003: Abestalhado.- 2019.

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Isabelle Borges
Fevereiro, 08:36

esfrego meus olhos, na tentativa de mantê-los abertos, enquanto tento prestar atenção na professora de Geografia.

— Foi dormir tarde, dona Isabelle?!– Heloisa questiona em um tom provocativo.

A Helo morava na Brasilândia comigo. A primeira coisa que meus pais fizeram depois de conseguirem o próprio escritório, foi dar emprego para os pais da Heloisa, já que nossas família sempre foram muito amigas.

E quando minha mãe disse que eu ia mudar de escola, eu praticamente obriguei a Helo a tentar uma bolsa para cá.

E ela conseguiu!

Ou seja, tente nos separar e falhe miseravelmente.

— É, fui dormir meio tarde mesmo.

— Deixa eu adivinhar... você tava falando com o Teto.– A garota diz como se fosse óbvio.

— Eu tava falando com ele mesmo.– Dou uma risada.– Se eu pudesse eu passaria vinte e quatro horas falando com ele.

— E beijando ele também, né?

— Para de ser idiota, menina!

— Você não negou!– A morena cantarola.

— Que saco! Por que ele tem que morar na puta que pariu?

— Você tem que relaxar, isso sim.

Teto
Fevereiro, 08:40

— Você precisa relaxar, irmão!– Lucas diz, enquanto copia o texto da lousa, o qual eu já tinha desistido.

— Eu não consigo!

— Mano, tu só viu ela duas vezes, beijou ela uma vez, e o pior... ela só tem quatorze anos! Tá abestalhado?!

— Véi, sei lá, eu não consigo explicar, mas tem algo diferente nela.

— A marca do mucilon?

— Cala boca, Lucas.

— Olha, pra sua felicidade, você vai pra São Paulo semana que vem, né?

— Verdade! Eu vou ir na sexta, porque sábado e domingo eu vou fazer show com o Dex.

— Pronto, Clériton, relaxe. Você vai ver a sua amada.– O garoto diz, e eu dou um sorriso.

— Será que ela tá na mesma ideia que eu?!

— Olha, se ela estiver falando tanto assim de você igual você está falando dela, vocês são dois doidos que se completam.

(...)

Apoio meu celular em cima da minha escrivaninha, enquanto ligo para a Isabelle.

— Oi, Teto!– Dou um sorriso ao ver seu rosto.

— Eai, Isa. Cê tá boa?

— Tô ótima, e você?

— Tô bem, pô, te fazendo o que?

— Terminando a lição de casa.

— Quer que eu desligue?

— Não! Não precisa.

— Você nem sabe!

— O que?– A garota questiona, curiosa.

— Semana que vem eu vou pra São Paulo!

— Mentira!– Ela para de escrever em seu livro, e olha para mim.

— É, eu chego aí na sexta-feira.

— Caralho, mano! Eu to muito feliz, Teto.

— Eu também! Quero muito te ver. Aliás, no sábado eu vou estar no show do Dex.

— Eu vou estar! Na sexta você chega que horas.

— Umas seis da tarde.

— Então você vai vir comigo na resenha do Kevin!

— Que?! Mentira, véi!

— Tô falando sério, pô.

— Caralho, vai ser bala!

— Agora você pode me falar seu nome verdadeiro?!

— Semana que vem eu te conto, relaxa coração!

— Pô, te aguardo, monstrinho!

Maktub, sinônimo do destino.- Teto.Onde histórias criam vida. Descubra agora