Point of view Bianca
Quando chegamos à parada seguinte, a boate – e dar esse nome ao bar modesto e mequetrefe que abria uma pista de dança à meia-noite era generoso –, eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que talvez tivesse cruzado a fronteira entre estar alegrinha e estar bêbada.
O um por cento restante estava dividido. Com toda aquela sidra correndo nas veias, era difícil discernir se o que eu estava sentindo era culpa só do álcool ou se tinha alguma coisa a ver com a mulher que me observava como um falcão.
Rafaella tinha parado de beber em algum momento entre a choradeira de Vivian e a chegada do restante do grupo de convidados à sidrería. O que eu ainda não tinha certeza se era uma coisa boa.
Ela estava completamente sóbria, e isso queria dizer que no dia seguinte se lembraria de cada detalhe da noite. E isso não era bom. Porque que toda vez que ela me tocava, meu corpo claramente reagia. E porque toda vez que ela abaixava a cabeça para perguntar se eu estava bem ou se eu estava me divertindo, meu coração despencava para a boca do estômago.
No mais? Bom, eu estava preocupada com a música alta que enchia meus ouvidos e se espalhava até meus quadris e meus pés enquanto andávamos pelo lugar lotado e escuro.
Entrando no mar de corpos com o restante do grupo a reboque – ou não, porque provavelmente tínhamos nos perdido deles –, de repente dei alguns passos para trás, cambaleando. Rafaella, que estava bem atrás, me segurou. Ela envolveu minha cintura e pousou a mão no meu quadril.
Em um movimento rápido, eu estava apoiada nela.Pelo que devia ser a centésima vez naquela noite, todas as minhas terminações nervosas ficaram eletrificadas no exato instante em que minhas costas entraram em contato com o corpo dela. Cada centímetro de pele encostada na dela ficou quente. Mesmo através do tecido no da minha blusa e da camisa dela.
Ela apertou meu quadril com dedos fortes e longos.
Virando para olhar para seu rosto, não me importei que meus lábios estivessem abertos e que meus olhos provavelmente estivessem um pouco turvos e anuviados. Exatamente como eu mesma me sentia e sabia que seria incapaz de disfarçar, fosse pelo álcool ou pela proximidade com Rafaella.
Então, em vez disso, pela primeira vez, me permiti aproveitar. Foquei toda a minha atenção nela. Em todos os pontos em que nossos corpos se tocavam e no modo como ela olhava para mim. Me concentrei em Rafaella e em como ela me abraçava enquanto avançávamos para dentro do bar.
Olhando para trás, notei que alguma coisa dançou no verde de seus olhos. Pensei que ela fosse sorrir, mas a boca formou aquela linha séria.
– Você me segurou… Minha heroína. Sempre vindo ao meu resgate, Sra.
Maximoff – falei, em meio à música estrondosa, parte de mim ciente de que era o álcool falando.Rafaella não respondeu. Alguém atrás dela nos chamou. Ou talvez tenha vindo do outro lado do bar lotado. Eu não sabia, e não me importava. Eu ia dizer a Rafaella que ignorasse, mas então ela me deu a mão e me puxou para o lado.
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Together In This? - Rabia Version
FanficUma viagem à Espanha, a mulher mais irritante do mundo e três dias para convencer todo mundo de que vocês estão realmente apaixonadas. Em outras palavras, um plano que nunca vai dar certo... Bianca Andrade é uma jovem espanhola que trabalha como eng...