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Lágrimas grossas molharem seu rosto. Ela puxou uma grande quantidade de ar e respirou fundo, encarando as estrelas.

Sua cabeça estava uma grande confusão, era quase duas da manhã e ela não conseguia dormir, apenas pensar e pensar. E ela odiava isso porque era sempre pensamentos ruins, lembranças e um aperto esmagador no peito.

Malfoy limpou as lágrimas com a palma da mão e foi nesse momento que viu uma estrela cadente. Ela fechou os olhos e fez um pedido, não era o que imaginava que pediria. Foi algo que nem a própria pensou, até estar pedindo. Dray abriu os olhos e riu melancolicamente de si mesma e da sua ingenuidade.

Ela voltou pra dentro e antes que se desse conta do que estava fazendo, bateu na porta do quarto do pai.

- Pai? - Chamou baixo, ao que abria a porta.

- Dray? O que foi? Tá tudo bem? - Sentou na cama com um semblante preocupado e ligou a luz do abajur.

Ela foi até ele e sentou ao seu lado na cama, sentindo aquela vontade de chorar voltar.

- Você acha que elas pensam na gente? - Fungou. - Em mim?

- Oh, meu amor... - A puxou para um abraço e ela apoiou a cabeça no peito dele, derramando lágrimas em sua camisa.

- Eu penso nisso todos os dias, pai. - Sua voz saindo trêmula.

- Ela te ama, filha. Eu sei que é difícil lidar com tudo isso e que o mundo é um lugar assustador, mas eu acredito que ela também pensava assim. Ela estava assustada e não sabia lidar com a situação, então encontrou o caminho que achou mais perto. - Disse, mesmo não acreditando em nenhuma palavra.

- Mas você ficou. - Olhou para o rosto triste do mais velho. - Você soube lidar com a situação.

- Eu não soube... - Sussurrou. - E eu ainda não sei. Mas eu estou tentando, e eu vou tentar por você até que eu não possa mais. Nós vamos passar por momentos ruins, mas vamos passar por isso, juntos, como sempre fizemos! E eu vou errar, porém ainda estarei aqui, tentando consertar o meu erro. - Sorriu para ela. - Você é a minha filha e eu te amo mais que tudo.

- Eu também te amo, papai. - Beijou sua bochecha, sorrindo logo em seguida.

Dray ficou um tempo conversando com ele sobre a escola, faculdade o trabalho dele e como as coisas estavam melhores. Quando ela percebeu que estava roubando o sono dele, desejou boa noite e voltou para o próprio quarto. Malfoy pegou um moletom e vestiu, descendo as escadas silenciosamente.

A menina saiu e trancou a porta, fazendo o mínimo de barulho possível. Pegou a bicicleta e pedalou até a casa de Harry, foram quase meia hora, mas ela não se sentia cansada, pois sentia o vento beijar seu rosto.

Ela jogou a bicicleta na grama e ligou para Potter, rindo debochadamente ao ver as câmeras da casa do menino. Quando a chamada estava quase caindo, ele atendeu.

- Dray? - Voz sonolenta e rouca.

- Vem aqui fora, por favor. - Pediu baixo.

- O quê?! - Pelo barulho, ela supôs que ele pulou da cama. - São mais de duas horas da manhã, como você sai assim? - Descia a grande escadaria correndo.

- Saindo, ué. - Revirou os olhos, mesmo que ele não pudesse ver.

Harry abriu a porta, estando só de calça moletom. Ele foi até ela e a abraçou, mesmo não sabendo o que tinha acontecido. Potter se afastou e segurou o rosto dela.

- Estava chorando? - Olhar preocupado.

- É... - Deu de ombros.

- Foi o seu pai de novo, ou...

MY GIRL // DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora