Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴛʀêꜱ

18 4 14
                                    

 Kange-Dae não queria aquilo, muito menos estando com ele.

Pensou em milhares de consequências sobre estar ali.

Pensou em sua vó e no que ela falaria caso lhe dessem a notícia de que seu único neto está morto. Ou pior, sequestrado e jogado em um lugar onde menos esperou ficar.

-Vamos ler este papel? - Liam perguntou quando bateu seus olhos na pequena folha.

- Não acho que deveríamos. Não seria algo útil. - Kange lhe respondera com tom de desconfiança.

-Pode ser útil para sabermos o que vamos fazer.

- Então leia! Não faço a menor questão disso. -Kange parecia indignado com tamanha curiosidade alheia.

Liam deu de ombros, ele não leria aquilo mesmo.

-Temos missão agora, e mal chegamos! - O loiro disse.

-Achei que teríamos apresentação primeiro. Uma supervisão ou algo assim. - Kange fala sentando-se na cama.

Liam pareceu curioso com tamanho pensamento.

-Por que achou isso?

-Geralmente é assim.

-Como pode ter certeza de que todos são assim. Já esteve envolvido em coisas assim? - Arqueou uma sobrancelha quando lhe perguntou isso.

-É apenas um palpite, não leve para este lado. - Mentira.

-Não me pareceu seguro confiar em sua frase, Kange-Dae.

-Então não leve, senhor risonho. Não faço questão de insistir.

Liam por algum motivo desconfiou do apelido no meio da frase. Soara como um desafio? Desconfiança? Persistência?

Liam achou a maneira de Kange falar apenas simples palavras muito intensa e misteriosa, o que ele queria falar com aquilo?

-Aqui diz...- Liam começa a ler - que devemos estar uniformizados até o meio-dia no campo dois. Acho que tem mais de um.

-Assim estaremos. - Havia um tom de voz bravo em Kange-Dae. Sentado na cama, olhou para a pequena janela ao lado da escrivaninha. Tudo parecia político lá fora. E com isso, ele pensava em um possível golpe a todos eles.

-As roupas estão aqui, acha melhor começarmos e nos vestir?

-Não. - Kange diz ríspido - Deixe que venham até nós. Estaremos aqui quando eles nos chamarem. - Ele riu de sua própria fala - Precisamos saber por que estamos aqui, e iremos.

-Kange...não podemos arriscar, uma falha e eles iram nos matar!

-Deixem que tentem, não tem medo deles. -Kange se aconchego na cama, esticando as pernas e puxando a blusa para frente, cobrindo mais a barriga. Ele leva sua cabeça para trás, olhando para o teto. As tatuagens do pescoço ficam a mostra, uma grande espécie de inseto estava cobrindo a região.

-Você tem?

Liam estava em completo transe pela tatuagem que nem ao menos reparou que, sem querer, olhava demais para o pescoço de Kange-Dae.

-Liam? - Tombou a cabeça para frente de novo. - Não tenha medo deles. O medo vive em você enquanto você ainda o questionar.

O loiro olhou nos olhos de Kange, não falando nada, apenas assentindo com a cabeça.

-Eu não tenho medo. Medo eu tenho dos mortos e acabaremos como eles se ficarmos parados.

-Os mortos não podem te dizer o que fazer. -Kange-Dae o refutou.

Born to die - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora