Já passava das duas da manhã e JunKai não conseguia dormir, ele queria muito saber a história de seu pai, e o tal do KyungSoo. Jogando o edredom para longe, JunKai sai da cama e segue para o quarto de seu pai, que ficava no fim do enorme corredor. Abrindo a porta, ele segue até a cama de JongIn com passos apressados.
— Pai. — Dá tapinhas no braço de JongIn. — Pai. — Chama de novo.
— Hum? — JongIn resmunga sem abrir os olhos.
— Acorda.
— O que ouve? Teve pesadelo? — Se senta na cama ainda meio grogue.
— Me conte o resto. — Se senta na ponta da cama.
— Resto de que? — Acende o abajur. — Você deveria estar dormindo.
— Não consigo. — Deita a cabeça no colo de JongIn. — Quero saber o porquê de você e KyungSoo não estarem juntos.
— ... — Os pensamentos de JongIn entraram em colapso. Ele realmente não deveria ter começado a contar para seu filho, como que ele iria dizer que o mesmo não tinha um pai, mas sim dois... E que o outro pai... Bem... — Isso não é hora.
— Por favor. — Se levanta. — Eu quero saber, eu juro que não irei acordar tarde para ir à escola.
— ... — JongIn fecha os olhos e suspira. Sua mãe tinha razão, ele não poderia mais esconder. — Tudo bem.
— Isso. — JunKai se ajeita na cama, deitando sua cabeça no peito de seu pai.
— Eu e KyungSoo, já estavam saindo há seis meses, e sua avó não entendia o porquê de não termos casado ainda...
— Eu não entendo o porquê de eu não estar preparando os convites do casamento de meu filho. — Senhora Kim chega em casa reclamando.
— Oi pra você também, mãe. — JongIn que estava sentado no sofá com o notebook diz. — Temos que namorar antes de casar.
— E pode me dizer, o porque de não estarem namorando ainda.
— Não houve um pedido.
— E porque?
— Não sei se o Soo quer. — Fecha o notebook o colocando de lado.
— Está de brincadeira com a minha cara. — Coloca as mãos na cintura. — KyungSoo não para de falar de você para mim, é claro que ele te ama. — Bate na cabeça do filho. — Deixe de ser idiota e peça aquele homem em namoro, e depois em casamento... Eu quero netos, e alguém decente para deixar a presidência do hospital quando eu e seu pai nos aposentarmos.
— Sua interesseira.
— O que? Sei que você nunca vai querer isso, e não quero entregar meu bebê para qualquer um.
— Não sou um bebê.
— Não estava falando de você... Não revire os olhos para a sua mãe. — Senhora Kim puxa o braço do filho fazendo o mesmo se levantar. — Vá atrás dele.
— Mas mãe.
— Agora. — Senhora Kim empurra o filho para fora. — Só me volte aqui namorando. — Joga o capacete e as chaves, fechando a porta na cara de JongIn. — vê se pode.
(...)
JongIn estaciona a mota em frente a casa de KyungSoo, ele estava tão nervoso, em sua mente vinha vários pensamentos de que KyungSoo nunca iria aceitar um pedido. Mas se ele não fizesse era capaz de sua mãe o deserdar.
— Vamos lá JongIn, você consegue. — Ajeitando o buquê de lótus em suas mãos, o mesmo segue lentamente até a porta de seu quem sabe futuro namorado. Abrindo a porta com a chave reserva que havia ganhado a dois meses atrás, JongIn entra na casa. — Soo? — Não houve resposta. — Soo, está em casa? — Sem resposta de novo. — JongIn segue em direção do quarto de Do, assim que abre a porta avista o médico deitado na cama. — Deve ter chegado do plantão. — Ele deixa as flores em uma poltrona e tira o casaco, se deitando ao lado de KyungSoo. — Tão lindo. — Acaricia o rosto do mais velho, tirando os fios de cabelo que caiam na face do médico.
— Kai? — KyungSoo pergunta meio sonolento. — O que faz aqui? — Boceja.
— Vim te vê. — Beija a testa do médico.
— Você nunca vem neste horário. — Coça os olhos. — Você parece nervoso.
— O que? Claro que não. — Se levanta da cama. — Coisa da sua cabeça.
— O que houve JongIn.
— Kim JongIn.
— O que?
— Meu nome... Kim JongIn.
— ...
— Não vai dizer nada.
— Eu já sabia. — Da de ombros.
— Como você... ?
— Sua mãe pode ser uma médica maravilhosa, mas discreta... Ela nunca foi. — Se levanta da cama, ficando ao lado de JongIn. — Eu estava esperando o dia que me contaria, não estou bravo com você, sei que sentiu medo.
— Eu pensei que poderia me deixar.
— Claro que não, idiota.
— Então... — JongIn pega as flores e entrega a KyungSoo. — Namore comigo.
— Você deveria fazer um pedido, não me dá uma ordem. — Encara JongIn com seriedade.
— Quer namorar comigo, Do KyungSoo?
— Claro que quero, Kim JongIn...
— Hora de dormir. — JongIn diz para seu filho.
— O que? Mas e o resto.
— Já passa das três da madrugada. — Ajusta a coberta.
— Mas eu quero o resto.
— Quando você voltar da escola eu continuo. — Fecha os olhos. — Agora durma.
— Tá pai. — JunKai se ajeita do outro lado da cama, e fecha os olhos dormindo cinco segundos depois, sem nem perceber que seu pai soltava lágrimas silenciosas.
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Linear - KaiSoo
FanfictionDo KyungSoo, desde que se formou, pensava apenas em trabalho. Todo dia pega turnos e mais turnos no hospital onde trabalhava, como chefe de cirurgia. As xícaras de café e as latas de energético eram suas melhores amigas, mas um dia tudo pode mudar. ...