Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴅᴏᴢᴇ

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Kᴀɴɢᴇ-Dᴀᴇ

Me perdi de Liam assim que saímos do campo na intenção de entregar os armamentos para os superiores. E além dessa merda toda, eu não sabia se esse era o prédio certo. Era tarde, acho que por volta das dez da noite quando fomos os últimos a sair de lá.

Entrei no prédio que parecia nada movimentado, mas que vi a umas semanas atrás pessoas trazerem armas para cá.

Não precisei me esconder para subir até o elevador, não tinha supervisão nenhuma ali, e caso não saiba, quando não se tem supervisores você pode entrar a vontade. Bando de idiotas pensando em não daria em nada. Facilmente alguém pode se esconder por aqui e não ser revistado como sempre acontece vinte e quatro horas por dia.

Quando apertei os botões do elevador, senti ele se movimentar para cima, onde geralmente as cargas ficavam, de acordo com meu mapa que fiz na cabeça quando vasculhei todo esse lugar de madrugada junto a Liam. Que por sinal iríamos ser mortos se Liam não desse uma desculpa de que estávamos indo treinar. Como alguém burro consegue acreditar que dois homens estariam indo treinar às quatro da manhã? Patético ele conseguir acreditar quando se está em uma máfia.

Eu e Liam descobrimos que isso era uma máfia enquanto estávamos com Isaac, ele que estava mostrando tudo para nós aqui dentro. Isaac não me cheirou bem, me olhava de um jeito torto como se desconfiasse de cada passo meu. Confesso, eu também desconfiaria se fosse ele. Isaac nos disse que muitas vezes ouviu o que não deveria aqui, como por exemplo que isso era uma máfia italiana. Já entendi sobre muitas máfias as quais trabalhei como assassino de aluguel.

Liam não tinha um pé atrás, estava confiante no nosso mapa mental sobre como poderíamos sair daqui. Eu não confiaria tanto, mas prometi naquela noite que poderíamos ser uma ótima dupla, não falharia com ele nessa promessa.

Confesso, que não achei que essa nossa mudança de humor e relação mútua iria mudar tanto em dois meses dentro de uma gaiola, mas parece que mudou. Não tento mais humilhar Liam de um jeito nada agradável, e nem ele tenta me matar em cada olhada quando faço algo que não lhe agrada. Nós nos tornamos colegas de quarto como nos filmes de adolescente, mas a diferença é que ele dormia uma faca debaixo do travesseiro, e eu a tirava para que ele não se machucasse e nem me machucasse durante a noite. Se bem que teve um dia... não, acho que era um pesadelo dele, nada demais! Nada demais: ele tentou me esfaquear.

E eu estive levantando guarda toda a noite desde então, isso significa que, eu o espero dormir, olho para ver se ele está bem, e então, eu durmo. Tem sido assim para não acordar com uma facada no pescoço.

Confesso que gosto quando Liam e eu somos duplas em campo contra outras duplas, é interessante o jeito que as pessoas nos olham quando atiramos com projetos de armas falsas, sinceramente, acho até bom que sejam falsas, eu faria um estrago se me dessem uma verdadeira contra alguém.

O elevador para, - e eu carregando três armas de fogo desarmadas e sem munição. - Saio de lá. Não havia movimentação, e era diferente de todos que eu entrei com Liam até agora. Um prédio verde, bem mal-acabado. Ferrado dos primeiros andares até o último.

As armas não pesavam meus braços, estavam na medida do regulado. Não senti peso, senti passos, e então, avistei um pilar ali e me coloquei para trás dele. Coloquei todas as armas no peito, para que não façam barulho enquanto suspiro pesadamente por susto.

-Merda...

Olhei despistado para ver se eram segurança ou capos. Eram pessoas vestidas de grife, quase uma formatura, eu diria caso fosse em outro lugar onde estávamos. Eles passaram por mim, e pude ver todos armados e com no mínimo três seguranças. Foram pelas escadas, e colocaram uma espécie de casaco quando desceram, talvez para se cobrir.

Born to die - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora