010: Tu já é minha.- 2019.

257 19 0
                                    

Teto
Abril, 11:37

Resmungo, quando o sol que bate em meu rosto, começa a me incomodar.

Estico meu braço pela cama para chegar na Isabelle, mas não sinto ela.

Então abro um olho, e quando vejo que ela realmente não está lá, eu me sento no cama, franzindo o cenho.

— Ué.– Comento, rouco.

Eu me levanto da cama, e vou até o banheiro. Escovo meu dentes, e lavo meu rosto para acordar bem.

Eu vou até a sala, e vejo meu pai no sofá.

— Pai, tu viu a Isabelle?

— O pessoal foi até o mercado, filho!

— Ah, valeu!– Agradeço, e vou em direção a cozinha.

— Sávio!– Meu pai me chama, e eu me viro para meu coroa.– Toma cuidado com a Isabelle, faz tudo direitinho. Ela é uma garota ótima, e ótima de verdade, que dá até vontade de ficar perto. Ela tem uma aura boa, filhote.

— Eu sei, pai, muito obrigado. 'Tô fazendo tudo certo, eu amo ela, mano.– Abro um sorriso gigante.– Nunca me senti assim antes.

— Estou muito feliz por vocês!

Eu ia responder, mas começou uma barulheira dentro de casa.

Imediatamente colo meus olhares na porta de entrada, eu logo vejo minha família, adentrando a casa, e pondo as sacolas em cima da mesa da cozinha.

— Você é besta, Isa.– Adrielle diz, se recuperando de um ataque de risos.

— Eai, gente! Esqueceram de mim, foi?

— Você que dorme demais, Sávio.– Isa diz, com humor.

— Nunca vi dormir tanto.– Minha mãe diz, dando uma risadinha.

— Também te amo, viu, mãe!– Digo rindo, me aproximando de Isabelle, e selando nossos lábios.

— Você que vai cortar a cebola 'pro almoço, Sávio!– Minha irmã diz, e eu viro mim bruscamente minha cabeça para ela, mas sem tirar a mão da cintura da garota.

— Não vou, não!

— A mãe quer me botar 'pra cortar a cebola, tu sabe que eu choro muito, mano.

— Bota o Neyveson pra cortar, eu hein.

— Me tira dessa! Eu já vou preparar a massa da lasanha.

— Acho melhor você cortar a cebola – Isabelle diz, rindo.– Eu e a Adrielle vamos fazer a sobremesa.

— Cadê a democracia?!

— Fica com quem acorda cedo!– Ela passa seu dedo na ponta do meu nariz, fazendo eu dar um risinho.

— Eai, família!– Mariana e Ryan adentram a casa.

— Que isso?!– Adrielle questiona, com o cenho franzido.– Virou pensão a nossa casa.

— Achei um absurdo também.– Digo, rindo.

— Quando o Sávio não está fumando maconha ou babando em cima da Isa, tá atormentando um.– Mariana diz, fazendo todos gargalharem, mas logo me abraça.

— Você vai cortar cebola.– Digo a minha prima.

— Cleriton Sávio!– Isabelle exclama, levando as mãos a cintura.– Para de ser preguiçoso. Você vai cortar as cebolas!– A garota negra, ordena, fazendo eu choramingar.

(...)

— Posso te fazer uma pergunta?– A garota pergunta.

Depois de muito bagunça na cozinha, e de muito comermos, estamos descansando um pouco.

Eu e a Isa estamos deitados na rede da varanda, juntos.

— Claro que pode.– Digo, e ela ergue um pouco seu corpo, para conseguir me olhar nos olhos.

— Você é o tipo de pessoa que fala as coisas por falar?

— Como assim?!– Franzi o cenho.

— Você fala que ama por falar, pelo momento, ou por que está na onda?

Quando ela diz isso, uma lembrança clara veio em minha mente.

Eu falando que amo ela hoje de madrugada.

Não era mentira. Não é mentira.

Quando eu fico lombrado, eu fico com a língua frouxa, falo o que eu quero, o que eu sinto de verdade.

É claro que eu te amo, porra.

— Eu te amo, preta.

— Sem caô?– Isabelle se senta, com uma de suas pernas por cima da minha.

— Sem caô.– Digo, com uma risadinha.

— Eu também te amo, bê.– A garota dá um sorriso.

— A gente se ama.– Digo com o olhar deslumbrado.

— É, bê.– Isabelle dá uma risada pela forma que eu digo.

— 'Vamo namorar?– Pergunto, derrepende.

— Que?!– A garota questiona, com a voz aguda, e os olhos arregalados.– Tu tá lombrada, Sávio?

— Para com essas 'ideia, véi!– Rio.– Eu não to lombrado. Que diferença vai fazer a gente namorar? Tu já é minha, mesmo.

— Seriao?

— Sério.– Puxo suas costas para mim, deixando nossos rostos com dois centímetros de distância.– 'Cê aceita namorar comigo, preta?– Sorrio.

— Aceito, Sávio.– Minha namorada diz, e une nossos lábios.

Maktub, sinônimo do destino.- Teto.Onde histórias criam vida. Descubra agora