Até que eu encontrei você

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Nem Arya nem Helaena compareceram ao jantar, Daemon se preocupou e subiu as escadas, bateu no quarto delas, quem veio a porta foi Arya, abriu apenas um pouco da porta.

-Não nos sentimos bem para comparecer ao jantar --Arya olhou-o sabendo o que pediria--

-Achei que pudéssemos ter algo em família, pelo menos com parte dela. --Daemon olhou nos olhos de Arya--

Arya respirou profundamente.

-Daemo...--Quando ia continuar ele a interrompeu --

-Pai, pode me chamar assim, filha...--Daemon segurou sua mão que segurava a porta--

Arya não se sentia confortável por saber o que ele havia feito com Jaehaerys...quando abriu a boca para responder Rhaenyra apareceu atrás dele.

-Deixe-me conversar com elas...--Rhaenyra deu um leve sorriso--

Daemon passou a mão na mão de Arya e se afastou lentamente, seu coração de pai nunca quis tanto os filhos unidos como agora...Sentia por Viserys, por Jacaerys, por Lucerys...por Visenya, e algo nele o avisava que o tempo com Arya estava contado, a desconfiança dela, o tão desaparente amor o cortava como uma espada.

-Boa Noite --Daemon beijou a testa de Arya passou a mão em seus cabelos e saiu--

-Boa Noite...--Arya respondeu baixo o vendo se afastar--

Arya deu passagem para Rhaenyra entrar no quarto. Rhaenyra entrou, Helaena abaixou a cabeça, não sabia como olhar para a própria irmã.

-Irmã--Rhaenyra caminhou até a cama, algumas lágrimas teimosas estavam em seus olhos--Jamais machucaria seus filhos...eu não queria isso.

Helaena ergueu o olhar para ela.

-Tirou um inocente, o jogou em uma guerra que não me pertencia, muito menos pertencia a ele...--Helaena respondeu--

Arya foi ao lado da cama e segurou sua mão.

Rhaenyra engoliu o choro na garganta, se sentou na cama e segurou a outra mão da irmã.

-Sei o que fizeram com os nossos filhos jamais terá perdão. A única coisa que posso fazer é proteger vocês agora...nada mais irá machucar vocês--Rhaenyra disse--

-Enquanto eu estiver viva, nada irá os ferir --Arya olhou Rhaenyra--

Rhaenyra se levantou, foi até Arya e colocou a mão em seu rosto.

-Você tem uma coragem que eu vi poucas vezes...E Enquanto estiver aqui, lhe tratarei como uma filha...a filha que foi tirada de mim --Rhaenyra abraçou Arya--

Arya retribuiu o abraço e olhou Helaena.

Helaena deu um pequeno sorriso e segurou a mão de Arya, o coração de mãe dilacerado...mas...perdoe Helaena...perdoe.

Arya sentiu em Rhaenyra o que tanto precisava, afeto de mãe...ah quanta falta Amália fazia em sua vida...

-Promete impor respeito entre eu e Helaena?--Arya passou as mãos nas costas de Rhaenyra e se afastou aos poucos--

Rhaenyra concordou com a cabeça e pegou na mão de Helaena.

-Sinto tanto por você irmã...--Rhaenyra beijou a testa de Helaena--

Helaena fechou os olhos ao receber o beijo, quando os lábios de Rhaenyra se afastaram ela a olhou e viu Rhaenyra ir em direção a porta.

-Boa Noite garotas...--Rhaenyra disse fechando a porta--Se quiserem descer pra jantar...

Arya sentou-se na cama com um pequeno sorriso, abraçou Helaena.

-Viu meu amor...vamos ficar bem...vamos sair daqui, teremos nossa vida juntas, criaremos nossos filhos --Arya segurou as mãos de Helaena --

Helaena beijou-a e sorriu ao ouvir os planos.

-Quero você Arya...pode ser onde for, estando com você pode ser o simples que se tornará riqueza. --Helaena disse passando a mão em seu rosto--

-Vamos descer? As crianças devem estar nos esperando--Arya disse erguendo Helaena da cama--

Helaena concordou com a cabeça.

