabe que é! — afirmei e ele negou com a cabeça.

— Eu te amo, Giulia. Eu te amo muito! — fechou os olhos.

— Gabriel, olha pra gente, cara. Nós não somos mais como antes. Parece que você perdeu o encanto que tinha por mim.

— Nunca perdi enquanto nenhum. — negou na mesma hora. — Loira, vamos resolver isso amanhã. Por favor! — Se sentou na cama, passando a mão sobre o rosto. — Dorme comigo, por favor. — implorou com os olhos cheios de lágrimas. — Por favor.

— Ok. — respondi baixo, indo em direção a cama.

Gabriel me puxou pra ele, me abraçando por trás.

— Eu nunca perdi o meu encanto por você. Nunca vou perder, porque eu te amo! Você é a minha vida, Giulia. Sem você eu não sou nada, cara. — falou no meu ouvido. — Eu sei que erro muito com você, mas eu te amo mais do que amo a mim mesmo, Loira.

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