Neste momento JongIn estava no seu quarto de hospital deitado em posição fetal, sim um homem adulto estava neste estado. Mas se fosse você creio que faria o mesmo. Imagine você conhece uma pessoa, se apaixona por esta mesma pessoa, vocês começam a namorar, um tempo depois se casam adotam uma criança, e do nada essa pessoas sofre um acidente, passa anos em coma, e quando acorda não se lembra de nada do que viveram juntos. Isso é muita coisa para a cabeça de Kai. E por isso neste momento ele estava deitado em posição fetal molhando todo o seu traseiro com lágrimas silenciosas.
— Appa? — JunKai entrou no quarto, e no mesmo momento JongIn se levantou enxugando suas lágrimas.
— O que faz aqui? — Pergunta passando a mão no rosto e com uma voz embargada do recente choro.
— O senhor está chorando? — Se aproxima da cama.
— Claro que não, de onde tirou isso? — Funga.
— Appa. — Repreende JongIn. — A vovó já me contou tudo. — Se senta na cama e abraça seu pai. — KyungSoo não se lembra do senhor... Não lembra da gente.
— Não é culpa dele... Ele... — JongIn não consegue terminar de falar pois dispara a chorar no ombro de seu filho. Que triste situação, ele quem deveria estar consolando JunKai, mas é seu filho quem está fazendo isso.
— Não chore appa, vovó disse que a memória dele pode voltar.
— Isso pode demorar anos. — JongIn se solta de seu filho e volta a enxugar as lágrimas de novo com a manga de seu pijama hospitalar.
— Então o senhor tenta o conquistar de novo.
— Você fala como se isso fosse fácil. — Desdenha.
— Não disse que era fácil, mas que o senhor não pode desistir. O amor de sua vida está no quarto ao lado, o que você tem que fazer é ir lá e tentar até que ele te ame de novo, ou se lembre do senhor.
— Quando você cresceu tanto? — JongIn bagunça o cabelo do filho. — Eu quero que me faça um favor.
— O que o senhor quiser.
— Vá em casa. Entre no meu quarto, e pegue uma chave que está na última gaveta de minha cômoda, e depois... Abra a porta daquele quarto, quando você olhar para a esquerda irá encontrar uma estante, procure o livro O Apanhador no Campo de Centeio. E depois diga a moça da limpeza para colocar todas as coisas do quarto no seu lugar de origem.
— O senhor tem certeza de tudo isso?
— Nunca estive tão certo.
(...)
JongIn para em frente a porta do quarto de KyungSoo, ele mordia os lábios em nervosismo. Não deveria ser tão difícil assim conquistar o cara que já é seu marido, e pai de seu filho. Mas naquele momento Kim não sabia o que fazer e nem como agir, o mesmo tinha medo de falar algo errado e de passar uma má impressão para KyungSoo. Segurando o livro com mais força ele levanta sua mão esquerda e bate na porta e em seguida uma voz o responde de dentro, JongIn gira a maçaneta e entra dentro do quarto com passos excitantes.
— Oi... Eu... — Coça a cabeça em nervosismo. — Trouxe algo para você. — JongIn diz baixinho, mas KyungSoo mesmo o tendo escutado não o olha. — Soo? — JongIn se aproxima de onde KyungSoo estava sentado olhando para a janela. — Soo. — Toca no ombro de KyungSoo .
— Hum? — KyungSoo olha para JongIn sem nenhuma expressão. — O que faz aqui?
— Eu trouxe uma coisa para você. — Levanta o livro deixando a vista para KyungSoo ve.
— Como você tem isso? — KyungSoo tenta pegar o livro, mas está muito longe, e seus músculos ainda estão atrofiados, por ter ficado tantos anos sem movimentá-los. — Mas que droga.
— Não se agite, você acabou de acordar. — JongIn tenta tocar em KyungSoo para ajudá-lo, mas o mesmo não deixa. — Soo.
— Não me chame assim, e eu não preciso de sua ajuda. — Bate na mão de Kim que tentava o ajudar de novo. — O que faz com meu livro?
— Você me deu ele. — Aperta o livro entre suas mãos.
— Porque eu lhe daria o livro que meu falecido avô me deu? — KyungSoo encara JongIn com raiva. — Ele me deu este livro antes de morrer...
— Eu sei. — Coloca o livro em cima da cama. — Você me contou, disse que ele teve câncer e você cuidou dele até seus últimos dias de vida, e foi quando ele te deu este livro, porque alguém que ele amava muito havia o dado, e ele quis que você fizesse a mesma coisa, que descesse este livro para alguém que... Ama.
— Eu não entendo, e... — KyungSoo não termina sua frase, ele olha do livro para JongIn. — Eu não lembro. — Se deita na cama e sobre sua cabeça com o edredom. — Saia do meu quarto. — Diz com uma voz abafada.
— Soo.
— Apenas saia.
— Tudo, eu estarei no quarto ao lado. — Kim lança um último olhar para o amontoado de lençol em cima da cama, e em seguida sai do quarto deixando KyungSoo sozinho com a mente em milhões de pensamentos.
Ele queria lembrar, mas era como se aquele homem nunca tivesse feito parte de sua vida.
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Linear - KaiSoo
FanfictionDo KyungSoo, desde que se formou, pensava apenas em trabalho. Todo dia pega turnos e mais turnos no hospital onde trabalhava, como chefe de cirurgia. As xícaras de café e as latas de energético eram suas melhores amigas, mas um dia tudo pode mudar. ...