As duas desceram, o rosto de Daemon se iluminou junto a um sorriso de Rhaenyra ao ver sua filha.

Arya sentou-se ao lado de Helaena com as crianças ao lado. Arya conversava com os pequenos arrancando risadas de Helaena.

-Serão meus netos? --Daemon pediu baixo para Rhaenyra e segurou sua mão--

-Nossos. --Rhaenyra respondeu sorrindo vendo as crianças--

Helaena evitava Daemon a respeito de Arya, que também de certa forma tratava ele o evitando, mas uma parte de seu coração...nem que fosse lá no fundo, estava feliz por o ter.

Jaehaera pegou a mão do irmão mais novo e o desceu da cadeira, dançando com ele.

Vendo essa cena o arrependimento veio amargo na boca e no coração de Daemon, Arya foi até as crianças enquanto tomava uma taça de vinho.

-Mamãe...--Maelor chamou por Arya--

Os olhos de Arya se iluminaram em um sorriso emocionado. Helaena foi até lá e abraçou Arya por trás.

-Mamãe--Helaena afirmou e beijou o rosto de Arya--

-Ela é nossa mãe? --Jaehaera indagou ansiosa --

-Sempre. --Arya respondeu e abraçou as crianças, então olhou Helaena--Eu não sabia que existia outra vida...até que eu encontrei você.

Helaena beijou-a com todo seu amor.

-Você me deu a vida novamente --Helaena disse em um sorriso lindo em seus lábios--

Arya pegou Maelor no colo e o encheu de beijos, o olhar da morena se dirigiu ao do pai, ele sorriu, sorriu com os olhos marejados.

(...)

O imposto caia até sobre as mortes, que serviam de alimento aos dragões da rainha,  o novo mestre da rainha cobrava taxas até de quem queria deixar a cidade. Aos que não tinham condições ou se recusavam a pagar tinham as embarcações e carregamentos confiscados e vendidos.

Rhaenyra reabasteceu os cofres, a um grande custo. Porém amor e ódio são duas faces da mesma moeda, e conforme cabeças novas começaram a surgir nas estacas, seguidas de impostos cada vez mais pesados, a moeda girou. A menina que antes fora celebrada como Deleite do Reino se tornará uma mulher gananciosa e vingativo, um debochado chamava Rhaenyra de "Rei Maegor com tetas".

Com a cidade, o castelo e o trono em seu poder, e defendida por seis dragões, Rhaenyra se sentiu segura o bastante para mandar buscar seus filhos. Uma dúzia de navios zarpou de DragonStone, levando as damas de companhia da Rainha, seu adorado bobo Cogumelo, e seu filho mais novo Aegon. Rhaenyra encarregou o menino de atuar como sei escanção, para que ele estivesse sempre por perto. Outra frota saiu de Vilavelha com o príncipe Joffrey, o último dos três filhos da rainha com Laenor Velaryon, junto com o dragão dele, Tyraxes (Rhaena, a filha do príncipe Daemon continuou no Vale como protegida da senhora Arryn, enquanto sua gêmea, a cavaleira de dragão Baela, dividia seus dias entre Derivamarca e DragonStone).

Na plenitude da vitória, Rhaenyra Targaryen nem desconfiava quão poucos eram os dias que lhe restavam. No entanto, a cada vez que ela se sentava no Trono de Ferro, suas lâminas extraíram sangue de suas mãos, braços e pernas, um sinal que todos sabiam interpretar.

Arya não estava mais confortável, nem confiante na Fortaleza Vermelha, ela sabia que algo estava vindo, precisava armar um plano e sair dali com as crianças e com Helaena, a mesma se dirigiu até os barcos.

-Quando poderia zarpar ? --Arya indagou o homem--

-Somente daqui uns meses minha senhora...--O homem respondeu--

-Por que tanto tempo? --Arya franziu o senho--

-Ordens da Rainha. --Ele apenas disse isso e se retirou --

Arya deu passos apurados até dentro do castelo a procura de Rhaenyra, ela pagaria os impostos que fossem, mas queria sair dali, queria deixar sua amada e seus filhos a salvo.



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