Capítulo 21 ✈️

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Point of view Bianca

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Point of view Bianca

Fiquei com as mãos na cintura, um pouco perdida na paleta de azuis e verdes que pintavam o cenário à minha frente.

Quando pensam na Espanha, as pessoas imaginam praias lotadas em um dia quente de verão. Imaginam mesas com muitas jarras de sangría, paellas e mais paellas, e muitas tapas. Provavelmente imaginam também um cara de cabelo escuro fazendo uma serenata à noite, os dedos ágeis dedilhando um violão. E, de certa forma, elas não estão totalmente equivocadas. É possível mesmo ver tudo isso na Espanha, porém essas coisas são só uma parte do que representa meu país. Uma parte que infelizmente não corresponde a dez por cento do que ele oferece.

A cidadezinha onde nasci fica mais ao norte da península, esmagada entre o mar Cantábrico, quase sempre violento e coberto por uma espuma de marfim, e uma cadeia de montanhas verde-esmeralda.

Ao contrário do que diz o senso comum, meu país também não é banhado pelo sol o ano inteiro, principalmente as regiões setentrionais. O norte da Espanha é famoso por oferecer a possibilidade de experimentar as quatro estações no intervalo de algumas horas, em qualquer dia do ano. Essa característica permitiu o desenvolvimento de uma flora exuberante, que engole campinas e morros e cria uma paisagem que poucos imaginam quando pensam na Espanha. O verão, portanto, não é tão intenso no norte, mas, surpreendentemente, naquele dia o céu estava azul e do mar soprava uma brisa suave. A composição me fez lembrar de um tempo em que tentávamos aproveitar dias como aquele ao máximo, do nascer ao pôr do sol, como se nossa vida dependesse disso. Vivian e eu. Las hermanas Andrade.

Dando uma olhada nas pessoas reunidas para a Copa do Casamento, uma pequena parte de mim se perguntou o que se passava na cabeça de Rafaella. Qual tinha sido sua primeira impressão do lugar em que cresci? Da minha gente?

As apresentações tinham saído melhores que o esperado. Se os espanhóis eram famosos por alguma coisa, essa coisa era a hospitalidade. Ninguém pareceu desconfiar que ela era minha namorada de mentirinha. Nada mais se deu além da estranheza de ter um guiri – como chamamos os turistas – entre eles, obrigando todos a usar seu inglês enferrujado.

Apenas a geração mais jovem das famílias da noiva e do noivo, seus parceiros e alguns amigos mais íntimos estavam presentes, exceto nosso primo bárbaro e de espírito livre, Lucas, que ninguém sabia por onde andava. E a madrinha – também conhecida como Fernanda, minha ex, meu primeiro e único relacionamento, a mulher que minha família achava que eu nunca tinha esquecido. Ela também não tinha chegado.

Aquí está mi hermana favorita.

A voz da minha irmã soou um segundo antes de eu ser atacada pelas costas.

–Sou sua única irmã, besta. É claro que sou a favorita.

Coloquei as mãos em seus braços, que estavam apoiados em meus ombros.

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