Uma viagem à Espanha, a mulher mais irritante do mundo e três dias para convencer todo mundo de que vocês estão realmente apaixonadas. Em outras palavras, um plano que nunca vai dar certo...
Bianca Andrade é uma jovem espanhola que trabalha como eng...
Nesse capítulo vão ser basicamente as mesmas cenas do anterior, só que com os fatos narrados pela Rafa, aproveitem!
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Point of view Rafaella
Bianca abriu a gaveta da cômoda. Ela estava ali, de pijama, segurando as roupas descartadas debaixo do braço e olhando para o conteúdo da gaveta sem se mexer.
Depois de alguns segundos, ela fechou. Eu reprimi um suspiro.
Ela estava assustada, e eu a conhecia bem o suficiente para saber por quê. Não era minha presença no quarto apertado, ou o fato de termos que dividir uma cama. O que causou isso foi algo completamente diferente.
Agora eu sabia melhor. No fundo, Bianca confiava em mim para estar aqui com ela. Ela sabia que estava segura comigo, que não estaria mais segura em nenhum outro lugar, com mais ninguém, por mais que não quisesse admitir. Eu podia ver em seu rosto quando eu a tocava, ou na forma como seu corpo reagia quando eu me aproximava. Estava claro como o maldito dia que uma parte dela já havia entregado sua confiança a mim – e meu Deus, isso me fez querer rugir para o céu com triunfo. Isso me fez querer jogá-la por cima do ombro e correr rápido e para longe de tudo e de todos. Foi isso que ela fez comigo.
Mas eu não podia. Não faria, quando havia algo puxando-a para trás toda vez que dávamos um passo à frente. Ainda havia algo que ela estava escondendo de mim que eu aposto que tinha tudo a ver com sua ex. É por isso que ela se conteve quando se aprofundou demais em como eu a fiz sentir. Em como nos sentíamos bem juntas.
Incapaz de evitar, me movi atrás dela e, quando estava ao alcance, passei meus dedos contra a parte de trás de seu braço.
Ela inalou bruscamente ao meu toque. A eletricidade pulsava através da minha mão.
— O que foi? — Eu perguntei, só para ela parar de pensar tanto. E imparáveis, meus dedos percorreram seu braço para cima e para baixo. — Você está inquieta.
— Nada. Está tudo bem — ela respondeu. Mas eu sabia que era mentira.
— Eu estou... tranquila.
Outra mentira.
Esperei um, dois, três, dez segundos, desejando, esperando que ela se abrisse, exercitando aquela paciência que eu tinha praticado nos últimos meses. Mas nada realmente me preparou para essa mulher linda e complexa que eu queria tanto que doía. Então, quando ela não se virou, quando ela nem olhou para mim, eu tirei minha mão e dei um passo para trás.
Eu durmo no chão — eu disse para a parte de trás de sua cabeça, empurrando toda a emoção para fora da minha voz.
Comecei a me afastar, mas antes que pudesse realmente me mover, Bianca se virou, sua mão indo direto para o meu braço. Meu coração aplaudiu e tropeçou quando seus dedos envolveram meu pulso. Aquela maldita eletricidade passou por mim novamente, mais poderosa, enquanto eu olhava para aquela mão pequena, sentindo meu pulso acelerar sob seu toque, como sempre acontecia. Quando olhei para ela, fiz questão de encontrar aqueles olhos castanhos quentes, esperando encontrar lá o que eu desejava dela.
