Ryan atendeu o telefone, e ao ouvir a voz conhecia não demorou muito a respirar aliviado.
Bebericou mais de seu vinho e murmurou algo ao final da chamada.
-Espero que Liam não estrague tudo. Estamos ficando sem tempo...- O mais velho entre os dois disse.
-Pai, creio que Liam não pode pôr tudo o que finalmente conseguimos fazer logo agora! - Ryan exclamou e seu pai apenas riu de canto
-Você não o conhece direito, Ryan. Qualquer coisa que o atrapalhe, ele vai tirar do caminho. Não importa o que seja. - Ele colocou mais do Whisky em seu copo, em seguida, levando a boca ele hesitou. -Não hesitarei em matá-lo caso faça alguma coisa.
-Não acho que seja o caso de o matarmos, só precisamos afastá-lo da gente. - Uma terceira pessoa falou. Carina Ricci.
-Mesmo que tentássemos matar Liam, ele é indestrutível. - Ryan debateu contra.
-Como assim ele é indestrutível, Ryan?
-Ele tem a Isaac. Isaac é um dos maiores de nós, não podemos negar!
Ryan se levantou e começou a andar em círculos, como se algo estivesse errado.
-Meu irmão tem a máfia, e o que eu tenho pai? -Sua pergunta parecia um desabafo. Desde sempre era e foi assim. Liam como o quem ganha primeiro, e Ryan que veio primeiro ganha as migalhas que Liam não quer assumir.
-Poder.
-Com poder não se derrota inimigos, foi isso que você ensinou, pai.
-Eu lhe disse que com poder não se tem inimigos, por isso, não os derrotamos. - O velho levantou-se do sofá também. Agora, cara-a-cara com o filho mais velho.
-Eu sou o mais velho, por que não tenho o que ele tem? - Seu semblante entregava sua inveja. Estava borbulhando pelos cantos da boca.
-Porque você não pensa direito, Ryan. Se pensasse não faria perguntas assim. - locomoveu-se para a porta e sem olhar para trás, saiu balbuciando algo entre os lábios.
Catarina olhou para o mais velho, queria tentar ajudar, mas ao mesmo tempo queria respostas.
-Quem é Isaac? - Ela pergunta
-Um de nós.
-Quantos de nós estão infiltrados lá? - Ela perguntou de novo, com um sorriso maldoso
-Uns vinte, não muitos. Precisamos deles lá para conseguimos informações. - Ele responde com desdém. Odiava essa ideia mais do que tudo.
Catarina andou até onde Ryan estava, colocou seus braços em volta de seu tronco e encostou seu rosto em seu ombro. Ela queria algo.
-O que está querendo, Catarina? - Sua voz saiu em uma linha, ficou tenso com a proximidade entre os corpos.
-Me coloque lá e veremos o estrago que farei com seu irmão.
-O que planeja fazer, garota? -Uma pitada de desconfiança surgiu.
-Planejo trazer ele para nosso lado... e talvez, ficar mais perto.
Ryan olhou em seus olhos, virando-se para a garota. Reparou nos traços italianos que tinha no rosto, nas sardas que puxou de sua mãe e dos lábios bem formados.
Ele agarrou seu pescoço e olhou no fundo de seus olhos como se tivesse descoberto algo terrível. Catarina não hesitou ou expressou tamanho susto com aquilo.
Ele diz:
-Se você encostar um dedo no meu irmão, eu corto suas mãos. Liam é problema meu.
-Seu e do mundo, não é? - Ela retruca, sentindo falta de ar, mesmo não expressando.
Catarina é raça ruim assim como ele. Até pior.
-Liam não pode lhe ver, ficou louca?
-Ele não vai me reconhecer...fui embora a nove anos, esqueceu?
Ryan a soltou, e colocando as mãos na cabeça ele se lembrou de que não poderia fazer isso.
Ela percebeu também, e sorriu.
-Você não pode matar a mãe de seu sobrinho, lembre-se disso. Liam surtaria se soubesse por quem fui brutalmente asfixiada.
-Liam não dá a mínima para sua morte, pode ter certeza disso.
-Eu sei que não...- Passou a mão pelo pescoço, sentindo aquilo doer. Continuou a falar, ainda mais irritadiça. -Mas se ele souber que eu voltei... ele vai mudar de ideia rápido.
-Não faça jus as suas palavras, Catarina. Liam não vai gostar e muito menos mudar de ideia. - Ajeitou os cabelos com as mãos ainda nervosas – Ele vai surtar por ver a mãe que abandonou o filho voltar apenas por domínio de bens.
-Não fale assim, Ryan... tudo o que eu fiz não foi em vão.
-Óbvio que não foi. - Ele bufa - Você foi embora por que foi paga para isso, todos sabemos bem...
Catarina fez uma cara de espanto, desta vez, real. Como ele sabia?
August James estava metido nisso, era claro. O pai de Liam sabia quanto esta mulher faria mal aos negócios da família, e quando soube que teriam um novo herdeiro, tratou de mandá-la embora. Mas não podem pensar só por este lado. Catarina sabia demais por que seu filho foi descuidado com o que fez. Sabia dos riscos e ainda sim, trouxe uma traidora para território inimigo.
-Eu tinha meus motivos para ir embora, Ryan!
-Sim! - Ele explode, com um semblante de desgosto – Era claro que você tinha. Você tinha era um outro homem! - Esbraveja
Aos poucos o rosto de Catarina continha uma nova expressão. Como se ele dissesse outras coisas sobre essas palavras. Ryan dizia "traidora" de um jeito diferente. Mas ele estava certo, ela era mesmo, até Catarina tinha certeza nisso.
-Eu não... - Tentou justificar, mas calou-se quando viu que o homem iria interrompê-la. -Não minta, todos sabemos disso. Até mesmo Liam sabe.
-Aqui ninguém te vê do mesmo jeito de antes. - Ele termina
-Mas você sim. - Ela chega perto de Ryan mais uma vez, com a voz distante ela sussurra -Você sempre vai me ver como sua amante...
-Lisa e eu estamos muito bem, aqueles tempos eu não estava pensando direito quando dormi com você. - Ryan arrasta seu corpo para longe do de Catarina, que mesmo não esperando por tal reação, o puxa pelo braço.
-Você e eu ainda não acabamos. - A morena diz, sentindo o gosto do sentimento sendo engolido. -Você não pode esconder nosso passado, Ryan!
-Eu sei, por isso irei matá-lo. -Soltou seu pulso da mulher que ainda o segurava e abriu a porta de seu escritório, dando passagem para que Catarina saia. -Suma da minha frente. E isso não foi um pedido...
Sem hesitação, ela foi. Seguindo em direção a porta, seus olhos se encheram de lágrimas, mas não eram de tristeza, muito pelo contrário, estava felicíssima.
Ryan não esqueceu seu passado, isso seria bom para ela.
Para ela, que pensou em algo quando saiu da sala.
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Born to die - Livro um
AkcjaQuando um dos chefes de uma máfia resolve colocar um ponto final em um mistério perdido, e dois adultos estão envolvidos nisso, algo ruim pode ter resultado de dois outros adultos que não esperavam arriscar suas vidas por eles. Um sequestro une do...