019: mom

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IZABEL MARTINELLI POV

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IZABEL MARTINELLI POV

—mãe?! - digo assim que eu vejo a senhora parada na frente da minha porta, ela carregava uma mala de mão e tinha uma mala cinza ao seu lado. O cabelo dela estava preso e tinha os olhos tristes.

—minha filha. — ela diz me dando um abraço. — me desculpa.

Deixo nossos corpos se abraçarem por um tempo. Como eu sentia saudades dela.
Até meus 15 anos eu e a minha mãe éramos melhores amigas e ela tratava Emma como filha também, eu contava tudo para ela e nós conversamos todos os dias. Meu pai nos abandonou quando eu tinha 3 anos, eu não lembro nada dele e Gabriel era recém nascido. Quando eu debutei meu pai apareceu novamente como se nada tivesse acontecido e minha mãe aceitou ele de volta. Toda a minha relação com ela foi por água a baixo e Gabriel foi a única família que sobrou para mim.

—eu me divorciei de seu pai. — ela diz. A vontade que eu senti de sair comemorando naquele momento foi gigante, mas eu me segurei para não parecer mal educada.

—mãe, vem aqui! Entra em casa. — digo pegando a mala de mão dela e largando em cima do sofá e ela entrou puxando a mala de rodinhas.

—ah, você tem companhia, me desculpa. — ela diz olhando para Neymar sentado no sofá e o homem logo se levantou e estendeu a mão para a minha mãe.

—Oi Sra. Martinelli. — ele se apresenta. — sou Neymar.

—eu sei quem você é, garotinho. — ela o trata como se fosse uma criança.

—vocês querem que eu vá embora? — ela ja perguntou pegando as chaves do carro, mas eu mesma o impedi.

—fica, por favor. — peço segurando o braço dele e Júnior logo larga as chaves novamente.

—seu pai perdeu o juízo totalmente, eu pedi divórcio e fui embora. Não tem muito o que explicar, você já sabia como as coisas estavam funcionando. — ela fala.

—estou tão feliz por você, mãe. Mas por que você não me ligou depois de eu avisar que estava grávida? — pergunto.

—seu pai não deixava...

—ele pode ser meu pai de sangue, mas ele não me criou, Tio Benny me criou. — irmão da minha mãe.

—eu sei, filha. Eu juro que eu tentei te ligar, e eu raramente conseguia atender seu irmão. — ela diz pegando na minha mão e olhando para minha barriga. — quantos meses você está?

—cinco. — respondo. — mas está passando muito rápido.

—imagino. — ela fala. — estou muito feliz por você, sei que não foi como o planejado, mas você vai ser uma mãe incrível. — ela fala tocando na minha barriga.

—obrigada. — agradeço. — você já falou com Gabriel?

—ainda não, precisava ver como você estava e te pedir desculpas. — fala.

—Sra. Martinelli. — Neymar a chama. — o que você pretende fazer a partir de agora?

—quero ficar por aqui, não no seu apartamento. Mas quero acompanhar minha neta. — diz. — preciso achar um apartamento.

—mãe, você não fala francês. — digo. — como você quer se virar aqui?

—eu tenho você ? — ela fala mais perguntando e eu rio. — você fica aqui algumas semanas no quarto de hóspedes enquanto procuramos um apê para você.

—eu posso ajudar, tem um prédio no fim da rua que foi recém construído. — diz Neymar. — como é novo o preço ainda está bom.

—incrível. — fala minha mãe. — gostei dele, Iza. — solto uma risada e Neymar também.

—vou ligar para Gabriel e avisar que você está aqui. — falo. — ele vai querer vir te ver.

—é muito longe. — diz minha mãe.

—se ele pegar um ônibus ou vir de trem ele chega em menos de 5 horas. — falo e minha mãe faz uma cara chocada. Ela não tem noção de como as coisas funcionam hoje em dia.

Quando eu saio da sala para ligar para meu irmão a última coisa que eu escuto era minha mãe interrogando Neymar sobre como era a família dele. Provavelmente querendo saber como eram as aparências para saber como a bebe nasceria.
Procuro o nome do meu irmão e clico para ligar para ele por mensagem de voz, após poucos bips ele aceita.

—você não tem noção do que a Emma fez. - ele quase grita no meu ouvido e eu afasto o celular.

—oi, Gabi. Como você está? — digo sarcástica.

—nada bem. — responde. — Emma me deixou completamente confuso.

—espera, você gosta de Emma?

—que? não... acho que não. — ai meu deus, esses dois um dia vão me matar.

—Gabriel, eu te amo, mas nesse momento isso não me interessa muito. — digo. — mamãe apareceu aqui em casa.

—QUE? — novamente eu afasto o celular do ouvido.

—ela e Eduardo se divorciaram.

—ai meu deus.

—ela vai ficar uns dias por aqui.

—eu vou pegar um trem amanhã de tarde depois do meu jogo. — fala. — como ela está?

—por incrível que parece, parece bem. — falo.

—certo, vou mandar mensagem para ela. — fala.

—vou desligar, tchau. Vou avisar para ela falar contigo.

—okay. — fala e quando eu estava prestes a deligar ele fala: — espera.

—o que?

—diz para Em... quer saber, não diz nada. Tchau, Iza.

—tchau, Gabi...

one night :: Neymar JuniorOnde histórias criam vida. Descubra agora