RIGHT HERE WAITING

603 57 6
                                    


"But in the end, if I'm with you
I'll take the chance
Oh, can't you see it, baby?
You've got me goin' crazy
Wherever you go, whatever you do
I will be right here waiting for you
Whatever it takes or how my heart breaks
I will be right here waiting for you" - Richard Marx


Menos de uma semana para o grande dia de competição no programa Ultimate Master Chef e Camila estava experimentando diversas receitas para que pudesse escolher uma para o seu teste. Levi era o seu ajudante na cozinha e também atuava como crítico das receitas que sua mãe testava.

Como sempre tiveram um ao outro, a amizade entre eles era forte. Para Levi, a relação com sua mãe era uma verdadeira fortaleza, ali ele sabia que podia falar sobre tudo, ser o que quisesse ser e falar sobre qualquer assunto.

Quando os filhos nascem não vêm com um manual de instruções para ajudar os pais, especialmente os de primeira viagem, a como agir. Mas, para Camila, não foi difícil desenvolver uma relação tão próxima com seu filho, aprendeu com o exemplo de sua própria mãe que criou e educou três filhas sozinha.

Apesar de ter se tornado mãe tão nova, aos dezesseis anos de idade, ela aprendeu muito bem o legado de sua mãe. E desde que seu filho nasceu, nunca delegou a responsabilidade a outra pessoa. Ir a festas, sair com os amigos, viajar, namorar... Camila não teve a chance de viver essas experiências, mas ela nunca sentiu que estava perdendo algo por cuidar do seu filho.

- Mãe, você lembra que hoje será o meu jogo, não é?

- Claro que lembro! Eu e suas tias estaremos lá na arquibancada torcendo por você.

- Pelo amor de Deus, mãe... não vai me fazer pagar mico, por favor! Quando junta você, a tia Allyson e a tia Dinah é mico na certa. - bateu com a mão na própria testa em sinal de desaprovação.

- O que é isso, garoto? Você está dizendo que a sua própria mãe te faz passar vergonha?

- Estou dizendo sim.

- Ah é? Então você vai ver o que é passar vergonha. - Camila soltou a massa que estava em suas mãos e foi em direção ao seu filho.

- Mãe, não começa. Você sabe que não gosto mais de brincar de cócegas.

- Eu sei, mas não estou ligando pra isso. Agora você vai ver o que é bom pra tosse.

Camila começou a correr atrás de Levi por toda a casa. Ela tinha as mãos sujas de farinha de trigo e tentava suja-lo com elas. O garoto corria, pulava por cima do sofá, passava por debaixo da mesa, fazia de tudo para não ser pego por sua mãe, eles riam com a bagunça que faziam na casa toda.

Horas depois, Camila e Levi saiam de casa para o ginásio de esportes da escola, onde ocorreria o tão esperado jogo do garoto. Camila vestia uma camisa estampada com a foto do seu filho na parte da frente e o sobrenome dele na costas. Suas irmãs também estariam usando uma camisa igual. Levi tentou protestar, mas sem sucesso.

Chegaram ao ginásio em poucos minutos e o local já estava cheio. Na arquibancada já estavam Ally e Dinah, elas reservaram um lugar para Camila ao lado delas. Antes de ir para seu lugar na arquibancada, Camila acompanhou o seu filho até o vestiário e o deixou sob os cuidados do treinador Mendes.

O jogo estava marcado para começar às 18:30. Era um jogo importante para seu filho, pois era decisivo para o campeonato entre as escolas secundárias da cidade.

Havia muito barulho no local. Pessoas cantando um grito de guerra, outros soando cornetas, outros batendo tambores. O grupo de lideres de torcida já estavam posicionados no centro do campo para dar início ao evento.

A sirene do ginásio soou e aquele alvoroço inicial deu espaço para a atenção. A banda da escola iniciou sua música e os líderes de torcida fizeram sua apresentação embalados por aquela trilha sonora. Depois da apresentação dos estudantes da casa, foi a vez dos líderes de torcida da escola visitante dar o seu show.

Após isso, os jogadores entraram em campo e realizaram seus habituais rituais. Com o sim do apito do juiz, o jogo foi iniciado.

A partida estava acirrada, afinal era a final de campeonato. Levi Cabello era lateral esquerdo e executava as jogadas previamente ensaiadas com diligência.

O primeiro gol saiu e a torcida foi a loucura. Muito barulho se fez naquela torcida e Camila só gritava "Levi, Levi..."

O garoto no campo mantinha-se concentrado e evitava olhar para sua mãe e tias. De repente, o time rival, que antes estava sem a pode de bola, conseguiu recuperar e contra-atacou.

Aquele lado da arquibancada entrou num súbito silêncio, o time estava avançando. Levi, que estava próximo à área do goleiro adversário, acelerou os passos e começou a correr para a área contrária.

Camila roía as unhas de nervoso. Ally e Dinah levantaram dos seus assentos e observavam o avançar do time visitante.

Camila não tirava os olhos do seu filho em campo. Foi quando começou a perceber que havia algo errado com ele. Cutucou suas irmãs e chamou a atenção delas para o que estava acontecendo com seu filho.

- Olha o Levi, ele não parece bem. - comentou Camila com suas irmãs.

- Não deve ser nada, ele só deve estar recuperando o fôlego. - Dinah tentou amenizar a preocupação da sua irmã mais nova.

Mas, antes que Camila pudesse absorver o comentário, viu seu filho cair desmaiado no meio do campo. Sem pensar em nada, desceu a arquibancada correndo e invadiu o campo gritando " Alguém chama uma ambulância!"

Ela corria em direção ao seu filho caído no gramado, as pessoas envolta viam aquela cena e não entendiam o que estava acontecendo.

Dinah, ao ver seu sobrinho caído, prontamente sacou seu celular da bolsa e ligou para a emergência. Enquanto respondia o atendente, viu sua irmã carregar o filho nos braços e sair correndo em direção ao estacionamento.

Ally e Dinah, vendo que Camila estava indo em direção ao estacionamento, deixaram a arquibancada e foram atrás de sua irmã e sobrinho.

Camila, já do lado de fora do ginásio, andava de um lado para o outro com o filho nos braços, meio desorientada, implorando que algum carro parasse e lhes prestasse socorro. A ambulância não demorou a chegar e iniciou os primeiros socorros.

Camila chorava desesperada ao ver seu filho desacordado na maca da ambulância. Suas irmãs a abraçavam tentando acalma-la, mas era em vão.

Depois de mais alguns exercícios de reanimação, o garoto reanimou-se e assim a ambulância seguiu para o hospital mais próximo. Camila foi junto com ele no veículo, mas suas irmãs tiveram que ir de táxi seguindo a ambulância. Assim que a ambulância estacionou na porta da emergência, dois médicos vieram receber o paciente.

- O que temos aqui? - perguntou um dos médicos.

- Garoto, onze anos, caiu desacordado durante um jogo de futebol na escola. Iniciamos os protocolos de reanimação e ele recobrou a consciência, porém está meio desorientado. Batimentos cardíacos muito elevados. - informou o paramédico.

Tão logo receberam as informações iniciais, o garoto foi conduzido para a emergência, mas sua mãe não pode acompanhá-lo até que preenchesse a ficha na recepção. As outras duas Cabello chegaram logo em seguida e ficaram ao lado de Camila todo o tempo.

Second SkinOnde histórias criam vida. Descubra agora