darling, I'll make you my next victim

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sugestão de música :
I want to - rosenfeld



Giovanna acordou tarde na terça feira. Estava cansada da noite anterior e permitiu-se dormir mais um pouco. Se sentou na cama e espreguiçou-se, alcançou o controle das cortinas na mesa ao lado de sua cama e acionou o dispositivo, afim de abri-las. O sol fez-se presente no ambiente e a mulher fechou os olhos por conta da luz que entrou diretamente.

Ela levantou e foi em direção ao seu banheiro. Tirou sua roupa e analisou seu corpo no espelho. Encontrou algumas marcas, arranhões e manchas meio arroxeadas. Sorriu lembrando do momento exato em que elas foram feitas e de quem as fizera.

Foi insano. A única palavra ou sentimento possível para descrever o que tinha acontecido dentro daquelas quatro paredes. Ela entregou-se ao momento, como a muito tempo não fazia, e o sentiu entregue da mesma forma. Mal conhecia Alexandre, mas o desejo de o ter foi bem mais forte que a razão. Não conseguiu controlar-se. Ela tinha necessidade dele, e mesmo o conhecendo a pouco tempo, não pôde ignorar essa vontade. Estava com medo de onde aquilo poderia acabar, e por isso estava tão relutante em deixar que alguém os pegasse no flagra. Não poderia imaginar, que outros clientes, ou até mesmo funcionários, começassem a especular sobre sua vida, ou como ela estava conduzindo aquilo. Desde cedo prometeu a si mesma que nunca, em hipótese alguma, deixaria alguém se meter em sua vida, e agora não seria diferente. Mas ainda assim, tinha medo. Como ela tinha dito a Alexandre, o mundo em que ela vivia era muito diferente, e em certo ponto, cruel e doloroso demais, e ela jamais se perdoaria, se em algum momento o que ela estivesse fazendo, de alguma maneira prejudicasse ou arruinasse a vida e a imagem que ela construiu.

Deixava a água cair sobre sua cabeça, levando o sono e também esses pensamentos. Pegou a toalha, tirou o excesso de água do corpo e do cabelo. Enrolou-se, pegou o secador e começou a secar seu cabelo. Pouco tempo depois, foi em direção ao closet, pegou uma calça preta e uma camiseta branca básica mais soltinha. Calçou uma sandália rasteirinha preta, pegou sua bolsa, documentos e chaves da casa e do carro e saiu de casa. Permitiu-se não ir à academia naquele dia e também resolveu tomar café da manhã em uma padaria próxima dali.

*

Cerca de duas horas depois, Giovanna já estava na Secrets, em sua sala, como de costume. Tirou aquele dia para resolver coisas que estavam pendentes. E como já esperava Amora foi a primeira a chegar, para começar com o interrogatório.

— Vamos lá! — A loira sentou-se à frente de Gio. — Detalhes. Nada menos que detalhes.

— Cadê as outras? Não vieram para a sessão de tortura que vocês gostam de fazer comigo? — Amorena perguntou ainda com o olhar para os papéis.

— Estão chegando. Mas começa logo que eu tô curiosa. — Amora batia os pés em ansiedade.

— Nossa Amora, parece que quem transou foi você! Tá mais feliz que eu! — Giovanna deu um sorrisinho.

— Deusa eu preciso ficar feliz por você! Porque você transando, significa que você está feliz, e você feliz, automaticamente significa, que eu vou ficar em paz e consequentemente feliz também! — Amora falava gesticulando enquanto recebia uma risada gostosa de Giovanna.

— Você não existe Amora, de verdade!

— Vai me conta! Consegui roer todas as unhas de tanto nervoso.

— Ah... foi bom! — Giovanna respondeu sem muita importância.

— Bom ? Como assim "bom"? — Ela fez aspas com os dedos. — Não peraí. Reformula e tenta de novo. — Amora falava incrédula com as palavras da amiga.

Secrets Where stories live. Discover now