been running out of maybes

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sugestão de música :
changes - H.E.R


Uma semana havia se passado e Alexandre se encontrava no mesmo estado deplorável que Rodrigo tinha o visto, alguns dias atrás. Depois do encontro com Giovanna naquela quinta feira, trancou-se em seu apartamento e não deu notícias a ninguém, apenas se isolou do mundo, justamente com as consequências de seus atos.

Rodrigo ligava, mandava mensagem, mas ele não respondia nenhuma, não fazia a menor questão de responder. Seu novo estado normal era o de bêbado. Acabou com seu estoque pessoal de uísque e apelou para os licores, runs e vodcas. O apartamento dele havia se tornado um cenário pós apocalíptico, bem pior do que o de dias atrás. Era lamentável.

Estava jogado no sofá de sua sala, com a tv ligada. Quando escutou a campainha tocar. Estranhou pois o porteiro do prédio não interfonou, o que significava que era alguém conhecido. Manteve-se no mesmo lugar que estava, na esperança da pessoa ir embora, o que não adiantou muito. A campainha tocou mais ainda, e ele manteve-se imóvel. Um breve silêncio fez-se presente e de repente ele ouviu chaves girando a tranca de sua porta.

— O que porra é essa? — Ele se levantou depressa do sofá, assustado com o fato de alguém ter a cópia de sua chave.

— Calma que sou eu. — A mulher de cabelos castanhos e carregada de sacolas adentrou o apartamento.

— O que você tá fazendo aqui Ana? Que susto da porra você me deu. — Ele passou a mão nos cabelos, um pouco nervoso. Foi em direção a ela, para ajudar com as sacolas. — E desde quando você tem a chave do meu apartamento?

— É bom ver você também, seu idiota. — Ela passou por ele o olhando de canto. Colocou as sacolas na mesa e voltou a olhá-lo. — Você está imundo. Vem cá! — O puxou para um abraço, que foi bem recebido por ele.

— Também é bom ver você! Estava com saudades. — Ele abraçou forte a irmã. Eles eram muito apegados e fazia um certo tempo que não se viam, já que Nero tinha uma rotina muito conturbada.

— Vai tomar um banho. Eu vou fazer alguma coisa pra gente comer e depois vamos arrumar esse lixão que você está chamando de apartamento.

Alexandre assentiu e foi em direção ao banheiro, enquanto Aninha se dirigia para a cozinha. Ela amava isso na irmã. Não importava a situação, ela sempre estaria ali com ele. Independente de qualquer coisa, ela sempre o apoiaria.

Ele não demorou muito no banho. Trocou de roupa e secou os cabelos e foi em direção a cozinha. Sentia um cheiro delicioso vindo de lá. Aninha arrasava na cozinha. Tinha preparado um penne all'rrabbiata. Amavam comida italiana, então sempre que se juntavam, esse era o cardápio. Sentaram-se na bancada americana de mármore da cozinha e Aninha foi servindo os pratos.

— Isso tá muito bom! — Alexandre falou de boca cheia.

— Vejo que os modos também se perderam. — Ela sorriu do modo como ele falava. Parecia uma criança devorando o prato.

— Eu te amo, mas amo mais quando você cozinha sabia?!

— Deixa de ser mentiroso! Você só ama minha comida. — Ela falou dando um gole no copo de Coca Cola a sua frente.

— Idiota. — Ele sorriu para ela. Ficaram em silêncio por um tempo, até que ele voltou a falar. — Rodrigo?

— Uhum. — Ela murmurou. — Ele me ligou. Estava muito preocupado com você.

— Odeio aquele cara! — Ele se emburrou um pouco.

— Na verdade você o ama muito, e deveria ser grato pelo resto da vida por ter um amigo tão bom quanto ele. Olha só o seu estado Alexandre. — Ela apontou pra ele e para o apartamento.

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