08.

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Giulia Ribeiro Barbosa.

📍Leblon, residência dos Barbosa.

Pela parte da tarde, meu pai veio me deixar na minha casa, a pedido meu.

Gabriel deveria estar no centro de treinamento, como de costume, mas quando ele chegasse, iríamos ter uma conversa sobre o que aconteceu.

— Oi, aonde você tava? — perguntou fechando a porta atrás dele.

— Na casa do meu pai. — Respondi mexendo no celular.

— Poderia ter me avisado, né? Fiquei doido atrás de você. — Falou sentando do meu lado, no sofá.

— Me poupe, Gabriel. — disse dando de ombros.

— Me poupe por que, mano? — falou arqueando a sobrancelha.

— Mano é o caralho, eu não sou nenhuma vagabunda tua pra tu falar assim comigo. E me poupe de tu querer vir me dizer que tava doido atrás de mim, seu sínico. — falei largando o celular e olhando pra ele.

— Mas eu tava, e eu só não te atendi ontem, pq eu não tava afim de discutir contigo, Giulia. — disse alterando a voz.

— Eu não tava te ligando pra brigar, seu idiota. — falei séria

— E tava ligando pra que então? Por que tu só sabe brigar, brigar e brigar o tempo inteiro, cara.

— Eu tava te ligando porque o teu filho tava queimando em febre e eu não podia sair dirigindo sozinha com ele no meio da madrugada. — falei e sua feição mudou de irritado pra culpado.

— Por que tu não me falou por mensagem? Eu teria ido embora de lá na hora! — falou.

— Não vem com teu papo, Barbosa. Eu te mandei mensagem, seu babaca.— disse me levantando.

— Para de tentar me colocar como culpado, mano. Quem começou a briga comigo ontem foi você! Então não vem usar meu filho pra me culpar, não. — disse levantando do sofá e exaltando o tom de sua voz.

— Olha pra mim, mas olha bem na minha cara! Vê se eu tenho coragem de usar o meu próprio filho, Gabriel. — falei exaltando meu tom de voz também.

— Você brigou comigo do nada, ontem. — disse tentando se defender.

— Por que será, Gabriel. Tu é muito sínico, meu Deus! — falei passando as mãos sobre meus cabelos.

— Eu sei que errei com você, não deveria ter saído, mas porra mano, eu não aguento essa sua desconfiança. — disse erguendo as sobrancelhas.

— Minha desconfiança foi causada por você! Que esperava eu dormir, pra sair em festa no meio da madrugada, pra no outro dia chegar em casa todo arrependido e eu otaria do jeito que eu sou, te desculpava. — falei e ele fechou os olhos.

— Eu sei disso, Giuliana. Eu sei. Mas me desculpa. — falou olhando nos meus olhos.

— Eu te desculpar? Você tem que se desculpar, por ter deixado eu e o seu filho na mão, pra ir pra farra e não vem dar desculpa, por que eu já sabia que tu queria só um pezinho pra sair. — falei, fazendo ele suspirar fundo.

— Não vai rolar de novo! Confia em mim, Giulia. — falou baixando o tom de voz.

— Confiar em você? Eu não consigo confiar em você, olha o que você fez! Me deixou sozinha com o teu filho, mais uma vez, seu Gabriel. — falei tentando segurar meu choro.

— A partir de hoje, eu juro que não vou fazer isso de novo, me desculpa por isso. Eu sei que errei. — falou em tom arrependido.

— Sério, me dá um tempo, Gabriel. — falei firme e ele me olhou surpreso.

— Como assim um tempo? Você tá querendo se separar de mim? É isso? — perguntou ficando eufórico.

— Eu pedi um tempo pra pensar sobre tudo isso, Gabriel. Eu não to me separando de você. — falei e ele me olhou confuso.

— O que você acha de irmos pra Angra? Eu peço folga lá no clube, explico que o bebê tá doente. Vamos tirar um tempo pra gente, precisamos nos resolver, Giulia. — falou meio nervoso, enquanto segurava minhas mãos.

— Você que sabe. — falei soltando minhas mãos das suas e subindo pro quarto do meu filho.

Eu não queria me separar dele, de forma nenhuma! Meu amor por ele é imenso, e eu jamais conseguiria ficar longe dele.

Mas a partir do momento que começar a me sufocar e me fazer mal, tem que ter um basta. E isso não é só sobre nós dois e sim sobre o nosso filho, que tá enfiado no meio dessa bolha.

Fase ruim - Gabigol. Onde histórias criam vida. Descubra agora