Isabelle Borges
Fevereiro, 23:49Pra que eu fui inventar?
Era para eu e Sávio cantarmos aqui em uma cidade do Rio de Janeiro.
Mas começou a sair na previsão que ia ter uma chuva feiona.
Vários artistas cancelaram o show, pelo perigo de ficarem ilhados. Mas eu e Sávio batemos pernas falando que queríamos fazer o show.
Tinha que ser.
Agora sabe onde estamos? Ccom a van Ilhados na puta que o pariu, em uma cidade que ninguém nunca tinha ouvido falar.
— Eu vou matar vocês dois!– Minha empresária exclama, enquanto eu e meu namorado nos encolhemos no banco.
— A gente avisou!– Marcos diz, olhando pela pequena janela, vendo que a água só estava subindo.– Por que a gente foi inventar de escutar uma adolescente de dezesseis anos, hein?!
— Ei!– Protesto.– Eu ainda estou aqui!
— Ah, mas eu sei muito bem.– Luiza diz, com uma veia saltando de suas têmporas.
— A gente foi muito burro.– Sávio sussurra para mim, rindo.
— Por que nenhum de nós dois pensa um pouco?!– Choramingo sobre os ombros do meu namorado.
O celular de Luiza começa a tocar do meu lado, e eu entrego para lado.
Vejo o nome de Thalita no chamador.
Ela é a assistência dos meus empresários, e está na outra van atrás de nós com o resto da equipe.
Que equipe?! Minha e do Sávio.
A van dele é a atrás de nós, mas ele quis vir na minha van comigo.Aí o Marcos mandou a Thalita para a van do meu namorado para facilitar a comunicação.
— Alô, Siqueira?– Luiza diz, ao atender o telefone no viva-voz.
— Então... péssima notícia.
— Aí, meu Deus.– Marcos mormura, passando a mão pelo cabelo.
— Fala, Thalita.– Luiza pede, e eu e o Sávio prestamos atenção na conversa alheia deles.
— Vamos precisar abandonar a van. A água tá subindo muito. É melhor sairmos agora, e procurarmos lugar para passar a... noite.– A mulher diz em um tom de dúvida ao falar da noite, já que está quase amanhecendo.
— Você está ouvindo, né, Isabelle?!– Luiza diz como uma mãe, e escuto me tremendo toda, já que considero a empresária minha segunda mãe de fato.– Olha, se amanhã a gente não estiver em são Paulo, para você conseguir gravar a poesia seis, eu...
— Poesia seis?!– Meu namorado questiona, franzindo o cenho, e eu bato a mão na testa.
— Era surpresa, Luiza!– Eu e o Marcos exclamamos em um unisso.
— Aí, foi mal!– Ela leva as mãos a boca.– Esqueci, tava nervosa.
— Surpresa, bê!– Viro o rosto para Sávio.
— Você vai cantar poesia, sereia?– Ele questiona, se animando, e eu assinto.– Parabéns, preta! Você merece!
(...)
Caramba, eu estou no estúdio para gravar poesia seis!
O lado bom? Eu vou gravar poesia acústica.
O lado ruim?
Felipe Ret também está aqui.
Não sou a maior simpatizante dele. Depois que nós brigamos no rap in cena 2019, toda vez que nos encontramos é problema.
Que cara insuportável!
E eu fui descobrir que ele tem trinta e quatro anos. Um 'vei perrequeiro desse, mano.
— Se você arrumar confusão, eu te mato.– Cabelinho mormura para mim, quando eu reviro os olhos para algo que Ret disse.
— Fala isso para ele, Victor. Fala para ele não tirar uma com a minha cara, né.
— Olha, 'relaxaaa– Meu amigo balança meus ombros.– 'Tamo no poesia, porra!
— Jae.– Dou um sorriso.
— Krait!– O produtor me chama.
— Oi?
— A parte do Ret vai vir depois da sua, falou?
— O que?!– Eu e ele dizemos em um unisso.
— Por que?– Ret questiona, franzindo o cenho.
— As partes de vocês casam bem. Pode ser?
— Fazer o que, né?– Mormuro para mim mesma.– Pode ser!– Digo em voz alta dessa vez.
— Então, vem, é a sua vez.
Eu me levanto, e entro na cabine.
Eu encaixo os fones de ouvido em minha cabeça, e quando eu vejo o sinal de positivo, e a melodia andando, eu começo a cantar.
"Vou descer, vou dançar
Me esquecer
Do meu próprio valor
Não me importo com a dor
De viver sem você
Sem você, sem amor...""Eu com toda essa estrada que não tem saída
Narrando a história que fala de nós
Contigo eu tô tentando arrumar minha vida
Bagunçando ela embaixo dos lençóis
Eu sei que a gente não se dá tão bem
Mas se eu te ligar, sei que tu vem""E se quiser ficar com outro alguém
Por mim tá tudo bem
Segue o baile, vai
Segue o baile, vai
Não somos obrigados a voltar atrás
Segue o baile, vai
Segue o baile, vai""Eu não vou te esquecer
Mas não trago comigo
Vai dar merda de novo
Vamo correr perigo
Escondido é gostoso
Mas somos só amigos
E quando amanhecer
Baby, eu não, eu não vou tá contigo"Então, quando eu acabo, eu tiro os fones, e saio da cabine.
— Caralho, foda, Isa!– Cabelinho exclama.
— Ficou brabão mermo!– Xamã concorda, sorrindo.
— Ixi– Ret engata.– Veio 'pro poesia e escreveu isso? Problemas no paraíso, Krait?!
— Cala a boca, Ret.– Reviro os olhos.– Não abre a boca 'pra falar do meu namorado. Eu só não escrevo love, falou? Pode ficar em paz, que do meu relacionados cuido eu, e eu cuido muito bem. Agora vai lá cantar a sua parte.– Digo, e ele sai de perto.
— Caralho.– Xamã diz.
— Nunca vi tanto ódio em uma pessoa só.– Cabelinho ri.
— Fico puta se mete o Tete no meio.
— Qual o nome do Teto?– Xamã questiona.
— Ele só usa o nome artístico dele.– Digo dando um risinho.
— O moleque vai estourar uma hora, tenho certeza– Cabelinho engata.– Ai eu quero ver ninguém descobrir o nome dele.– Victor diz, e eu daquele jeitão dele.
'Êêê, Clériton Sávio.
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Maktub, sinônimo do destino.- Teto.
FanficMAKTUB, estava escrito, ou melhor, tinha que acontecer. Teto e Isabelle namoram, foram destinados a ficar juntos. Dois cantores, que tem vidas e rotinas muito parecidas e ao mesmo tempo completamente diferentes. Acompanhe de perto o casal mais cobiç...