Capítulo 01

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Nota da Escritora : Toda vez que o texto estiver em itálico, é quando Kim JongIn estiver contando a história para seu filho.



Do KyungSoo corria pelos corredores do grande Hospital Kim. Ele havia acabado de ser contratado, um recém médico formado que havia ganhado a atenção da grande fundação Kim, uma das famílias coreanas mais ricas e influentes do século.

Os Kim tinham hospitais espalhados por toda a Coreia Do Sul, e além dela. Todas as gerações dos Kim eram de médico e médicas, não tinha um membro da família que não fosse, até os cônjuges eram médicos, todos eles, uma grande família rica e bem influente. E agora Do KyungSoo trabalhava para eles, o grande sonho dele. Desde criança sempre sonhou em ser médico, e quando conseguiu passar em uma das melhores universidades de medicina da Coreia Do Sul, ele sabia que quando se forma-se queria ser contratado para trabalhar no Hospital Kim... E ele conseguiu.

— Cheguei, o que ouve? — Pergunta ofegante quando entra na ala de triagem.

— Acidente de moto. — A enfermeira diz abrindo a jaqueta e cortando a camisa preta do homem deitado na maca desacordado, e com vários ferimentos no rosto.

— Os jovens de hoje estão cada dia mais descuidados. — Começa a examinar. — Batimentos cardíacos estáveis... Pressão boa... Parece não ter hemorragia nem interna, nem externa... Braço e perna esquerda quebrados... Arranhões espalhados pelo corpo... Os paramédicos disseram se ele usava capacete?

— Usava. — A enfermeira diz, enquanto anotava tudo na prancheta.

— Seu estado não parece grave, o mande para ala ortopédica, e o mantenha em observação. — Diz colocando o estetoscópio em volta do pescoço.

— Sim doutor.

— Qual o nome do paciente? — Pergunta admirando o rosto do jovem.

— Ele não tinha identificação.

— Diga ao ortopedista que quando terminar o mande para a área de saúde pública, e depois me avise.

— Sim doutor. — Diz enquanto Do KyungSoo sai para atender outros casos que haviam chegado.

O dia de KyungSoo era sempre assim, quando não estava na triagem, era nas salas de cirurgia. O mesmo era um dos melhores cirurgiões do país, perdendo apenas para a doutora Kim, a dona do hospital.

No fim do dia KyungSoo segue para a área de Saúde Pública, era onde ficava as pessoas que não podiam pagar por atendimento médico, ou indigentes. Andando pelos leitos, ele enfim acha o que procurava, por algum motivo aquele jovem tinha lhe chamado atenção.

— Vejo que está acordado. — Pega a prancheta lendo as informações que tinham sido adicionadas. — Teve muita sorte de não ter sido pior, da próxima vez dirija com mais cuidado. — Devolve a prancheta e segue para checar o soro. — Qual o seu nome?

— JongIn. — Diz com a voz rouca.

— Do KyungSoo. — Se senta na cama vazia que tinha no lado esquerdo. — Você está na área de Saúde Pública, se tiver algum convênio de saúde, deve dizer a enfermeira, que assim será transferido para a área particular.

— Não tenho. — Encara KyungSoo. — Quanto tempo irei ficar aqui?

— Mesmo que seus ferimentos não sejam graves, e de não ter batido a cabeça, ainda terá que ficar dois dias em observação e depois mais duas semanas e assim receberá alta, e daqui a seis meses voltar aqui para tirar os gessos.

— Seis meses?

— Sim.

— Não tem como ser antes, eu tenho uma competição de dança daqui a dois meses.

— Cancele.

— Mas que droga. — Pragueja irritado. — Minha vida acabou.

— Não seja dramático, você pode dançar de novo daqui seis meses, não é um tempo muito longo, agora imagine se não pudesse mais andar.

— Você não entende. — Vira o rosto para o outro lado. — Parece até meu pai.

— Se eu tivesse um filho e ele saísse por aí em uma moto a mais de 100km/h, eu tenho certeza que já estaria com cabelos brancos e teria tido uns mil infartos.

— Que exagero. — JongIn gargalha, fazendo KyungSoo rir junto. — Você tem um sorriso lindo, doutor.

— ... — KyungSoo poderia dizer que suas bochechas e orelhas estavam vermelhas naquele momento.

— E está mais lindo ainda, com o rosto corado.

— Os jovens de hoje não respeitam os mais velhos. — Se levanta da cadeira, dá a volta na cama, checa o soro uma última vez e sai, mas antes que isso aconteça JongIn segura o jaleco de KyungSoo.

— Não me deixe aqui sozinho.

— Que idiota eu sou. — Bate a mão na testa. — Seu celular não foi encontrado, então irei emprestar o meu para você ligar para algum familiar.

— Não tenho para quem ligar.

— Como não tem? — Volta a se sentar. — Você comentou sobre seu pai.

— Meus pais trabalham demais, eles não têm tempo.

— Tenho certeza que se você explicar o que ouve, eles iriam vir correndo.

— Pra que? — Suspira. — Eles apenas iriam dizer o quanto não tenho jeito... E não quero que minha mãe me veja assim. — Fala a última parte baixinho.

— Não é justo esconder dela.

— Uma hora ela ira descobrir.

— Que teimosia.

— Seja meu acompanhamento, médico bonito.

— Se não parar de gracinha, irei deixá-lo sozinho.

— Calma ai Soo.

E assim, os dias foram passando. Toda vez que KyungSoo tinha uma folga ele ia fazer companhia para JongIn, passando momentos maravilhosos, e sendo a fofoca dos corredores do Hospital Kim, e chegando nos ouvidos da Doutora Kim. 

Linear - KaiSooOnde histórias criam vida. Descubra agora