LONG NIGHT

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Hi, guys!

Me desculpem por não ter conseguido postar ontem. Mas aí está o capítulo 4. Espero que curtam tanto quanto eu.
Ah... e não esqueça de dicar seus comentários e clicar na ⭐️ no final do capítulo.
Boa leitura a todes!

See you late!

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"But now I'm on, I'm on my own again
Thinking you will never show
That won't be home again
And it's gonna be a long night
And it's gonna be cold without your arms
And it's gonna get stage fright caught in the headlights" - The Corrs

Uma folga de quarenta e oito horas, era tudo o que Lauren mais queria. Quatro cirurgias, suporte à emergência e liderar um grupo de residentes tinha demandado muito de sua energia. Ela estava sentada a uma mesa no refeitório enquanto aguardava sua amiga para poderem ir embora juntas, como sempre faziam. Bebia um suco de fruta acompanhado de um croissant e nem percebeu quando Normani se aproximou.

A afro-americana já havia chamado por seu nome algumas vezes, mas ela estava imersa em seus pensamentos que nem escutou.

- Lauren? - dessa vez chamou acompanhada de uma sacudida no ombro.

- Oi? O que? - Lauren enfim despertou dos seus pensamentos.

- Cara, você tá estranha o dia todo. O que deu em você?

- Nada, só tô cansada. Podemos ir? - desviou o assunto.

- Devemos! Estou morta.

- Eu também.

Recolheu seus pertences e deixou um dinheiro sobre a mesa, saindo dali com sua amiga.

Ser calada já era natural para Lauren, mas com sua amiga Normani ela costumava se abrir mais. Contudo, naquela manhã em especial, Lauren estava ainda mais distante, mais do que o normal. Para Normani que a conhecia bem, aquela introspecção já estava incômoda.

- Vai, Lauren, desembucha... O que tá acontecendo com você? Desde que iniciamos o plantão há vinte e quatro hora atrás que você tá com essa cara de enterro. - questionou a amiga enquanto caminhavam pela rua.

- Não é nada. Eu já disse que estou bem, só um pouco cansada.

Essa desculpa pode até colar com qualquer outra pessoa, mas eu te conheço bem, sei que não é somente o cansaço. Anda, desembucha.

- Caramba, tu é chata num nível hard! Não tenho nada pra falar.

- É sobre aquela mulher do encontrão, não é? Você tá esquisita desde o ocorrido. Quem é ela? - Lauren suspirou derrotada, não tinha mais como continuar negando.

- É sim. Ela não me reconheceu, mas ela é alguém do meu passado. Um passado que eu só queria esquecer.

- Tudo bem. - tocou o ombro da amiga em sinal de apoio - Se não tá pronta pra conversar sobre o assunto, eu respeito. Só vamos embora.

Lauren nunca gostava de falar sobre sua vida antes da faculdade. As poucas vezes que tocou no assunto com Normani, ela mostrou ter muita amargura. Na verdade, Lauren cresceu numa cidadezinha interiorana onde o seu pai era o prefeito da cidade. Sofreu muita pressão para ser exemplar já que seu pai era a autoridade naquele pedaço de chão. Mas ela não se sentia bem com a vida que levava, sentia-se muito solitária. Na escola não era de muitos amigos e tudo o que queria era terminar o colegial e poder conduzir a sua vida da forma que sempre quis.

O desejo do seu pai era que ela seguisse na carreira política, levasse o legado que se iniciou desde o seu tataravô. Mas ela não se encaixava naquele mundo. Por muitas vezes escutou seus pais conversando sobre os planos para que ela seguisse na vida política. Clara, sua mãe, não concordava que deveria forçar sua única filha a seguir uma carreira que ela não queria, mas Michael não pensava assim. Ele era intransigente, tradicional e se julgava o mantenedor dos valores e bons costumes.

Então, assim que completou seus estudos no colegial, Lauren seguiu para longe de tudo aquilo sem olhar para trás. Porém, essa sua decisão acabou magoando algumas pessoas no processo. Agora, reencontrar alguém da sua antiga cidade lhe trouxe à tona muitas lembranças e sentimentos mal resolvidos.

Dentro de poucos minutos elas chegaram na rua onde moravam e cada uma seguiu para seus respectivos apartamentos. O porteiro do prédio já conhecia bem a rotina da médica e sempre estava com um sorriso estampado no rosto e pronto para cumprimentar a médica.

- Bom dia, doutora Jauregui! Pelo seu semblante esta manhã, suponho que seu plantão foi bastante agitado.

- Bom dia, Zacarias! Você, como sempre, está certo. Foi um plantão daqueles, mas agora é folga. Quero aproveitar bastante.

- Faz bem, doutora. A senhorita merece.

- Obrigada, Zac. - já ia andando em direção ao elevador - Bom, agora vou subir... Alguma correspondência para mim?

- Não, doutora. Hoje não há nenhuma correspondência, pode subir tranquila para seu apartamento e relaxar.

Lauren riu do que Zacarias disse e se despediu dele assim que as portas do elevador abriram.

Ao entrar no apartamento sentiu-se em paz. Aquele silêncio ensurdecedor era tudo o que ela precisava naquele momento. Precisava acalmar o seu coração e colocar os pensamentos em ordem. Mais que imediatamente foi tomar um banho, deixando que a água que caia do chuveiro massageasse as suas costas e escorresse pelo seu corpo até ir embora pelo ralo, levando embora toda aquela tensão acumulada em seu corpo. Exercitou a técnica do não pensar em nada, precisava desse tempo para si.

Depois do banho reenergizante, envolveu-se em um roupão macio, entrou no seu quarto e deitou na cama. Continuava o exercício de manter a mente vazia e, sem demora, dormiu.

Doze horas ininterruptas de sono foi tudo o que Lauren precisou para se sentir recuperada. Agora desperta, estava na cozinha preparando o seu jantar embalada por músicas do seu agrado. Ela sempre gostou de se fazer companhia, sempre que estava em casa e tinha algum tempo para si, gostava de cozinhar ouvindo música e depois de se deliciar com sua refeição feita por ela mesma. Depois sentava em frente a sua tv para assistir algo nos aplicativos de streaming ou lia algum livro da sua coleção. E esse era o plano para aquele dia. Mas os planos foram mudados quando o seu telefone tocou.

Pegando o aparelho em cima da mesa de centro, a tela informava ser uma chamada do hospital onde trabalhava. Às vezes acontecia de ser requisitada para retornar, mesmo estando de folga. Atendeu a chamada e teve suas suspeitas confirmadas, precisavam dela no hospital com urgência.

Vestiu uma roupa qualquer e, literalmente, correu pelas ruas até chegar ao seu local de trabalho. Essa era a razão de ter escolhido alugar um apartamento próximo ao hospital. Entrando apressada no prédio, dirigiu-se para a emergência onde encontrou um garoto, entre dez a doze anos, desacordado.

- O que houve? - perguntou aos seus residentes que atendiam ao garoto.

- Esse menino chegou aqui desacordado. Estava jogando futebol na escola quando caiu desmaiado no meio do campo. - informou Shirley, a médica residente.

- Como estão os batimentos dele?

- Agora está 125 e 130 bpm. - dessa vez falou Carl, mais um membro do grupo de residentes.

- Isso não é bom. - falou baixo, para si mesma - Qual o nome do garoto?

- Levi Daniel Cabello.

- Vamos levá-lo para fazer uma tomografia. - solicitou aos residentes.

O que Lauren não sabia era que a entrada desse garoto na emergência mudaria o curso da sua vida.

Second SkinOnde histórias criam vida. Descubra agora