WHAT'S UP

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Hi, guys!
Vindo aqui para postar mais um e agradecer pela paciência. Hoje vou postar mais cedo pq quero aproveitar o desbloqueio criativo para adiantar mais alguns capítulos.
Gente, eu amei esse capítulo, então, senta o dedo e comenta muito. Ah... não esquece de dar aquela estrelinha ⭐️.
Boa leitura a todes!

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"And so I cry sometimes
When I'm lying in bed
Just to get it all out
What's in my head
And I, I am feeling
A little peculiar

And so I wake in the morning
And I step outside
And I take deep breath
And I get real high
And I scream from the top of my lungs
What's going on?"


O sol já estava se pondo e o céu estava alaranjado. Muitas pessoas faziam suas caminhadas ou simplesmente contemplava o pôr do sol. Havia pessoas de todas as idades tirando algum proveito daquele anoitecer.

Era um dia de folga para a médica e ela se encontrava perdida em seus pensamentos. Nos últimos tempos seus dias de folga se tornaram ainda mais cansativos, Lauren não conseguia parar de pensar em Levi e sua mãe, Camila.

Dentro de si havia uma guerra acontecendo: sua razão e seu coração dividiam opinões sobre o que deveria fazer. Ora ela acreditava que seria melhor se afastar totalmente da vida deles, ora ela acreditava ser mais prudente revelar a verdade a respeito da sua ligação com eles.

Enquanto pensava em que decisão tomar, avistou ao longe um jovem casal queer que brincava com o seu filho na areia da praia. Aquela cena mexeu com ela profundamente, ela pensava que se não tivesse sido tão covarde poderia ter vivido com seu filho e visto ele crescer. Mas agora não se achava no direito de se intrometer na vida dele.

Sentou-se em um banco de cimento que ficava ali na calçada para contemplar a interação daquela família tão unida. As duas mães brincavam com o seu filho, que aparentava ter seus dois anos, de pique pega e sempre que o alcançavam, caiam na areia sorrindo abraçados, era uma cena adorável.

Lauren sorriu ao admirar aquela cena e sentiu o seu coração estremecer, porque sabia que nunca poderia viver um momento como aquele com Levi.

A médica passou horas ali admirando aquela família e tentando se imaginar compondo a família que Camila criou. Mas era difícil para ela se projetar dessa maneira, então, depois de muito observar a família alheia, decidiu voltar para casa.

Seu apartamento não ficava muito longe dali, por isso Lauren caminharia até lá. Andando meio distraída a caminho de casa, a médica não notou que estava sendo observada por três homens que a encurralaram em um trecho pouco movimentado do percurso e a arrastaram para o um beco inóspito e fedorento.

A essa hora o sol já havia de posto totalmente e a única luz que iluminava aquele beco era uma lâmpada fraca que incidia sobre um contêiner de lixo.

- Passa a bolsa, agora! - falou entredentes um dos homens.

Sem resistir, Lauren entregou a pequena bolsa que carregava. Nela continha apenas uma carteira com seus documentos e algumas cédulas de pouco valor.

Um dos meliantes tomou a bolsa de sua mão e começou a remexê-la, em busca de qualquer coisa de valor. Retirou os vinténs que ela tinha na carteira e, quando ia se desfazer dos pertences da sua vítima, acabou notando algo que lhe chamou atenção.

- Ora, ora! Vejam o que temos aqui, pessoal, uma aberração. - os outros dois malfeitores se aproximaram para ver do que o "amigo" estava falando.

- Por favor, levem o que quiserem. - Lauren suplicou.

- Calma aí, garotinha. Ou devo dizer, garotão?

- Vocês não precisam fazer isso...

Antes que Lauren pudesse dizer mais qualquer coisa, os homens começaram a socá-la. Um dos homens acertou sua face em cheio e ela caiu. Agora, caída ao chão, os homens começaram a desferir chutes contra ela, acertando a região do seu estômago, suas costelas e suas pernas. Lauren tentava com todo esforço proteger sua cabeça, mas inevitavelmente alguns golpes acertaram seu rosto.

