Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴅᴇᴢᴇɴᴏᴠᴇ

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Lɪᴀᴍ 

Não espero muito para sair. Não quero ouvir suas respostas e muito menos ouvir mais um motivo para não fazer isso.

Não demorou para eu tornar meu rumo diferente para onde eu estava caminhando no prédio, quando entrei.

Eu iria até meu pai, para exigir um motivo para fazer tudo isso. Ele teria de falar, esconde esse segredo a tanto tempo que nem eu mesmo posso saber.

Nem Ryan sabe, que se é o irmão mais velho, eu que sou o mais novo perto dele não consigo ser nada.

Mas desvio o caminho quando sumo até outro andar. O andar de MD. Kange estaria lá, não estaria?

Eu precisava ficar no mesmo cômodo que ele, caso aconteça alguma coisa. Revejo se estou com munição na arma que eu carregava na cintura. Eu a guardei debaixo da cama para que Kange não pudesse ver. A coloquei entre as madeiras que sustentavam o colchão. Uma arma simples, de porte leve, mas eu faria um estrago com ela.

Penso na possibilidade de Kange estar com meu pai, e não com MD. Meus pelos do braço se arrepiam só de pensar no meu pai encostando nele.

Penso em tudo enquanto ando correndo pelas escadas para o último andar do prédio, eu já estava suando e em completo desespero.

Pensei no meu filho que pudera ver poucas vezes durante esses dois meses em que estive aqui. Catarina não me perturbara mais sobre este assunto, e ficou sumida durante os treinamentos. Não sinto falta, então não procurei saber.

Pensava em somente duas pessoas e de como eu poderia estragar a vida de ambas. Como eu pude ser um péssimo pai e ainda por cima um péssimo companheiro?!

Engatilho minha arma quando já sinto meu sangue não circular como antes, meu corpo não treme, fica rígido de uma maneira surpreendente. Nunca eu mesmo tinha me visto tão irritadiço desta maneira. Mas o jeito como Lisa associou Kange ao meu pai me deixou tão puto que não pude deixar de fazer mais nada a não ser tirar Kange daqui.

-Se for para morrer que seja te salvando...-Sibilo contra mim mesmo quando finalmente chego no andar da sala de MD, que por sinal, fica no mesmo corredor da de meu pai.

Eu poderia ter ido de elevador, mas nenhum estava chegando e ficava dando como erro. Perdi a paciência.

Andei de fininho, na ponta dos pés enquanto chegava à porta.

Seja o que Deus quiser...

A abro. De primeira, não ouço nada, está tudo apagado, mas sinto a presença de alguém, que é iluminada pela luz da lua em uma noite tão escura.

-Não é a sala de seu pai, Liam... -Aponto a arma para ele assim que meu corpo se vira para MD.

-Cadê o Kange? -Pergunto sem delongas, sendo o mais explosivo possível com ele.

-A essa altura...-MD faz uma pausa dramática enquanto fala. -Ele deve estar a sua procura, com milhares de perguntas...

Meu rosto se contorce, não querendo imaginar o que Lisa contará a ele quando chegar no alojamento a minha procura.

O rosto do Don se contorce e ele sorri. Um sorriso largo.

-Que traição da sua parte, não é mesmo...-Ele gargalha. Como poderia fazer isso com o próprio filho.

-Você é um monstro...-Sibilo, com uma voz enfraquecendo. -Como pode fazer isso com ele?! Kange é seu filho!

-O que você, caro jovem, pode dizer como é ser um bom pai? -Sua voz é carregada de sarcasmo e acidez. Travei. Não sabia o que lhe responder.

Born to die - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora