⌕ Meu admirador secreto...

⌕ To na merda... acompanhada

— Certo... tudo bem, é que eu pensei que você iria raciocinar que se eu estou gritando em um "buraco" e não ao lado dele, é porque não consigo subir. Então você teria que me ajudar a sair!

— Ah sim e o bicho que você tava atraindo ainda mais com seus gritos de estourar os tímpanos, iria esperar o príncipe aqui, te resgatar

— Você, príncipe? Onde? Só se for a da princesa e o sapo ou da bela e a fera, quando ainda estava amaldiçoado

Ele cruza os braços, me encarando de cara fechada e parece ficar aéreo por uns segundos.

— Espera, então quer dizer que você ainda vai me beijar para quebrar a maldição... é isso?

— Ai, o que fiz para merecer isso...

— Enfim, você tá maluca de vir pra cá assim!? Sabe qual é a morte mais provável para alguém da nossa idade?

— Pelas mãos de quem tá na merda, junto com você?

— ...Em um acidente!

— Eu faço parecer...

Ele respira fundo também, sem dizer mais nenhuma uma palavra.

— Que foi? Já assisti muitas séries policiais, não duvide da minha capacidade e o nível da minha vontade de te matar

— Isso, de que adolescentes ou jovens adultos morrem em acidentes é por acharem que a morte não é nada e que não vai chegar até eles, nós achamos que temos total controle, sobre essa merda. Tudo isso por falta de impor limite, por querer ter uma imagem poderosa desafiando o mundo, más influências, por ter dificuldade para expressar seus sentimentos e pedir ajuda, e muito mais...

Nossa... isso é uma bronca, vindo dele?

— Está parecendo minha mãe agora

— S/n, o que eu quero dizer, é que estou sabendo como você veio parar aqui e se você aceitou aquele desafio, só para não ser deixada de lado ou para receber elogios pela sua coragem-

Tampo sua boca antes que pudesse terminar e ele retira, logo em seguida, limpando a boca.

— Tá suja a sua mão!

— Então para de falar besteira, não aceitei vir aqui, por nenhuma dessas bobagens e também não fiquei desafiando a gravidade ali em cima, ficando na beirada desse negócio. Vim aqui, porque quis e também pelo o que falaram, de não parecer estar fechado por ter algum tipo de perigo e claro que se eu entrasse na trilha e percebesse algo, eu sairia correndo na hora!

— Hmm... tá, mas e o bicho que tava para te matar

— Ai caramba, esqueci do bicho!

Vou para trás dele e aponto com a lanterna do meu celular ligada a nossa frente.

— O som tava vindo de lá

— Ok, vamos esperar e ouvir, então. As vezes já foi embora, para não ter atacado um alvo fácil como você...

Dou um tapa leve em seu ombro, juntos esperamos por alguns minutos e nada, mas logo quando ele ia quebrar o silêncio para reclamar, o barulho voltou.

— Ala, viu!? Tem alguma coisa ali!

Ele vai mais para frente, procurando encontrar a origem do som e olhando para vários lados, enquanto o barulho ainda estava presente, mas sem demora, para subitamente, voltando até mim.