Giovanna é dona de uma das melhores casas noturnas do Rio de Janeiro. Desde sempre, teve que dar duro para ter algo na vida, e em consequência disso, abdicou de muitas coisas. E uma delas foi o amor. Não era para ela, e ela tinha plena consciência d...
Dois meses se passaram desde o dia em que "formalizaram" o contrato. Os encontros haviam ficado cada vez mais frequentes. Os dois dias na semana passaram a ser três, depois quatro, e as vezes até cinco. Nem eles entendiam como conseguiam tanta disposição e vontade. Cada vez mais entregues e livres, encontraram uma boa dinâmica nessa relação, se é que poderiam chamar assim. Funcionavam bem daquele jeito, gostavam daquilo.
Era sábado à tarde, e aquela era uma semana atípica, depois de um mês tão intenso. Não tinham se visto naquela semana. Alexandre ficou preso com tantas gravações, tanto da novela, quanto de suas músicas, e Giovanna precisou fazer uma pequena viagem de dois dias, então mal se falaram, já que outro ponto do contrato era o de não ligar ou mandar mensagem a todo momento.
Mas a saudade, por mais que nenhum dos dois fosse admitir isso, se fez mais forte. E mesmo que ele não quisesse ser o primeiro a ceder, não conseguiu e finalmente pegou o celular.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Ligação on.
— Já disse para você não me ligar. — Giovanna atendeu no segundo toque.
— Parece que eu consigo ver sua cara de brava. — Ele deu um sorrisinho de canto.
— O que você quer Alexandre?
— Você.
— Eu tou falando sério.
— E eu mais ainda. A gente não se viu a semana inteira. Quero te ver hoje.
— Hoje não dá.
— Por que?
— Porque estou cheia de coisa. Tenho uma reunião daqui a pouco. Não vou parar.
— Ótimo. Quando você parar eu te faço uma massagem com aquele óleo lembra? — Ele sorriu baixinho.
— Já disse para você parar com essas coisas, esse tipo de intimidade é demais.
— Tá com medo?
— De que ?
— De se apaixonar por mim.
— Quem deveria ter medo disso é você.
Ficaram em silêncio. Não tinha coragem de falar nada.
— Mas eu vou mesmo assim. Umas oito horas eu chego. Não vou subir, vou direto para nossa suíte. — Ele falou finalmente. — Vou desligar. Te vejo mais tarde.
— Uhum. — Ela murmurou.
Ligação off.
Eles tinham essa coisa de se provocar, as vezes falavam sobre sentimentos, brincando é claro, mas em toda brincadeira há um fundo de verdade, e depois de todo esse tempo, e de toda a intimidade que desenvolveram, não era só mais sexo, já existia uma pontinha, por mínima que fosse, de um sentimento mais forte. Mas nenhum deles iria admitir isso.