Nesse momento um filme passou em sua memória. Lembrou-se do tempo de escola em que era considerada um estranha, esquisita, e lembrou-se dos primeiros anos na universidade, quando ainda tinha alguns traços da sua antiga aparência, em que muitas pessoas a olhavam como se ela fosse um extraterrestre.

Aquela não era sua primeira surra por ser quem é e nem, provavelmente, seria a sua última, mas nenhuma doeu mais do que a que um dia o seu próprio pai lhe deu. Foi naquele dia que Lauren descobriu que estava sozinha no mundo e quem ninguém conseguiria entendê-la, por isso se fechou para todos.

Imersa em suas lembranças, Lauren foi surpreendida por uma voz masculina diferente que espantou os agressores. Mesmo já não apanhando mais, a médica permaneceu no chão em posição fetal, quando percebeu que o homem que a salvara havia de aproximado.

- A senhorita está bem? - perguntou o homem enquanto guardava uma arma por debaixo da sua camisa.

Lauren não se mexeu, nem disse nada. Então o benfeitor se abaixou e recolheu os pertences da médica, depois a ajudou a se levantar do chão.

Lauren estava muito ferida e sentia muitas dores ao realizar qualquer movimento. Então, o homem a segurou firme, apoiando-a contra o seu próprio corpo e a tirou daquele beco escuro e malcheiroso.

- A senhorita precisa ir à delegacia denunciar esses marginais.

- Não. - falou reativa - Obrigada, mas não vou à delegacia, eu estou bem.

- Desculpa, senhorita, mas devo insistir que vá à delegacia. Esses monstros não podem sair por aí atacando e agredindo as pessoas, especialmente mulheres.

- Obrigada pela preocupação, mas eu não poderia identificá-los, estava tão escuro...

- Então, ao menos deixe-me levá-la ao hospital para ver esses ferimentos.

- Não precisa, eu sou médica. Mas agradeço a oferta. Obrigada por sua ajuda!

No primeiro movimento que fez para se soltar do homem, sentiu fortes dores nas costelas que a impediram de andar, apoiou-se novamente no homem que a segurou antes que ela caísse no chão.

- Vamos, eu te ajudo. - o gentil homem a ajudou a caminhar para fora daquele beco.

Lauren mantinha um dos braços envolto no pescoço do bom samaritano e mancava apoiada nele. Era difícil para ela dar qualquer mínimo passo.

Já na avenida principal, o homem a sustentou por mais alguns metros e a ajudou a sentar em uma cadeira de uma lanchonete que ficava no caminho.

- Senhor, não vou tomar mais do seu tempo. Obrigada pela ajuda.

- Não vou deixar você aqui sozinha. Não tem um parente ou amigo que possa chamar para vir te buscar?

- Não, não tenho ninguém, mas daqui eu consigo pegar um táxi até em casa. Obrigada de verdade! Aliás, qual o seu nome?

- Meu nome é Miguel Antunes, prazer. - apertou levemente a mão da mulher que lhe disse também seu nome "Eu sou Lauren, o prazer é todo meu."— Você tem certeza que não quer que eu a acompanhe até em casa?

Lauren balançou a cabeça, assentindo. Deu um sorriso grato para o seu salvador e o deixou ir. Miguel não queria deixá-la só, mas atendeu ao seu pedido.

Lauren abriu a bolsa e ia pegar seu celular para chamar um táxi, mas deu-se conta que o havia perdido na confusão. "Droga!", falou baixinho para si mesma.

Tentou pensar em alguma solução. Talvez esperar que algum táxi passasse por ali para que pudesse levá-la. Mas, como o destino estava trabalhando em sua intenção nos últimos tempos, a médica foi surpreendida por uma voz familiar.

- Lauren?

Second SkinOnde histórias criam vida. Descubra agora