don't you tell me that it wasn't mean to be

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sugestão de música :
easily - bruno major


Giovanna estava indo na medida do possível. Se afundou novamente no trabalho, mas dessa vez deixou Ingrid e as meninas estarem mais perto dela. Se fosse para superar, que fosse de uma vez.

Ainda sentia muita raiva de Alexandre por tudo o que havia acontecido, não tinha o perdoado e nem tinha certeza se conseguiria ou se queria perdoar.

A verdade era que a mágoa consumiu todo o ser de Giovanna. Estava realmente machucada, porque achou que daquela vez poderia ser diferente. Tantos anos haviam se passado desde a primeira vez, que ela achava que seria diferente.

— Você tá bem? — Ingrid perguntou chamando a atenção dela.

Estavam sentadas em uma das mesas do salão. Era manhã de uma quarta feira.

— Uhum. — Giovanna murmurou e acenou positivamente.

— Você sabe que não precisa mentir pra mim né ? — Ingrid acariciou o antebraço dela.

— Sei sim. Eu vou ficar bem. Não é a primeira vez, mas foi a última. — Ela deu um sorriso cansado.

— Eu to aqui com você. Pra sempre.

— Eu sei. E eu te amo por isso. — Ela apertou a mão de Ingrid fazendo um carinho ali.

Voltaram ao trabalho. Estavam concentradas nas papeladas daquele dia. Fornecedores, clientes, pilhas de papéis para assinar. Rômulo entrou no salão comuna encomenda para Giovanna.

— Acabei de pegar lá na portaria. Deixaram pra você. — Ele entregou o grande buquê de rosas brancas nas mãos de Giovanna, que o recebeu perplexa.

— Quem deixou ? — Ela perguntou respirando fundo o aroma das flores.

— Não falaram. Mas tem um cartão aí. — O mais alto apontou para dentro do buquê.

"don't you tell me that it wasn't mean to be
call it quits or call it destiny
just because it won't come, easily
doesn't mean, we shouldn't try"
me perdoa.
- A.

Giovanna fechou a cara no mesmo instante.

— Pode jogar fora. — Ela entregou de novo o buquê nas mãos de Rômulo.

— Que isso Giovanna! — Ingrid se assustou com a atitude dela. — De quem são ?

— De quem você acha? — Ela falou ríspida.

— Ahta, entendi. — Ficaram em silêncio.

— Tá esperando o que meu filho? Vai, vai, vai! Anda! Coloca isso no quinto dos infernos. — Ela ordenou e voltou a olhar os papéis que estavam em sua frente.

Ingrid fez sinal para o rapaz colocar na sala dela. E assim ele o fez.

— Calma Gi. Também não precisava gritar.

— Ai Ingrid, desculpa. Não foi a intenção. — Ela refletiu um pouco. — É porque não não tinha o direito sabe?! Ela que quis ir embora.

— Eu sei. Você tá certa! — Elas se olharam. Se entendiam. — Tá bom, chega de coisas tristes. Vamos trabalhar.

— Vamos!

*

Nero chegou no Projac e foi direto para o camarim de Rodrigo. Se sentia bem melhor, e mais determinado do que nunca.

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