Lɪᴀᴍ Jᴀᴍᴇꜱ
Não podia ser ela, eu não quero que seja ela. Não é ela, me diz que não é ela.
Catarina Ricci está de volta.
Isso pode fuder meu cérebro, e eu tenho certeza de que vai. Mas vou fuder o dela primeiro.
Caminhei até o segundo prédio ao lado do refeitório. Ele estava vazio, só era aberto a partir das oito horas. O prédio estava acabado, com a pintura descascada e com bolas de mofo espalhados por toda parte.
Cheguei à porta principal e quando a abri, vi os demais guardas fazendo ronda por ali. O que certamente não precisava, porque ninguém ousaria entrar ali.
Eles me cumprimentam quando passo por eles. Se abaixam, quase se curvando quando na sorrateira da noite.
Ela estaria na sala de meu pai, junto a meu irmão. Óbvio que estariam juntos. Sempre estão, e na maioria das vezes, se pegando pelos cantos e dando desculpas por ser um acidente e que nunca aconteceria novamente. Foi específico porque se eu dei exemplo é porque tem história.
Pego o elevador e apertando o botão, sinto o elevador subir. Era o último andar. Não acredito que sai de lá apenas para tirar satisfações com quem nunca se quer me deu uma explicação sobre seu sumiço.
Ricci era minha esposa. Um casamento forçado e muito mal-acabado. Não era pra aquela merda toda rolar. Primeiramente, nem era pra ter rolado nada.
Mas rolou, e eu não estava com consciência e muito menos concordância.
A pior parte de ser usado vem apenas depois quando você acorda e percebe que apenas seu corpo foi usado.
Usado para o desejo de outra pessoa.
Quando a porta do elevador se abre, eu ando com força pelos corredores a procura da sala de meu irmão.
Eu não iria na de meu pai primeiro. A última coisa que quero ver no momento é ele. Escutar seu papo de novo sobre como eu deveria ser a peça perfeita para esta máfia me cansava.
Não vejo ninguém naquele corredor. Nada fora do normal. Mas ouço a voz de meu pai dizendo algo por trás da porta: "Quero que o protejam com sangue e alma durante o que iremos fazer agora. Se eu ousar saber que ele foi machucado nisso, eu mesmo darei um fim". Não era de mim que ele falava, eu tinha certeza.
As vozes cessaram e eu continuei andando. O que eu pai falou martelou minha cabeça. Com quem ele estava falando? Sobre quem?
Chego à porta 03 – A de meu irmão. - Não bato a porta, apenas a abro. Não tinha medo do que viria.
Ryan se assustou quando a porta bateu contra a parede, e parece que Ricci também, que estava do outro lado da sala, tomando vinho. Estavam vestidos.
-Pelo visto a festa começou. - Ryan introduz – O que você quer princesa?
-Cai fora! Anda!
Minha voz sai rude, quase um grito. Era perceptível que eu estava com raiva e mesmo assim, a única que estremeceu foi Catarina, que quase deixou seu vinho cair.
-Minha sala. -Ele adverte
-Eu não ligo, saia logo.
-Liam... - Ouço a voz de Catarina se aproximar de mim. Eu recuo. Não quero sentir seu cheiro muito menos olhar em seus olhos.
-Anda Ryan, porra!
Por uma luta, ele se levanta da cadeira. Não foi rápido, mas passou por mim com um olhar que eu sabia muito bem, 'Não deveria ter feito isso'.
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Born to die - Livro um
ActionQuando um dos chefes de uma máfia resolve colocar um ponto final em um mistério perdido, e dois adultos estão envolvidos nisso, algo ruim pode ter resultado de dois outros adultos que não esperavam arriscar suas vidas por eles. Um sequestro une do...