Soldado e Poeta

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Helaena pegou Maelor, Arya deu um sorriso sincero, elas caminharam pelo Jardim, Arya contava piadas sem graças para Jaehaera, fazendo-a gargalhar, arrancando algumas risada de Helaena. Ver a rainha sorrir assim aquecia seu coração, Helaena podia ser a rainha, mas seu coração era de poeta, enquanto Arya era um soldado.

Helaena tentou abraçar Maelor mas ficou receosa, Arya segurou em sua mão e assentiu com a cabeça. A rainha tomou coragem e o abraçou, sentindo-o em seus braços, lágrimas escorreram de seu rosto.

Jaehaera deu a mão para Arya e puxou-a para as arquibancadas da arena, onde soldados testavam suas habilidades. Helaena não gostava muito disso mas se sentou para apreciar.

-Senhorita --O soldado lhe ofereceu uma flor--

Arya pegou e a deu para Helaena. O soldado riu da garota.

-Levarei isso como um desafio --Arya respondeu e pulou da arquibancada a arena--

-Arya! --Helaena se levantou e foi até as grades--

-Uau --Jaehaera exclamou--

Arya piscou para Helaena e as crianças.

-Me mostre que sabe mais do que jogar flores Sor. --Arya tirou sua espada da bainha--

-Não sou um Sor --O soldado deu o primeiro golpe--

Arya se defendeu jogando o corpo para trás e colocando a espada no pescoço dele.

-Eu percebi--Arya se afastou--

O soldado atacou Arya, a mesma se acrocou com uma perna mais a frente e defendeu o golpe, se levantou, girou e defendeu outro golpe, manobrando a espada a pôs de volta no pescoço do homem.

Helaena observou e conseguiu sorrir, sentia borboletas estranhas lhe correrem na barriga, como Deuses Arya podia ser tão perfeita? Uma rainha, um soldado, uma guerreira.

Quando o soldado pensou que venceria, Arya tirou o punhal de sua cintura e colocou em sua barriga fazendo leve pressão, para o amedrontar, ele largou seu braço, Arya se afastou rindo, pegou a espada, e jogou uma flor para Helaena.

Helaena pegou e bateu Palmas.

-Ela é incrível, mamãe! --Jaehaera exclamou--

Helaena sorriu, tão sinceramente, beijou o rosto de Maelor. Alicent caminhou até ali com a cara fechada.

-Achei que era uma dama de companhia--Alicent disse olhando Arya que voltava para a Arquibancada--

-E ela é. --Helaena disse--

-Ela é u...--Quando Alicent ia completar Helaena a cortou--

-Única. --Helaena correu com as crianças para o encontro de Arya--

Arya acariciou a bochecha de Maelor, e bagunçou os cabelos de Jaehaera.

-Estava magnifica lutando --Helaena se atreveu a dizer--

-E você magnifica assistindo --Arya colocou a rosa atrás da orelha de Helaena--

-As rosas nas princesas contam como são apreciadas, rosas em rainhas contam o quanto são respeitadas--Helaena disse sorrindo-- Costumava ouvir nas canções que belos príncipes entregavam a princesas rosas e lhe faziam juras de amor, pois se apaixonaram por sua beleza, sempre em um cavalo branco, esperando um sorriso de volta, e assim contariam por toda a noite.

A poeta e a soldada ali estavam, uma empunhava uma espada, a outra uma rosa em seu cabelo, e apenas isso contou mais do que mil palavras.

Ao final do dia Alicent insistiu para levar Maelor, Helaena achou que seria melhor.

-Um passo de cada vez --Arya disse indo para o castelo com a princesa e a rainha--

As três foram aos seus aposentos tomar banho, quando prontas, Arya se estranhou naquele vestido, pelo menos era vermelho escuro, quando Arya saiu de seu quarto e entrou no de Helaena seu coração pulou fora do peito ao ver ela em um vestido verde-marinho, cabelos presos deixando toda a beleza de seu rosto a mostra.

-Minha rain--- Quando Arya iria continuar Helaena a repreendeu--

-Se for assim também terei de fazer referência --Helaena passou as mãos nos cabelos soltos de Arya--

-Está uma verdadeira rainha vossa Majestade --Arya sorriu, ainda se sentia estranha naquela roupa--

As duas desceram as escadas, alguns empregados se surpreenderam ao ver a aparente dama de companhia de Helaena vestida tão bem, e incrivelmente linda.

Jaehaera veio acompanhada e sentou-se ao lado de Arya, enquanto a mãe estava sentada em uma ponta, esperavam nada ansiosamente pela chegada de Aegon, não foi de surpresa que ele não apareceu, devia estar fazendo a única coisa qual ele fazia bem : beber.

Arya jantou e se esforçou pra fazer Helaena jantar também, graças aos Deuses ela conseguiu, Jaehaera puxou Arya pelo vestido, Arya olhou-a, a pequena lhe chamou para dançar.

-Querida, não faço ideia de como se faz isso --Arya olhou a Helaena, sem graça--

Os empregados se cochicharam, estranhamente uma dama de companhia que não soubesse como dançar.

-Sabe --Helaena se levantou e deu a mão para Arya--Dentro de cada mulher, dorme um secreto cisne que se deseja relevar e levantar voo.

Arya pensou em dizer que o cisne dela havia nascido morto, mas desejou não estragar o momento, colocou a mão na cintura de Helaena como ela mandou, e deu a outra mão pra ela.

As duas começaram a dar dois passos para a esquerda, dois para a direita, um giro, voltavam a valsear, Arya estava pegando o ritmo, separou seu corpo do de Helaena, ficou no lugar enquanto ela girava em volta dela com sua mão segura na dela.

Jaehaera dançou em volta das duas, toda feliz, por momentos esquecendo o crepúsculo traumático que vivenciou a dias atrás.

Ao final da música Helaena jogou seu corpo para trás, Arya segurou-o e puxou de volta, quando Helaena voltou as duas ficaram cara a cara, borboletas surgiram no corpo de ambas, Helaena agarrou-se no braço de Arya e tentou negar que seu coração acelerou como nunca em sua vida...seria...seria amor?

Arya soltou-a quando ficou de pé, Jaehaera bateu palmas enquanto dava pequenos pullinhos felizes.

*

A dança dos dragões entrou em nova fase depois da morte de Lucerys Velaryon nas terras da tempestade e do assassinato do príncipe Jaehaerys diante da própria mãe na Fortaleza Vermelha. Tanto quanto para os pretos quanto para os Verdes, sangue invocou sangue em busca de vingança. E, por todo o reino, senhores invocaram seus vassalos, e exércitos se reuniram e começaram a marchar.

Nas terras fluviais, salteadores saíram de Corvabor sob o estandarte de Rhaenyra, invadiram o território da casa Bracken onde vandalisaram.

Quando os Bracken reuniram uma força robusta para reavaliar, o Lorde Samwell Blackwood os surpreendeu durante a marcha, pegando-os desprevenidos em seu acampamento. O muinho onde estavam foi incendiado, e durante horas homens lutaram e morreram à luz rubra das chamas. Sor Amos Bracken, liderando o exército saído de Barreira de Perdra, derrubou e matou lorde Blackwood em combate individual, porém uma flecha Atirado de Aly Black acertou seu crânio.


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