Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴏɪᴛᴏ

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-Temos trabalho a fazer, vamos logo, não temos o dia todo. -Kange interrompeu as risadas. Mas também porque viu como os soldados estavam o olhando. As risadas cessaram.

E foi assim pelo resto da manhã até o começo da noite. O nosso novo trio estava concentrado demais nas tarefas e cada vez mais atingiam um nível alto nas miras.

Alguns agentes ficaram os observando pelo jeito que se tratavam em dinâmica para conseguir cumprir a missão.

Vez ou outra trocavam de arma para verem se preferiam um ou outra. Não ocorreu nenhuma briga enquanto faziam isso, afinal, mal tinham diálogo durante o que faziam.

Por volta das seis da tarde o campo foi fechado e todos estavam se retirando.

Estava frio, parecia que iria chover, e realmente choveu assim que pisaram para fora do campo. Uma chuva grossa com raios preencheu o céu que estava limpo sem alguma estrela. Os três homens tiveram que correr para que não ficassem ensopados com a chuva.

Correram para o único lugar que os esperava. Alojamento.

-Por sorte não estamos tão molhados assim. - Isaac tentou aliviar a situação enquanto via Kange entrar pisando pesado no alojamento.

-Porque está tão bravo, Kange, é só uma chuva.

-Caso vocês não saibam, eles não vão cuidar de nós, então se pegarmos uma gripe não vamos ter a mamãe aqui para cuidar da gente.

Pensaram melhor, menos Isaac, que já estivera doente ali e realmente era verdade o que Kange disse.

-Tomem um banho, vocês precisam aquecer o corpo. - Isaac sugeriu – Tem roupas limpas no armário. Qualquer coisa, o meu alojamento é o vinte e nove, ali ao lado.

-Você vai sair nessa chuva? - Liam pergunta

-Vou, vai ser rápido, eu estou logo ali.

Isaac se retirou do lugar segurando o colete em cima da cabeça como um guarda-chuva. Não pegaria muita chuva porque seu lugar estava a menos de cinco minutos dali.

Liam pegou uma toalha que estava no armário e secou os cabelos. Retirou a blusa, que revelara um abdômen forte e musculoso. Algumas tatuagens também estavam a mostra quando sua camisa foi tirada do corpo. Uma cobra subia por sua costa e um símbolo de xadrez estava tatuado na entrada da barriga.

-Por que você tem uma rainha tatuada? - Kange a viu e curioso perguntou.

-É uma longa história. Não faça questão de ouvir.

-Faço sim. - Kange solta uma risada. Retira suas roupas também. Ficando apenas com as de baixo. Um short preto. - Algo me diz que sua vida parece ser interessante. Conte-me sobre a razão pela qual tatuou uma rainha.

Liam olhou para a tatuagem. Sua expressão mudou, não estava divertida mais.

Seria difícil explicar para alguém sobre metade da sua vida em uma tatuagem.

-Eu fui destinado a essa merda. -Disse com raiva – Desde criança temos este legado das tatuagens. Eu não precisava tatuar justo essa.

-Então por que tatuou? - Kange enquanto passava a toalha pela barriga perguntou. Liam reparou que Kange tinha um físico muito bom para um simples cozinheiro. E também foi revelado a cicatriz enorme que tinha abaixo do mamilo esquerdo.

-Por que sirvo para ser a rainha... conhece o jogo de xadrez, não é?

-Sim, conheço. - Sentou-se na cama. E por algum motivo não olhava mais a tatuagem e sim Liam. Estava o olhando de cima a baixo. Sua voz falhou enquanto respondida.

Born to die - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora